Ceará: recorde
Cogerh: açudes atingem maior acúmulo de água desde 2004
Cogerh: açudes atingem maior acúmulo de água desde 2004
Daniela Nogueira, da Redação
O recorde foi quebrado. Segundo a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), o volume total dos 129 reservatórios que monitora chegou a 85,57%. Até ontem, ainda havia 45 açudes sangrando
06/06/2008 00:48
O Ceará atingiu, na manhã de ontem, o maior acúmulo de água em seus reservatórios desde 2004. A capacidade máxima nos açudes monitorados pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) chegou a cerca de 15 bilhões e 247 milhões de metros cúbicos (m³). Em percentual, o volume atingiu 85,57% da capacidade total dos locais. Em 2004, o recorde foi batido com 85,55%. A diferença é que, atualmente, a Cogerh monitora 129 açudes no Estado. Há quatro anos, o órgão fazia a verificação de 123.
De acordo com Flávio Ferreira, técnico de monitoramento da Cogerh, esse acréscimo de seis açudes que passaram a ser acompanhados pela Companhia deve ser levado em conta. Mas não há como afirmar se, sem eles, o recorde podia ser atingido. Ou se eles contribuíram para ultrapassar a marca do ano de 2004, quando os açudes tiveram um acúmulo de aproximadamente 15 bilhões e 20 milhões de metros cúbicos. A diferença chega a 227 milhões a mais de água nos reservatórios cearenses hoje. "O que se pode afirmar é que já estamos acumulando mais água do que em 2004. São seis reservatórios a mais, porque à medida em que novos vão sendo construídos, eles vão sendo entregues para a Cogerh fazer o monitoramento", explica o técnico.
Os açudes que a Cogerh analisa representam cerca de 90% da capacidade hídrica do Estado. Dos cerca de 8 mil açudes existentes no Estado, 129 são monitorados pela Companhia. Segundo Flávio Ferreira, pode ser pouco quando se vê apenas a quantidade. Mas eles são os maiores. "Os outros têm uma capacidade muito pequena de acumulação e não são monitorados", afirma. As informações dos açudes são recebidas diariamente pelos técnicos. Desde o início do período chuvoso deste ano, 81 açudes do Ceará já sangraram. Ou seja, atingiram sua capacidade máxima de armazenamento. Desses, 45 até ontem continuavam sangrando. A situação pode mudar dependendo das próximas chuvas.
E elas vão continuar por mais que o período chuvoso no Estado já tenha terminado. Conforme Namir Mello, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o Ceará está no período pós-estação chuvosa, que corresponde à estação chuvosa da Zona da Mata, uma área que vai da Bahia até a cidade de Natal (RN). Nesta época, existe a possibilidade de chover no Ceará: "Quando está chovendo muito lá, aqui também chove". O período chuvoso dessa zona dura de maio até agosto. Por isso, devemos ainda ter chuvas, mesmo que menos intensas, durante os próximos meses.
Das 7 horas de quarta-feira até o mesmo horário de ontem, foram registradas chuvas em 66 municípios do Ceará. Tudo dentro da normalidade, com uma média de 20 milímetros (mm). As exceções são a Meruoca, onde houve 86 mm, e Viçosa do Ceará e Ubajara, nas quais houve registro de cerca de 40 mm, por serem regiões de serra, onde, normalmente, chove mais.