Uma banda cearense estará a um passo de se lançar mundialmente. É que nesse sábado acontece o Metal Battle, seletiva (regional) para o mundial, que acontece anualmente na cidade de Wacken, no Norte da Alemanha. O show será gratuito no Centro Cultural Banco do Nordeste.
Cinco bandas estão na disputa para representar o Ceará na seletiva nacional e, quem sabe, tocar na Alemanha. A Trigger to Forget, Samhainfall, Roadsider, Dr. Divine e Betrayal se apresentam para cinco jurados e para o público, que também vota.
Todas as bandas estão empolgadas e se preparando para o dia decisivo. Flávio Rovere, vocalista da Roadsider, disse que há um mês, quando soube que havia sido selecionada, a banda dedica seus ensaios à apresentação. ´Recusamos até um show no Rio Grande do Norte que seria perto da data do Metal Battle porque não queríamos estar muito cansados no dia´, observa o cantor.
E essa é, com certeza, a maior oportunidade que a banda já teve de conseguir uma visibilidade nacional e, quem sabe, internacional. Apesar do peso da competição, eles garantem não ter ficado temerosos. ´Na verdade, ficamos muito empolgados pelo desafio´, comenta o vocalista. A estratégia é focar na composição das músicas, mesclando o show entre sons já conhecidos e outros inéditos.
A Trigger to Forget tentou participar na edição passada, mas o material exigido para a seleção não ficou pronto a tempo. Desta vez, eles enviaram o que tinham e foram selecionados para as eliminatórias. Cheio de expectativa, Leo Mamede, baterista da banda, demonstra confiança e garante: ´Estamos no nosso melhor momento´.
Disciplinados, os músicos vêm ensaiando quase religiosamente de duas a três vezes por semana. Acompanharam as seletivas de outros estados e fizeram contatos com os vencedores, pegando dicas importantes.
´O primeiro passo foi ficar a par das outras bandas para saber o nível do nacional. O segundo foi estudar e escolher com cuidado o repertório para deixar o show bem redondo´, diz Mamede.
Na luta pela vaga
Concorrendo pela primeira vez da seletiva do festival, a Samhainfall, aposta no prêmio final para alavancar ainda mais a carreira. ´A gente resolveu participar porque o Wacken Open Air é o maior festival de heavy metal do mundo e ir para lá, para a Alemanha de graça, é uma oportunidade única´, ressalta Rafael.
Para o show de amanhã -que deve seguir as regras - ter 30 minutos de duração e ser totalmente autoral - a Samhainfall promete cantar as músicas conhecidas pela galera que acompanha seu trabalho e ainda vai lançar uma canção nova.
Essa também é a estratégia da Betrayal: um repertório totalmente reformulado. Cheio de músicas inéditas, o vocalista da banda, Wolney Fonseca, acredita que a banda vai empolgar o público fiel ao heavy metal. ´A gente está com um astral muito alto porque estamos trabalhando há muito tempo para isso. Desde que recebemos o comunicado que estaríamos na seletiva, intensificamos os ensaios´, pontua.
Ele enfatiza que, independente de quem ganhar, todos são vencedores. ´Só em ter uma banda cearense representando nosso heavy metal é uma vitória para todos´.
Dentre as bandas selecionadas, apenas uma é do interior do Estado. Trata-se da Dr. Divine, de Juazeiro do Norte. Apesar de confessar a preocupação com o voto do público, já que não vão poder levar amigos para ajudar, os rapazes da banda estão confiantes. ´Recebemos muitos votos em uma enquete feita na internet que perguntava qual banda ganharia essa disputa. Estamos indo no gás, para botar pra quebrar´, garante Carlos Lima, baixista, que acredita que o diferencial do grupo está em sua apresentação ao vivo.
Para quem é fã do metal, um aviso: é bom chegar cedo para garantir o lugar e votar na banda que mais curte. Que vença o melhor.
Brasil é favorito na Alemanha
A responsável pela seleção das bandas brasileiras é a revista Roadie Crew, especializada em Rock e Heavy Metal. Por ser conhecida no meio musical, a publicação recebe material de bandas de todo o País e, a partir daí, inicia a escolha das melhores para as seletivas regionais.
São 10 estados que estão na disputa por uma vaga no maior festival de metal do mundo: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Ceará, Paraná, São Paulo (que escolherá duas bandas), Rio de Janeiro, Pernambuco, Acre, Minas Gerais e Espírito Santo. Nos três anos em que o Metal Battle aconteceu na Alemanha, quatro bandas foram vencedores e, entre elas, duas eram brasileiras.
Airton Diniz, editor chefe da Roadie Crew, confirmou que o Brasil está entre os melhores. ´Quando chegamos na Alemanha, o público está sempre muito curioso em saber quais são as bandas brasileiras que irão participar´, comenta. Airton também lembra que o Brasil é o único país onde o Wacken permitiu que o público tivesse vez e voz como jurado. ´Essa responsabilidade dada ao público leva gente para assistir ao show além de dar um gás maior para as bandas, pois elas tem que ganhar a preferência da galera´, completa.
Quem escolhe
O corpo de júri em Fortaleza será formado por Lucas Gurgel, representando a Associação Cearense de Rock (ACR); Jolson Ximenes, integrante da banda vencedora do ano passado; Fabinho Monteiro, jornalista; Bebeco, representando o Hey Ho Rock Bar, além de um representante da revista Roadie Crew e, claro, o voto popular. Agora é só torcer para que o Ceará chegue até a Alemanha e faça bonito.
AS BANDAS
A Trigger to Forget: Influenciada pelo thrash metal old school, passeando pelo death metal melódico e metal core. O trabalho do grupo vem tendo repercussão positiva no meio.
Betrayal: Thrash metal agressivo, curto, direto e veloz. O CD demonstrativo “Human Destruction”, rendeu bons comentários em fanzines, webzines e também em revistas de grande circulação.
Dr. Divine: De Juazeiro do Norte. Possui influências que vão do blues, passando pelo rock and roll, hard rock e heavy metal.
Roadsider: Mesclam peso, velocidade e agressividade, transitando entre o thrash metal e o stoner rock.
Samhainfall: Heavy metal tradicional com sonoridade contemporânea, fazendo um som direto, pesado e agressivo.
Karine Zaranza e Gabriela Dourado
Repórter/ Especial para o Zoeira
Jornal Diário do Nordeste
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sábado, 9 de maio de 2009
Banda juazeirense disputa vaga em festival de rock na Alemanha
São Nuno de Portugal
por José Luís Lira
(Da Academia Brasileira de Hagiologia)
(Da Academia Brasileira de Hagiologia)
A canonização de São Nuno de Santa Maria ocorrendo no pontificado de Bento XVI, reascende em nós a esperança da reabilitação do Padre Cícero Romão Batista, visto que sua causa também é histórica e, a exemplo do português, ele é aclamado santo pelos brasileiros.
A nação portuguesa comemora, festivamente a canonização de São Nuno de Santa Maria (Portugal, 24 de junho de 1360 – 1º de novembro de 1431), realizada por Bento XVI, no dia 26 de abril último. Nuno Álvares Pereira, nobre e guerreiro português do século XIV (citado mais de uma dezena de vezes por Luís de Camões, em “Os Lusíadas”), teve destacada participação na continuidade da independência de Portugal, exercendo, também, o cargo de contestável,
correspondente à segunda personagem da hierarquia militar nacional depois do rei.
Nuno casou com dona Leonor de Alvim, com quem é pai de dona Beatriz Pereira de Alvim. Ao casar a filha com D. Afonso, o primeiro duque de Bragança, filho do rei João I (o mestre de Ávis), fundou a Casa de Bragança, da qual descende não somente parte da nobreza portuguesa, mas, também, a família imperial brasileira. Detentor de riquezas e todas as glórias que um homem almeje, após a morte de sua mulher, Nuno tudo largou e abraçou a vida monástica na Ordem Carmelita, no Convento do Carmo, edificado por ele, em 1389. Em 1404, Dom Nuno doou tudo o que tinha aos pobres e ao convento. Finalmente, em 1823, ingressou no Carmelo, levando a vida de um humilde monge que muitas vezes saía a esmolar para ajudar aos mais necessitados. Tornando-se carmelita, abandonou os títulos de nobreza que possuía e passou a chamar-se Irmão Nuno de Santa Maria.
A nação portuguesa comemora, festivamente a canonização de São Nuno de Santa Maria (Portugal, 24 de junho de 1360 – 1º de novembro de 1431), realizada por Bento XVI, no dia 26 de abril último. Nuno Álvares Pereira, nobre e guerreiro português do século XIV (citado mais de uma dezena de vezes por Luís de Camões, em “Os Lusíadas”), teve destacada participação na continuidade da independência de Portugal, exercendo, também, o cargo de contestável,

Nuno casou com dona Leonor de Alvim, com quem é pai de dona Beatriz Pereira de Alvim. Ao casar a filha com D. Afonso, o primeiro duque de Bragança, filho do rei João I (o mestre de Ávis), fundou a Casa de Bragança, da qual descende não somente parte da nobreza portuguesa, mas, também, a família imperial brasileira. Detentor de riquezas e todas as glórias que um homem almeje, após a morte de sua mulher, Nuno tudo largou e abraçou a vida monástica na Ordem Carmelita, no Convento do Carmo, edificado por ele, em 1389. Em 1404, Dom Nuno doou tudo o que tinha aos pobres e ao convento. Finalmente, em 1823, ingressou no Carmelo, levando a vida de um humilde monge que muitas vezes saía a esmolar para ajudar aos mais necessitados. Tornando-se carmelita, abandonou os títulos de nobreza que possuía e passou a chamar-se Irmão Nuno de Santa Maria.
Logo após a morte de Irmão Nuno, a população o aclamara santo e seu primeiro processo de beatificação teve início em 1434, mas, somente em 23 de janeiro 1818, o Papa Bento XV o elevou aos altares portugueses. Sua Causa de Canonização, aberta em 1940, de forma histórica, envolvida num contexto religioso-político-militar, chegou a ser interrompida e, depois, reiniciada em 2004.
O papa Bento XVI, na homilia durante a Missa de Canonização de São Nuno de Santa Maria, o aclamou “herói e santo de Portugal”, afirmando que caracterizavam o Santo “uma intensa vida de oração e absoluta confiança no auxílio divino” e, ainda, “embora fosse um ótimo militar e um grande chefe, nunca deixou os dotes pessoais sobreporem-se à ação suprema que vem de Deus”, dado o esforço de São Nuno “por não pôr obstáculos à ação de Deus na sua vida, imitando Nossa Senhora, de Quem era devotíssimo e a Quem atribuía publicamente as suas vitórias. No ocaso da sua vida, retirou-se para o convento do Carmo por ele mandado construir”.
Bento XVI demonstrou, finalmente, sua felicidade, “por apontar à Igreja inteira esta figura exemplar nomeadamente pela presença duma vida de fé e oração em contextos aparentemente pouco favoráveis à mesma, sendo a prova de que em qualquer situação, mesmo de caráter militar e bélica, é possível atuar e realizar os valores e princípios da vida cristã, sobretudo se esta é colocada ao serviço do bem comum e da glória de Deus”.
A canonização de São Nuno de Santa Maria ocorrendo no pontificado de Bento XVI, reascende em nós a esperança da reabilitação do Padre Cícero Romão Batista, visto que sua causa também é histórica e, a exemplo do português, ele é aclamado santo pelos brasileiros.
(Publicado no jornal O POVO, edição de 09 de maio de 2009)
O papa Bento XVI, na homilia durante a Missa de Canonização de São Nuno de Santa Maria, o aclamou “herói e santo de Portugal”, afirmando que caracterizavam o Santo “uma intensa vida de oração e absoluta confiança no auxílio divino” e, ainda, “embora fosse um ótimo militar e um grande chefe, nunca deixou os dotes pessoais sobreporem-se à ação suprema que vem de Deus”, dado o esforço de São Nuno “por não pôr obstáculos à ação de Deus na sua vida, imitando Nossa Senhora, de Quem era devotíssimo e a Quem atribuía publicamente as suas vitórias. No ocaso da sua vida, retirou-se para o convento do Carmo por ele mandado construir”.
Bento XVI demonstrou, finalmente, sua felicidade, “por apontar à Igreja inteira esta figura exemplar nomeadamente pela presença duma vida de fé e oração em contextos aparentemente pouco favoráveis à mesma, sendo a prova de que em qualquer situação, mesmo de caráter militar e bélica, é possível atuar e realizar os valores e princípios da vida cristã, sobretudo se esta é colocada ao serviço do bem comum e da glória de Deus”.
A canonização de São Nuno de Santa Maria ocorrendo no pontificado de Bento XVI, reascende em nós a esperança da reabilitação do Padre Cícero Romão Batista, visto que sua causa também é histórica e, a exemplo do português, ele é aclamado santo pelos brasileiros.
(Publicado no jornal O POVO, edição de 09 de maio de 2009)
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