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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Festival apresenta 66 concertos de 37 grupos instrumentais de 10 estados de quatro regiões do Brasil

Cleivan Paiva será o nome do Cariri no Festival
Foto: Dihelson Mendonça
O IV Festival BNB da Música Instrumental apresentará 66 concertos de 37 formações instrumentais oriundas de dez estados de quatro regiões brasileiras (Nordeste: Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco; Sudeste: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais; Sul: Paraná e Rio Grande do Sul; e Centro-Oeste: Distrito Federal), no período de 08 (próxima quinta-feira) a 31 deste mês. Todos os concertos do Festival têm entrada franca.

A quarta edição do evento confirma a sua vocação para promover a diversidade musical e destaca a importância da abertura de mais espaços para a dinâmica cena instrumental brasileira, movimentando dezenas de músicos, de diferentes trajetórias, influências e propostas estéticas.

Embora contando com uma programação que desconhece fronteiras musicais, a produção nordestina é destaque nesta quarta edição do Festival, com ênfase para a participação de grupos instrumentais do Rio Grande do Norte, resultante de uma parceria afinada entre os Centros Culturais Banco do Nordeste e a Fundação Estadual de Cultura José Augusto, bem como do Ceará e da Paraíba.

Isso sem se falar no espaço destinado para artistas de outras regiões do Brasil, como: os sudestinos Zezo Ribeiro (SP), Adriano Campagnani (MG) e os cariocas Fernando Vidal, Alexandre Cavallo & Christiano Galvão e o Quarteto Alevare; os sulistas Camerata Brasileira (RS) e Quarteto Iguaçu (PR); e os centro-oestinos Duo 13, Galinha Caipira Completa e Mandrágora, todos do Distrito Federal.

Conheça a seguir a programação do Festival para o cariri cearense:

CCBNB-Cariri (CE)
Dia 14, quarta-feira
19h Alexandre Cavallo e Christiano Galvão.

Dia 15, quinta-feira
18h30 Quarteto Iguaçu.
19h50 Quinteto da Paraíba.

Dia 16, sexta-feira
19h Cleivan Paiva.


Dia 17, sábado
23h Clã Brasil.
Local: Largo do Centro Cultural do Araripe - RFFSA (Município de Crato - CE)

Dia 21, quarta-feira
19h Camerata Brasileira.

Dia 22, quinta-feira
18h30 Alexandre Atmarama.
19h50 Marcelo Leite.

Dia 23, sexta-feira
18h30 Mandrágora.
19h50 Galinha Caipira Completa.

Dia 28 quarta-feira
18h30 Trio Ágape.
19h50 Quarteto Alevare.

Dia 29, quinta-feira
18h30 Duo 13.
19h50 Gilberto Cabral.

Dia 30, sexta-feira
18h30 Orquestra Sivuca.
19h50 Eduardo Taufic & Roberto Taufic.

Dia 31, sábado
18h30 Pixinguinha Trio.
19h50 Abanda.


Fonte: Centro Cultural Banco do Nordeste

Um Olhar da Miséria no Sertão

Luiz Domingos de Luna*

Cantada e decantada em verso em prosa, nutrida e destilada como a arte pura da criação do sertanejo, comparada ao paraíso perdido, - jardim do Éden, á Canaã, a terra de leite e mel, a pureza perfumada de uma rosa, é assim que é tratada na literatura, na história, na vida, seja no plano racional ou emocional, mas esta pobre e amarelada cultura, não passa de uma substituição do pleno pelo não pleno, do básico pelo não básico, do total pelo não total, do ideal pelo não ideal, do todo pela parte senão, vejamos:

A geladeira - um pote pingador Uma cama confortável - uma rede de tear Um almoço digno - um prato de angu Um automóvel - a cangalha de um jumento coiceiro Uma empresa - um tabuleiro improdutivo Uma caneta - uma enxada de três libras Um vigilante - uma cadela cheia de carrapato, Um ar condicionado - um abano Um fogão a gás - um fogão de lenha Um rádio - uma gaiola de canário O telefone - os fogos de artifício A praia - um açude lamacento O elevador - um pé de coqueiro A sauna - é o próprio trabalho A murada da mansão - uma cerca de faxina A mansão - Uma tapera de barro cru O caviar - é ova de curimatã Uma maleta 007 - é saco de nó cego O avião - é uma pipa voadora A prancha de surfe - é o couro seco de carregar capim O teclado - é um pé de bode O carnaval - é um adjunto de trabalho Uma missa de gala - é uma novena Uma marcha nupcial - é o miseré O escritório - é o alertai O relógio - é um galo gogento no terreiro ou o jumento, durante o dia Um concerto musical – uma ópera de penitentes

- Mas, ainda bem que a televisão é a própria televisão e a novela é a própria novela, pois, para quem saiu do sertão nada mais gratificante do que incentivar, louvar e viver as reminiscências do sertão, mas para quem não saiu, nada melhor do que ver o modo de vida dos egressos sertanejos pela televisão, no grito de sempre:

Tudo no ponto e, - Adeus Sordade!!!

(*) Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra - Aurora

Mas que mancada!... Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Magali, minha mulher, costuma dizer que quando eu era criança bebi muito “água de chocalho”. Isto porque gosto de conversar com os amigos, contar os mais novos “causos”, enfim, jogar conversa fora. Principalmente quando ela deseja voltar para casa, após alguma reunião, ou mesmo na Igreja, terminada a missa. Com isto não me livro de pronunciar algumas besteiras, cometer algumas “gafes”, como diriam os mais grã-finos.

Há alguns dias, fomos convidados para jantar na casa do sogro de um dos meus filhos, que é caririense de Barbalha. A certa altura da conversa, o assunto enveredou sobre o famoso poeta cratense Zé de Matos, que no final do século XIX e inicio do século passado perambulava pelos pés de serra do Crato até Barbalha, bebendo cachaça e nos intervalos da bebedeira, trabalhando em tudo que era engenho de rapadura, pois era um dos melhores mestres do Cariri. Lembrei que meu pai, quando criança, conheceu Zé de Matos e sabia de cor muitos dos seus famosos diálogos versejados, como o que ele travou com o Quintiliano, acredito que no engenho de seu avô, o “Papai Zeco” dos Currais. Entre um verso e outro, referi-me a um diálogo entre o famoso historiador cratense José Carvalho e Zé de Matos, contido em “O Matuto Cearense e Caboclo do Pará”. Quando passavam à cavalo pelo Sítio Brito, em Barbalha, o historiador era acompanhado por Zé de Matos. Ao avistarem uma bela casa na encosta da serra, o professor José Carvalho indagou: “De quem é aquela casa, tão bonita?” Então, eu declamei com voz um tanto quanto empostada, a resposta de Zé de Matos:

Você conhece os Coeios,
Proprietários do Brito,
Homens que são muito rico,
Mas são danados de feio?”

Essa casa é de um Coeio;
É do Coeio Vicente.
Que é de todos o mais feio
E tem um pézim doente!

Quando concluí, olhei para o meu anfitrião, e ele com muita serenidade, me respondeu: “Vicente Coelho era o meu avô.” Que mancada, havia esquecido que o homem era Coelho... Mordi a língua, como aconselhava minha mãe: “Quem muito abre a boca, termina mordendo a língua”

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

COMPOSITORES DO BRASIL





Por Zé Nilton


Fernando de Castro Lobo ou Fernando Lobo, um nordestino do Recife, tem uma obra musical e artística das mais expressivas no cenário cultural brasileiro.
Como todos os que emigraram para a capital federal, Rio de Janeiro, nas décadas de 1930 e 1940, trilharam caminhos parecidos. Aportaram na imprensa ou no serviço público e na boemia. Na boemia cuidaram de aprender com velhos mestres locais o segredo da música, da composição, da rima musical. Assim aconteceu com Fernando Lobo e outro seu conterrâneo, Antonio Maria.

No caso de Fernando Lobo, sua atividade profissional, no Rio, ficou dividida entre a música e o jornalismo. Esteve durante 25 anos na famosa Rádio Nacional e ali produziu musicais famosos. Como compositor, participou de uma das fases mais criativas da Música Popular Brasileira e só deixou de compor quando seu filho Edu Lobo começou a se projetar no cenário musical. Permaneceu, porém, ligado ao mundo artístico, como diretor musical da TVE do Rio.

Fez clássicos como “Chuva de Verão”, “Chofer de Praça” e “Ninguém me ama”, esta, com Antonio Maria. Sua musicalidade prima pela diversidade rítmica indo do frevo ao samba, do bolero ao samba canção, passando por vários ritmos nordestinos como o xote, baião, danças de terreiro etc. Foi parceiro de outros grandes mestres como Dorival Caymmi, Manezinho Araújo.

Hoje, em COMPOSITORES DO BRASIL, vamos homenagear Fernando Lobo, e falar e ouvir as suas belas canções que o faz permanecer no panteão da dignidade da Música Popular Brasileira.

Nega maluca. Fernando Lobo e Evaldo Rui - com Elza Soares
Siga. Fernando Lobo - com João Gilberto
A primeira umbigada. Fernando Lobo e Manezinho Araújo - com Jorge Veiga
Preconceito. Fernando Lobo Antonio Maria - com Nora Ney
Quanto tempo faz. Fernando Lobo - Paulo Soledade, com Nora Ney
Chuvas de verão - de Fernado Lobo, com Caetano Veloso
Saudade do samba. Fernando Lobo Paulo Soledade, com Mário Reis
Chegou vila Isabel. Fernando LoboManezinha Araújo, com Aracy de Almeida
Ninguém me ama. Fernando Lobo e Antonio Maria, com Dolores Duran
Chofer de praça - de Fernando Lobo e Evaldo Rui, com Luiz Gonzaga

Informação:
Programa Compositores do Brasil
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Sempre às quintas-feiras, às 14 horas
Rádio Educadora do Cariri- 1020 khz.

Se ética fosse matéria do ENEM a Rede Globo seria Reprovada - por José do Vale Pinheiro Feitosa

A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.” A frase do Barão de Itararé se não envelheceu não é culpa do tempo. A própria televisão brasileira, especialmente a rede Globo, é o antioxidante da frase.

A imbecilidade é geral na mídia nacional. O problema, já dizia o barão: “O Brasil é feito por nós. Está na hora de desatar estes nós.” Os donos, líderes e empregados dos sistemas de comunicação apertam nós e camuflam os que existem.

A verdade é que nunca foram capitalistas no sentido anglo-saxônico. Aquele capitalismo de consumo cujo progresso se lastra no consumo das famílias. Os EUA fizeram um império e sustentaram o progresso do capitalismo mundial com esta estrutura: o consumo das famílias.

É que para as famílias consumirem precisam de renda. E os “coronéis” da mídia nacional funcionam como os velhos “barões do café.” Têm capitais, mas apenas para dourar seus negócios e o terreiro da fazenda. No máximo permitiram um sobrenadante a que chamam classe média e que representa menos de 30% da população.

A imbecilidade da mídia combate os “progressistas”, “desenvolvimentistas” ou que outro nome diga de melhoria no consumo das famílias. Por isso fazem “ideologia”, apregoam normas, ditam regras e baixam a ditadura do pensamento único.

O problema é que muitos partidos políticos, várias lideranças e a burocracia do Estado caíram no engodo desta mídia. “Venderam-se” para idéias esdrúxulas. Não viram que por trás daquele “neoliberalismo” todo se escondia uma “raposa” querendo mais nacos da riqueza social e da estrutura do Estado?

Os anos noventa foram anos de fantasias e de um discurso de excelência administrativa cujo mote central foi esquecer os objetivos políticos da sociedade e a eficiência social das políticas públicas. Por trás de discursos privatistas, de medidas “para inglês ver” nas práticas administrativas, enfraqueceram a burocracia do Estado e puseram as raposas no galinheiro.

O SUS tem a maior parte de sua rede privatizada. Isso sem contar com os fornecedores em sentido amplo e as arapucas das “cooperativas”. A educação passou por mudanças iguais. Agora vejamos este caso do vazamento da prova do ENEM.

A rede Globo faz propaganda contra o governo e defende uma candidatura paulista (José Serra?). Instiga os estudantes contra o governo Federal, abre o sorriso quando as “Universidades Paulistas” ficam fora do ENEM e atribuem todo o problema ao governo.

Mas espere aí meus queridos ventrículos da Globo! Não foram vocês que defenderam as privatizações. E não estamos falando a rigor de uma empresa privada que se mostrou inteiramente incompetente? Não foram de “gráficas públicas” que as provas se evadiram! As mãos e cuecas criminosas estavam na gráfica privada e o crime foi tão bem urdido que até parece coisa de “aloprado”.

Os ministros da Educação e o da Saúde deveriam aprender mais esta lição do Barão de Itararé: “Todo homem que se vende recebe mais do que vale.” E conheço bem o ministro Temporão para esclarecer que o “se vender” aqui do contexto da frase é a “venda” para os ideais dos fazedores de imbecis.

Aliás, o Jornal Nacional ontem era uma festa da oposição. Sobre o vazamento do ENEM e sobre a imbecilidade em escala maior de um grupo paulista que se autodenomina MST. Nunca vi nada mais parecido com as práticas do Cabo Anselmo. Se o MST não soltar uma nota sobre esta questão, estamos numa possibilidade enorme de se operar a favor da Senadora Kátia Abreu e sua CPI do MST.

Sobre jornalismo na Rede Globo em sentido sistemático a melhor frase é também do Barão de Itararé: “De onde menos se espera daí é que não sai nada.”