No momento inicial é pura emoção de mídia. Depois se torna corriqueiro e a notícia se refere aos efeitos, aí já perdendo a raiz da questão. Na ocasião do sofrimento, quando a recessão quebra o patrimônio das pessoas e os trabalhadores não têm mais salários, se torna uma briga intestina, de acusações, de salvadores da pátria e, principalmente, de furor apressado em passar o trator sobre todos em busca de salvação. Grosso modo é o retrato da recessão, considerando o grande efeito depressivo sobre todos, a falta de perspectiva e o futuro incerto, incluindo, no cardápio das famílias, apenas a sobrevivência.
Pela voz de Gordon Brown, primeiro-ministro da Grã-Bretanha o texto da cooperação global diante da atual crise do sistema financeiro. De cara ele fala o óbvio: é a primeira crise financeira da nova era da globalização. Então a questão deste neoliberalismo em crise já não é a mesma do liberalismo do século XIX, antes dos Estados Nacionais agora da Cooperação Global: com problemas globais e soluções igualmente globais. Qual o teor desta cooperação? Segundo Brown: a paz e a prosperidade são indivisíveis.
Como a competição nas economias já não é mais nacional e sim global, as economias não são mais fechadas e sim abertas, é preciso uma nova reconstrução das instituições internacionais que hoje se encontram ultrapassadas em termos de realidade. Segundo o primeiro-ministro: os fluxos internacionais de capitais podem ser grandes a ponto de sobrepujarem governos. Então restou para quem atua nestes fluxos a questão da confiança e ela já não mais existe. Para restabelecer a confiança o G8 propõe não apenas o restabelecimento da liquidez do sistema bancário, mas a capitalização e o financiamento dos bancos.
Então eis a tese do G8, colocar pinos para restabelecer a fratura do sistema financeiro internacional. Aí vem o perigo para todos nós a sul do mundo. Na semana que passou os líderes europeus se juntaram e propuseram os princípios básicos para um novo Bretton Woods: transparência, segurança, responsabilidade, integridade e governança global. Quando tudo poderia se esclarecer, ou seja, qual o papel de quem não é europeu ou norte americano, o discurso de Brown aponta para questões de gestão na governança global, pois é justamente nisso que o perigo mora.
Governança Global sobre a lógica dos grandes capitais, das grandes corporações e do poder das grandes economias não leva a estabilidade alguma, tanto na crise atual como no futuro, inclusive em relação à questão extremamente relevante da gestão ambiental. Ou seja, da prosperidade como eixo da paz e os limites da capacidade do planeta. É nítido como o trabalhismo já não fala pela voz do político desta origem, vejamos o que diz Brown de tal governança: supervisão internacional de instituições financeiras, padrões globais compartilhados de contabilidade e regulação; uma forma mais responsável para remunerar executivos que premie o trabalho duro, o esforço e a iniciativa e as instituições internacionais capazes de alarmes antecipados para a economia mundial.
Ao final o primeiro-ministro, após apontar a "maquinaria" necessária para os interesses do G8, controladora, padronizada e sobre a pressão de instituições internacionais mais duras, concede um termo de interesses das nações mais pobres: a questão de acordos comerciais globais que rejeite o protecionismo. Agora, no calor de endurecer as regras globais, vem uma concessão que não mais se sustenta nestes termos, pois a se considerar o que se quer para Europa e EUA, acordos comerciais globais podem se tornar apenas uma divisão internacional do trabalho e produção. Os países ao sul como produtores de commodities e eles do norte, produzindo tudo aquilo que tem "valor agregado".
O discurso de Gordon Brown foi feito para os paises centrais tomarem as rédeas do mundo neste momento de crise. Por isso é que não falam em mudanças na ONU, na OMS ou na Unesco. Enquanto capitalizam bancos, o mundo afunda em enormes problemas sociais e de fome. O dinheiro gasto só nas últimas semanas não chega aos pés de tudo que foi gasto com preservação ambiental em todo o século XX. Não se fala na mudança de patentes para medicamentos e nem em recursos para doenças negligenciadas. Não se fala em educação global, em segurança alimentar, em segurança nas cidades.
No meu entender, o discurso do velho imperialismo não cedeu com a crise. Ninguém pensa na humanidade como conteúdo da globalização. Ninguém pensa no trabalho como elemento central do capitalismo.
Pela voz de Gordon Brown, primeiro-ministro da Grã-Bretanha o texto da cooperação global diante da atual crise do sistema financeiro. De cara ele fala o óbvio: é a primeira crise financeira da nova era da globalização. Então a questão deste neoliberalismo em crise já não é a mesma do liberalismo do século XIX, antes dos Estados Nacionais agora da Cooperação Global: com problemas globais e soluções igualmente globais. Qual o teor desta cooperação? Segundo Brown: a paz e a prosperidade são indivisíveis.
Como a competição nas economias já não é mais nacional e sim global, as economias não são mais fechadas e sim abertas, é preciso uma nova reconstrução das instituições internacionais que hoje se encontram ultrapassadas em termos de realidade. Segundo o primeiro-ministro: os fluxos internacionais de capitais podem ser grandes a ponto de sobrepujarem governos. Então restou para quem atua nestes fluxos a questão da confiança e ela já não mais existe. Para restabelecer a confiança o G8 propõe não apenas o restabelecimento da liquidez do sistema bancário, mas a capitalização e o financiamento dos bancos.
Então eis a tese do G8, colocar pinos para restabelecer a fratura do sistema financeiro internacional. Aí vem o perigo para todos nós a sul do mundo. Na semana que passou os líderes europeus se juntaram e propuseram os princípios básicos para um novo Bretton Woods: transparência, segurança, responsabilidade, integridade e governança global. Quando tudo poderia se esclarecer, ou seja, qual o papel de quem não é europeu ou norte americano, o discurso de Brown aponta para questões de gestão na governança global, pois é justamente nisso que o perigo mora.
Governança Global sobre a lógica dos grandes capitais, das grandes corporações e do poder das grandes economias não leva a estabilidade alguma, tanto na crise atual como no futuro, inclusive em relação à questão extremamente relevante da gestão ambiental. Ou seja, da prosperidade como eixo da paz e os limites da capacidade do planeta. É nítido como o trabalhismo já não fala pela voz do político desta origem, vejamos o que diz Brown de tal governança: supervisão internacional de instituições financeiras, padrões globais compartilhados de contabilidade e regulação; uma forma mais responsável para remunerar executivos que premie o trabalho duro, o esforço e a iniciativa e as instituições internacionais capazes de alarmes antecipados para a economia mundial.
Ao final o primeiro-ministro, após apontar a "maquinaria" necessária para os interesses do G8, controladora, padronizada e sobre a pressão de instituições internacionais mais duras, concede um termo de interesses das nações mais pobres: a questão de acordos comerciais globais que rejeite o protecionismo. Agora, no calor de endurecer as regras globais, vem uma concessão que não mais se sustenta nestes termos, pois a se considerar o que se quer para Europa e EUA, acordos comerciais globais podem se tornar apenas uma divisão internacional do trabalho e produção. Os países ao sul como produtores de commodities e eles do norte, produzindo tudo aquilo que tem "valor agregado".
O discurso de Gordon Brown foi feito para os paises centrais tomarem as rédeas do mundo neste momento de crise. Por isso é que não falam em mudanças na ONU, na OMS ou na Unesco. Enquanto capitalizam bancos, o mundo afunda em enormes problemas sociais e de fome. O dinheiro gasto só nas últimas semanas não chega aos pés de tudo que foi gasto com preservação ambiental em todo o século XX. Não se fala na mudança de patentes para medicamentos e nem em recursos para doenças negligenciadas. Não se fala em educação global, em segurança alimentar, em segurança nas cidades.
No meu entender, o discurso do velho imperialismo não cedeu com a crise. Ninguém pensa na humanidade como conteúdo da globalização. Ninguém pensa no trabalho como elemento central do capitalismo.