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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

COMPOSITORES DO BRASIL


GORDURINHA

Por Zé Nilton

“Meu Deus
Por que é que nessa terra
Pedem paz e fazem guerra
E fazem guerra pela paz
Meu Deus
Por que é que os homens agem
Sempre em nome da coragem
A apunha-las só por trás
A fortuna correndo atrás
De quem já tem dinheiro
E o faminto se foge da fome
Ela vai atrás
Óh, meu Deus o sertão está seco
Só chove na praia
O oceano está cheio de água
Não precisa mais
Muita gente com a reza na boca
E o ódio no peito
O cristão fazendo mal feito
Com a Bíblia na mão
A ganância na terra entre os homens
Gerando conflito
E a ciência a serviço do mal
E da destruição”...
(Gordurinha: “Prece para os homens sem Deus”).

O nome Waldeck Artur de Macedo tem tudo para representar um sujeito muito sério, compenetrado e porque não dizer, sisudo e arredio. Contudo, a figura nomeada por tão pomposa graça não é nada disto. Começou a vida artística, lá pelos anos de 1938, em Salvador, como comediante e humorista, por tratar-se de uma pessoa alegre, brincalhona e de bem com a vida.

Gordurinha, que era magro e esbelto, logo ganhou notoriedade pelo jeito esculachado de ser, pela sua fina verve humorística e pelo sarcasmo que iria ser disseminado em suas letras anos mais tarde.

Disse em sua música que “cabeça grande é sinal de inteligência”, e com este dom (que independe do tamanho da caixa craniana), antecipou muitos movimentos musicais.

Na letra de “Chiclete com banana”, onde declara, à guisa de Adriano Suassuna, seu desprezo pela presença americana em nossa cultura, lembra a sacada tropicalista, de fraseado antropofágico, quando sugere na letra:

“Só boto bebop no meu samba,
Quando o tio Sam pegar no tamborim
Quando ele pegar no pandeiro e no zabumba
Quando ele entender que o samba não é rumba”...

Já na música “O vendedor de caranguejo” fala da sobrevivência no mundo do mangue, da lama, e na criação de um tipo de humanidade, o vendedor de caranguejo , preso à rotinização que acaba por configurar um tipo de sub cultura, mais tarde tão bem expressado pelo movimento mangue-beat, de Chico Science.

Foi um defensor da música regional, e muito criticou os preconceitos e os estereótipos com que o sudestinos marcam os nordestinos. Escreveu na capa do LP do Trio Nordestino, em 1972, um desabafo contra essa de que somos uns paus de arara. Disse que “Pau de Arara é a vovozinha”, música que abre um dos melhores discos dos gloriosos, Lindú, Cobrinha e Coroné.

Gozou também com a bossa nova, ridicularizando em suas rimas pobres e pouca ou nenhuma proposta.

Gordurinha tinha uma predileção pelo Ceará. Cantou a secas e as enchentes cearenses, pediu clemência ao Padre Cícero, exaltou a Praça do Ferreira.

É a atração desta quinta-feira no programa: Compositores do Brasil, a partir das 14 horas, na Rádio Educadora do Cariri.

Vamos falar de Gordurinha como uma das expressões da música nordestina cantada com a força e a graça da musicalidade baiana, de onde veio este excelente compositor brasileiro, que viveu as mais deferentes artes – cinema, teatro, música, locução radiofônica em Salvador e no centro do mundo – o Rio de Janeiro, de sua época.
Dentre as músicas de seu vasto cancioneiro, selecionamos o seguinte roteiro.

Vamos ouvir e falar de:

Tenente Bezerra, de Gordurinha com Gordurinha, gravação continental de 1959.
Uma prece para homens sem Deus, de Gordurinha, com Ary Lobo, de 1969;
Trem da Central, de Gordurinha e Mary Monteiro, com Marinês e sua gente, gravação da RCA Victor, de 1960.
Bossa quase nova, de Gordurinha, com Gordurinha, gravação original pela continental de 1961.
De trás pra frente, de Gordurinha, com Gordurinha, 1962;
Baianada, de Gordurinha, com Gordurinha, gravação da continental, de 1959.
Baiano burro nasce morto, de Gordurinha, com Gordurinha, do LP. Gordurinha tá na praça, gravação da Continental de 1959;
Pedido ao padre cicero, de Gordurinha, com Gordurinha, grvação original de 1959.
Vendedor de caranguejo, de Gorduinha, com Gordurinha, gravada pela Continental em 1958;
Súplica cearense, de Gordurinha e Netinho, com Luiz Gonzaga, gravação original da continental de 1960;
Mambo da Cantareira, de Gordurinha, com Gordurinha, gravação da continental de 1960;
Pau de arara é a vovozinha, de Gordurinha, com Trio Nordestino, 1972.
Chiclete com banana, de Gordurinha e Almira Castilho, com Jackson do Pandeiro, gravação original pela continental, de 1959.

Quem ouvir, verá !

Informações:
Programa Compositores do Brasil
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Sempre às quintas-feiras, às 14 horas
Rádio Educadora do Cariri – 1020 kz.
Apoio: CCBN
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Pensamento para o Dia 24/02/2010



“Exercícios espirituais, como adoração (Pooja), cantar o nome de Deus (Bhajans) e meditação (Dhyana), são atividades induzidas pela devoção para levá-lo a um plano superior. Aqueles que não têm conhecimento das alturas a que os exercícios espirituais podem levar não deveriam permitir-se envolver em controvérsia sobre sua eficácia. Tais alturas podem ser conquistadas e julgadas apenas por meio da prática verdadeira. A prova reside apenas em sua própria experiência pessoal.”
Sathya Sai Baba

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“Se alguém pretende se livrar da cor negra do carvão, o que água e sabão podem fazer? Nem lavá-lo no leite pode ajudar. O único meio é colocá-lo em um fogo. Isso irá transformá-lo em um monte de cinzas brancas. Da mesma forma, quando se está ansioso para destruir a escuridão da ignorância e da sujeira do desejo, o conhecimento do Eu Superior é necessário. A escuridão pode ser terminada somente com ajuda da luz. Não podemos superar a escuridão atacando-a com mais escuridão. O conhecimento do Eu Superior é a iluminação que alguém necessita para destruir a escuridão interior. Cada um de vocês deve vencer por si mesmo, mediante fé firme e devoção ardente.”
Sathya Sai Baba

Tristeza para o Ceará (Xô Urubus!) - Por Pedro Esmeraldo

Neste momento assustador, os cearenses de respeito, principalmente aqueles que desejam ver um ceará melhor, mais alegre, rico, e bem elevado no seu tempo de limitação progressista, ficam deputados que teem ideias contraditórias, ás vezes ignóbeis, vivem perturbando a mente do bom cearense com gestos mesquinhos, em querer transformar pequenos distritos em cidades independentes.

Não compreendemos como esses homens que se dizem representantes do povo querem cercear o nosso desenvolvimento equilibrado, visto que não sabem fazer outra coisa senão refazer o crescimento reto; vivem discutindo asneiras em plena assembleia legislativa.

Nós, os cratenses, não comungamos com essa ideia de pensamento frágil, pois demonstram muita fraqueza em suas palavras discordantes e provocativas, dizem que querem criar municípios de qualquer maneira, visto que teem como meta principal protelar o desenvolvimento do estado, já que não teem condições favoráveis de desenvolver, pois alguns deles andam engatinhando sem possuir o equilíbrio técnico e econômico. Não há trabalho suficiente para impulsionar a sua mágica economia.

Não é do nosso agrado querer impedir o progresso desses distritos, mas é necessário que haja disposição financeira e progresso social que satisfaçam aos anseios do povo. Nesse caso, tem de enfrentar uma luta árdua e antipática para conseguir recursos suficientes e não deixar cair em um desequilíbrio moral, coisa que acontece constantemente no Brasil. Não recuaremos no nosso pensamento, lutaremos até o fim, não aceitaremos vinditas.

Não esmorecemos um instante, visto que queremos que todos tomem conhecimento da situação econômica do Brasil, que não é boa, como se apregoam. Todos esse pequenos municípios tendem a viver as custa do Governo Federal e permanecem com o pires na mão solicitamos ajuda.

Agora mesmo, lembramos, aos nobres deputados: Por que não cuidar da melhoria da qualidade de vida do cidadão cearense? Por que não incutirem na mente dos homens do campo a qualificação do individuo campestre no avanço tecnológico? Por que não melhorar estilo na produção agrícola, dando curso de capacitação a todos os agricultores de boa vontade que forçará a melhoria de produtividade na vida agropecuária do estado e que atualmente andam entregues às baratas, sem nenhuma movimentação que venha provocar uma melhor disposição do homem para exercer sua tarifa agrícola?

Ah, meus grandes chefes cheios de aventuras milagrosas, fiquem sabendo que não conseguirão milagres com palavras ocas, mas é com o desejo de trabalhar com afinco e mostrar a todos que o Ceará será um Estado produtivo como são os estados de outras regiões do Brasil, já que se engrandecem com muito trabalho e amor a terra comum.

Queremos lembrar ao pessoal da Ponta da Serra: esse distrito foi quem mais se beneficiou no Crato. Tudo isso conseguiu no decorrer dos tempos. Esse distrito deve ser grato ao Crato, pois temos como meta a palavra mágica e sublime, que é a gratidão.

Crato 23-02-2010

ASSOCIAÇÃO CEARENSE DE FORRÓ

Ontem estive na reunião da ASF - ASSOCIAÇÃO CEARENSE DE FORRÓ, uma entidade que funciona em Fortaleza há pelo menos três anos. O local do encontro foi no KUKUKAYA, casa de shows já tradicional na capital cearense em apresentações de grupos e músicos do verdadeiro forró. Uma das melhores características da ASF é sem dúvida a valorização do autêntico ritmo nordestino que anda meio que deturpado, diante da proliferação de bandas e de músicas que só denigrem a imagem do povo cearense, com letras que incitam ao sexo, drogas, alcoolismo, violência, baixaria e desvalorização da mulher. O que a associação pretende é tão somente valorizar os músicos que dela participam, dando-lhes apoio e procurando divulgar os seus trabalhos de forma cooperativa e mostrando a qualidade de suas composições, sem a necessidade de requisitos totalmente fora do contexto do forró.
Estive lá a convite do artista NEO PI NEO, que é um dos diretores da ACF. Mas essa não é a primeira vez que estive por lá. Antes, participei das reuniões iniciais, no mesmo KUKUKAYA, sob a direção do Valtinho, que é o seu Presidente, e na ocasião estava lá o sanfoneiro SANTANA, de Juazeiro do Norte, que já participa de uma associação com as mesmas características na cidade de Recife.
Na reunião de ontem, uma ótima coincidência aconteceu. O encontro com João do Crato, que estava conhecendo a ASF e que, junto comigo, se prontificou em dar impulso a uma interiorização da associação através do Cariri. Então marcamos uma reunião para o Crato para a próxima semana, segunda ou terça-feira (mandaremos os convites para os interessados), com a presença de boa parte da diretoria da associação de Fortaleza. No momento, confirmaram as presenças: Valtinho (Presidente da ACF), Neo Pi Neo (Diretor) e outros integrantes da diretoria e sócios. Então desde já fiquem atentos, pois estaremos provocando esse encontro no nosso Cariri, para o lançamento da ACF-CARIRI, com o mesmo sentido que existe a associação em Fortaleza, ou seja, a valorização do verdadeiro forró, do qual temos orgulho de conhecer e de ser um dos ritmos que nos identifica.

Instrumental & Qual - O Som da Terra


Programa radiofônico de música instrumental nas tardes de quarta, das 14 às 15 horas pela Rádio Educadora do Cariri AM 1.020 e Internet (cratinho.blogspot.com)

A música é como o amor que quer ser supremo. Ela busca a perfeição e depende, assim, da reciprocidade entre o som e o compositor, o arranjador e o músico, o músico e o intérprete, o intérprete e o ouvinte. E a supremacia da música é o que se pretende estabelecer neste programa, o Instrumental & Qual – O Som da Terra: música que não penetre somente pelos ouvidos ou pelos outros cinco buracos da cabeça; mas música transcendental que atinja coração & mente e que preencha a alma e vire vida plena de plenitude, atitude e altitude espiritual.

Roteiro musical
1. Pegao (José Feliciano)
2. Moonlight in vermont (Kurt Suessdorf e John Blackburn), com Stan Getz
3. “A” 200 (Ian Paice, John Lord e Ritchie Blackmore), com Deep Purple
4. Chorinho pra ele (Hermeto Pascoal)
5. Mozambique (Sérgio Mendes, Michael Sembello, Natan Watts e Sebastião Neto), com Sérgio Mendes And The New Brasil' 77
6. Cantaloupe island (Herbie Hancock)
7. Quem viver chorará (Raimundo Fagner)
8. Mood for a day (Steve Howe) com Synphonic Music of Yes
9. Brejeiro (Ernesto Nazareth) com Beto Preah
10. Pout-porri de músicas de Luiz Gonzaga, com Banda de Música Municipal do Crato

Ficha Técnica
O programa Instrumental & Qual – O Som da Terra é uma produção das Officinas de Cultura e Artes & Produtos Derivados (OCA) e revista virtual Cariricult
Apoio do Centro Cultural Banco do Nordeste em parceria com a Rádio Educadora do Cariri AM 1.020
Redação e programação musical: Luiz Carlos Salatiel, Dihelson Mendonça e Carlos Rafael Dias
Apoio logístico: Guilherme Norões
Apresentação: Carlos Rafael Dias
Operador de Áudio: Iderval Silva
Operador de transmissão: Iran Barreto
Gerente do Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri: Lenin Falcão
Diretor-Gerente da Rádio Educadora do Cariri: Geraldo Correia Braga

Fique ligado!