
São Vicente Ferrer do Crato
Depois da devoção a Nossa Senhora da Penha, um dos santos mais cultuados em Crato é São Vicente Ferrer. Por isso, é interessante relembrar um fato que teria ocorrido, no final do século 19, relacionado com a estátua desse santo, venerada na Igreja-Matriz da Paróquia do mesmo nome, na cidade de Crato. Devemos a preservação da memória desse acontecimento a Irineu Pinheiro, cfe. vê-se no livro “O Cariri”, editado em Fortaleza (CE) em 1950, página 270.
Depois da devoção a Nossa Senhora da Penha, um dos santos mais cultuados em Crato é São Vicente Ferrer. Por isso, é interessante relembrar um fato que teria ocorrido, no final do século 19, relacionado com a estátua desse santo, venerada na Igreja-Matriz da Paróquia do mesmo nome, na cidade de Crato. Devemos a preservação da memória desse acontecimento a Irineu Pinheiro, cfe. vê-se no livro “O Cariri”, editado em Fortaleza (CE) em 1950, página 270.
Consta lá:

(Esclarecemos que Luiza Joana Bezerra era a filha mais velha do Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, este o construtor da capelinha de Nossa Senhora das Dores, na Fazenda Tabuleiro Grande, origem da cidade de Juazeiro do Norte).
Vamos à página 271, do livro citado.
Vamos à página 271, do livro citado.
“No paroquiado do Padre Antônio Fernandes da Silva (1883 a 1892), trouxeram ao Crato, desde a derradeira estação da Estrada de Ferro de Baturité, numa distância de dezenas de léguas, a atual estátua de São Vicente Ferrer, substituta da primitiva, que era pequena. Carregaram-na através dos sertões, num caixão, em ombros de homens, à frente destes o Padre Felix de Moura (...)
“Em menino, ouvi dizer que da povoação de Juazeiro, penúltima etapa da viagem, até o Crato, viu-se no céu uma estrela a acompanhar a imagem, nos treze quilômetros que medeiam entre as duas localidades caririenses. Era a lenda que ia se formando em torno do Santo, pensava eu. Mas, depois, verifiquei haver algo de verdade na versão do povo. Uma vez, em Juazeiro, a passeio visitei a boa velhinha Teresa do Padre Cícero, assim chamada por ter sido criada em casa do famoso sacerdote, considerada pessoa da família por sua bondade e dedicação, e ela, no correr da conversação, disse-me quase textualmente: “Dormiu aqui, em Juazeiro, na capela, o caixão em que veio São Vicente. Sinhozinho (era assim que ela tratava o Padre Cícero), Sinhozinho e o Padre Felix convidaram o povo para levá-lo ao Crato, na madrugada seguinte. Bem cedo, inda escuro, postei-me na Rua Grande, onde morava e moro hoje, num terreno vago, do lado nascente, e aguardei a passagem do préstito. Ao aproximar-se o caixão, ao lado os dois padres, vi sair entre a igreja e a casa que lhe ficava mais próxima, uma luz muito brilhante que voou rápida em busca do santo. Não pretendia eu ir ao Crato, mas, em vista do prodígio, corri até minha casa, pus, às pressas, um chale à cabeça e encorporei-me no cortejo que era numeroso”.
E conclui Irineu Pinheiro:
E conclui Irineu Pinheiro:
“Estimaram-na todos que conheceram à velhinha Teresa, morta há alguns anos nonagenária, sempre tida por absolutamente fidedigna”.
Que a luz de São Vicente Ferrer continue a brilhar neste vale do Cariri, de modo especial na cidade de Crato, onde ele é particularmente venerado.
Que a luz de São Vicente Ferrer continue a brilhar neste vale do Cariri, de modo especial na cidade de Crato, onde ele é particularmente venerado.