Quem é o primeiro?
Testes em material colhido em sítios arqueológicos no Chile e Peru indicam que as Américas foram ocupadas primeiramente pelo sul. A cultura Clovis teria ocorrido. Migração se dando ao norte, pelo estreito de Behring. Cai por terra a teoria única da migração norte. Primeiro o Norte e depois, com mais atraso, chegando na América do Sul.
O quê se extrai desta nova "evidência científica"? Que a ciência, uma prática com as conclusões no condicional, tem seu discurso carregado de elementos políticos. A ocupação norte se mostrando uma das vias prováveis de ocupação das Américas e não a única estava carregada pela hierarquia entre o Norte e Sul. A Norte América em nível anterior, antecedia aos que vieram depois. Os EUA e o Canadá, em primeiro lugar e os outros em segundo.
E lugar da questão indígena?
Numa fila de embarque do aeroporto de Brasília. Uma senhora jovem se aproxima e pergunta para o passageiro logo atrás de mim se ali poderia embarcar para São Paulo. O homem confirma. Ele vai para Tocantins. A senhora conversa sobre Tocantins. Fez pesquisa com índios. O passageiro mora afastado da cidade e vizinho dos índios. Completa: não quero nada com eles. Eles só querem falar na nação deles e ela não é a minha.
Na raiz o noticiário sobre a demarcação das terras indígenas. Assunto que chega ao novo milênio sem novidades: nem econômica, militar, social ou antropológica. Tudo é, mais ou menos, a mesma coisa. A luta entre conservadores e reformadores; entre direita e esquerda; entre visões de mundo diferentes. Assim como Rondon entre nós já sistematizara, a questão indígena está nas Américas, aqui, no centro e ao norte dela.
Mais ou menos Estado?
O consumo das famílias nordestinas entre 2006 e 2007 deu um salto de 25,42% a mais. Foi o dobro da região sudeste e muito superior ao consumo do sul. Com isso a região ocupou o segundo lugar em consumo regional. Desbancou o sul, mas o desequilíbrio regional brasileiro continua enorme: o sudeste tem 51,8% do consumo do país. O mais surpreendente: cresceu o consumo da chamada Classe C que praticamente não consumia. Se a economia permanecesse assim, chegaríamos mais próximos do modelo de sociedade dos EUA e Europa, com uma grande classe média.
Causas para o aumento do consumo nordestino: aumento do nível de emprego, melhora da renda familiar e programas sociais do governo federal. Onde tudo começa? Claro que na política de Estado. Controle de inflação, aumento do salário mínimo e transferência de renda. A teoria econômica do pêndulo: entre Adam Smith e Keynes. Aliás, aí se encontra a equação do capitalismo: entre os dois modos de articular sociedade e estado nacional. Seria suficiente para as questões ecológicas globais e para o consumismo como modelo de sociedade?
3 comentários:
Caro José do Vale:
Duplo parabéns. Pelo postagem acima que mostra o seu ecletismo.E pelas reminiscencias de 1968. Neste último uma coincidência: também deixei o Crato naquele ano e conheci todas as pessoas ali citadas. No "Três Perguntas" nossas divergências são mínimas.
Viva!
Armando: eu quero confessar uma falha de minha memória. Não existe uma única pessoa na minha família que não tenha intimidade com teu pai e vocês. Ainda esta semana a Amélia, minha irmã, lamentava-se de não ter mais encontrado tua irmã, de quem ela tinha uma recordação carinhosa. Maria do Carmo e todos com quem falei tem o teu pai com uma afeição só dedicada a quem de fato lhe tem importância. Isso tudo para revelar a falha: eu não lembro de você. Você poderia fazer uma referência daquela época? Estamos em idades próximas? O Carlos eu entendo ser muito mais jovem, mas você me parece igual. É mesmo?
Caro José,
Temos a mesma idade. Vivemos até 1968 em Crato (aquela época eu trabalhava no jornal "A Ação" e Rádio Educadora) e, por incrível que pareça, dos filhos do professor José do Vale você é o único que temo não ter conhecido (pensava que Vicente Ricardo fosse o mais velho, mas minha irmã Ana Maria tirou a dúvida). Lembro-me de todos os seus irmãos, exceção do Paulo que foi criado por sua irmã mais velha, esta casada com meu ex-colega de BNB, Alconforado.
Outro dia eu conversava, em Aiuaba, com um primo seu - que estudou em sua casa - (filho da Celeste e do Francês)e disse exatamente isso a ele.
O Carlos é o caçula dos filhos do velho Rafael.Tem 18 anos menos que eu...
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