Em 27 de fevereiro é comemorado o Dia Nacional do Livro Didático, uma das principais ferramentas utilizadas pelos professores no processo educativo. Mas será que os livros aplicados atualmente pelas escolas brasileiras geram interesse nos estudantes? Muitos deles utilizam métodos que não primam pelo fomento à criatividade e ao senso crítico dos estudantes, fazendo uma abordagem repetitiva dos conteúdos e exigindo dos alunos respostas diretas e homogeneizadas, sem considerar suas especificidades, sua cultura e a realidade onde vivem.
O coordenador do escritório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para os estados da Bahia e Sergipe, Ruy Pavan, explica que a educação contextualizada possibilita levar conteúdos relacionados ao local onde os estudantes vivem para dentro das escolas e espaços alternativos de aprendizagem. "Os livros didáticos têm que refletir o contexto onde a criança está inserida. Não pode existir um livro no semi-árido que fale de neve no inverno. Assim não há identificação com a criança. A capacidade de aprendizado aumenta muito quando os assuntos são apresentados de forma contextualizada, pois o aluno percebe que o mundo em que vive está também dentro da sala de aula", explica.
Uma experiência interessante nesse sentido foi a da Rede de Educação do Semi-árido Brasileiro (Resab), que reuniu autores, convocou estudiosos, sistematizou experiências municipais de educação contextualizada e convidou um grupo de educadores para elaborar a publicação experimental "Conhecendo o Semi-Árido", livro didático que valoriza a diversidade, a cultura, a história, as vivências e a força do povo do sertão e ainda apresenta alternativas para a permanência das pessoas na região. A produção do livro só se tornou possível com o apoio do UNICEF e do Centro de Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). A edição foi realizada com foco nos alunos de 3ª e 4ª séries do ensino fundamental de escolas públicas dos onze Estados que integram a região do Semi-Árido.
Nos meses de novembro e dezembro de 2006, a Resab aplicou um teste de recepção da publicação com 4080 crianças de 17 municípios dos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. O intuito foi avaliar a aceitação do livro por parte dos professores e alunos em sala de aula. Da mesma forma que aponta o documento, Lucineide Martins, membro da Secretaria Executiva da Resab, afirma que a receptividade do livro foi positiva, tanto entre os professores, quanto entre os alunos. Segundo ela, a aplicação do "Conhecendo o Semi-Árido" despertou os jovens para o conhecimento da realidade ao redor da escola, a exemplo da vegetação do semi-árido, assim como para aprender e explorar as capacidades e habilidades da região. "Os alunos ainda passaram a levar os livros para casa e a compartilhar os conteúdos com a família através de discussões", argumenta.
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terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Experiência positiva com o livro didático
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