O Ceará tem um novo recorde em número de açudes sangrando. Até ontem, eram 97, dos 131 monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Antes, o maior registro de açudes que atingiram sua capacidade máxima no Estado era de 95, que sangraram no ano de 2004. O Estado tem armazenado 16,02 milhões de metros cúbicos (m³) de água, o que representa 89,86% do volume máximo no Ceará.
O maior açude do Estado, o Castanhão, está com as comportas abertas desde o último sábado, 25. Cada uma das quatro comportas está com abertura de 1,80 metro. A vazão é de 600 metros cúbicos por segundo. “Mas ainda está entrando mais do que liberando”, diz Francisco Almeida Chaves, gerente da Cogerh nas bacias do Baixo e Médio Jaguaribe. Não há previsão para o fechamento das comportas.
Por causa dos estragos causados pelas chuvas, quatro cidades do Estado já decretaram situação de emergência. Além de Itapajé e Uruburetama, as cidades de Cedro e Milhã estão na mesma situação, decretada pela Defesa Civil do Estado. São 79.626 pessoas afetadas em 48 cidades. Acaraú ainda lidera a lista com 10 mil atingidos. Em Bela Cruz, são mais 7 mil.
Das 7 horas de quarta até as 7 horas de ontem, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou a maior chuva em Limoeiro do Norte - 137 milímetros (mm). Choveu muito também em Itaitinga (118 milímetros) e em Reriutaba (115 milímetros), onde a água invadiu muitas casas e as aulas foram suspensas.
De acordo com a Funceme, de 1º de janeiro até ontem, já choveu 900 milímetros em todo o Ceará. De 2004 para cá, é a maior quantidade de água. Naquele ano, de janeiro a abril, foram 942 milímetros. A diferença é que choveu mais na parte Sul do Estado. Neste ano, tem chovido mais na parte Norte do Ceará, segundo o meteorologista Eduardo Peixoto. No Litoral, as chuvas já são 60% acima da média registrada.
Muitos moradores do Interior citam que o ano de 1974 foi o que teve a maior enchente da história. A Funceme não tem como fazer um comparativo entre esse ano e o de 2009, porque em 1974 menos da metade dos municípios possuíam postos da Funceme. “Como eram menos municípios, a média do Estado tende a ficar mais alta ”, explica Peixoto. Assim, não há como fazer uma avaliação precisa, diz ele.
fonte: Jornal O Povo
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sexta-feira, 1 de maio de 2009
Açudes sangrando no Ceará
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