Crato no início do século XX
Em 1990, Joaryvar Macedo escreveu “Império do Bacamarte”, sobre as deposições de Intendentes (Prefeitos) no Cariri. O Coronel José Belém de Figueiredo foi deposto à bala a 29 de junho de 1904. Mudou-se para Fortaleza, onde morreu pobre e desprezado a 15 de maio de 1925. Como vencido, deixou memória pessimista. Posteriormente, o ilustre advogado e escritor Dr. Raimundo de Oliveira Borges escreveu belo volume sobre os lados positivos do Coronel Belém.
Belém era natural de Milagres, onde começou a vida como agricultor e depois como comerciante. Mudou-se para o Crato, onde era Intendente um parente seu, Coronel José Antônio de Figueiredo. Em Crato, Belém foi nomeado Delegado de Polícia, trabalhou bem, foi condecorado com o título de Coronel da Guarda Nacional e promovido a Comandante Superior da Guarda Nacional na comarca do Crato.
Num gesto de tapeação, enganou o parente coronel José Antônio de Figueiredo e usurpou a Intendência do Crato. Em 1896, já era “o árbitro supremo da política regional” do Cariri. O coronel José Belém tinha uma filha casada no Canindé, sítio São Pedro, com José da Cruz Uchoa Sobrinho (Zeca da Cruz); era Zélia Belém de Figueiredo. O filho do Coronel Belém, de mesmo nome, José Belém de Figueiredo Filho, logo após a deposição do pai, veio para a sombra de Zeca da Cruz. Casado com dona Cecília Queiroz Belém (1896-1973), oportunamente trouxe a família.
José Belém Filho ficou ambulante como o pai; Belém velho saiu de Milagres e foi para o Amazonas, onde deixou uma propriedade que de nada lhe serviu: deixou lá e veio para Fortaleza; ao morrer, a família procurou esta herança e apenas encontrou um terreno invadido. Belém Filho deixou a fazenda São Pedro desgostoso com Zeca da Cruz, foi morar na fazenda vizinha, chamada então Veados e agora Alto Bonito. Daí foi para outra fazenda, Negreiros, ao lado da fazenda São Pedro. Saiu de novo e foi para a fazenda Salão Um (lado direito de quem desce o rio Salão, onde está um açude; o lado esquerdo é Salão Dois). Daí veio para Canindé, rua Tabelião Facundo, Alto do Romeiro, onde morreu pobre, em casa alugada, a 10 de junho de 1963.
A descendência de Belém Filho foi numerosa; deixou 10 filhos, todos assinando Belém de Figueiredo: Amadeu, 7 filhos; Francisco, 5 filhos; Monte, 5 filhos; Edmar; Wilson, 2 filhos; Maria Luiza, 11 filhos, Estella, 4 filhos; Lourdes, 5 filhos; Berenice, 5 filhos; Mirtes não casou. Aí vão 44 netos. Os Belém demonstraram inteligência superior e fizeram saliente, sobretudo na magistratura. Diógenes Belém de Figueiredo foi Deputado Estadual. Foram muitos os Desembargadores: Manoel Belém de Figueiredo, Otacílio Peixoto de Alencar, Mário Peixoto de Alencar, Manoel Peixoto de Alencar e Cursino Belém de Figueiredo (dois com o mesmo nome). Ainda há filhos vivos de Belém Filho.
A morte de Belém Filho – morreu de infarto; morreu só; Foi deitar-se e ligou o rádio na Sociedade da Bahia. Pela manhã, o rádio ligado bradava a campanha da vassourinha de Jânio Quadros e o velho estava desligado e calado: morto, com 82 anos.
Estas convulsões sociais no Cariri trouxeram uma imensa contribuição de famílias importantes para Canindé. Veja só: com José Belém vieram do Crato para Canindé Antônio Neco, João Neco e José Geraldo Bezerra de Menezes. Uma sobrinha de Antônio Neco (Antônia Araújo Barreto) casou com Juvenal Bezerril (ou Bizarria) Feitosa, Raimunda Colares Feitosa. Mário Alencar Barreto casou com Celestina Colares Feitosa. Com Celestina vieram dois irmãos rapazes e sete irmãs moças, do Buriti, de Crato, todos com o biótipo dos Feitosas de Santana do Cariri. Deixaram uma árvore genealógica respeitável.
José Geraldo deixou outra árvore frondosa de Bezerra de Menezes. José Geraldo era filho de Cícero Lobo, tabelião em Crato, e irmão do Dr. Geraldo Lobo, também Tabelião em Crato. E estas árvores deram muitos nomes ilustres ao Canindé. Assim o Canindé ficou devendo este contributo familiar digno de nota para a perpétua memória do acontecimento. Falta-me dizer que José Geraldo procede da Pasta do Riacho do Sangue, como também José Bezerra de Menezes, pai do Coronel Adauto Bezerra, netos e bisnetos de meu avô materno, Felizardo Bezerra. Somos primos.
Belém era natural de Milagres, onde começou a vida como agricultor e depois como comerciante. Mudou-se para o Crato, onde era Intendente um parente seu, Coronel José Antônio de Figueiredo. Em Crato, Belém foi nomeado Delegado de Polícia, trabalhou bem, foi condecorado com o título de Coronel da Guarda Nacional e promovido a Comandante Superior da Guarda Nacional na comarca do Crato.
Num gesto de tapeação, enganou o parente coronel José Antônio de Figueiredo e usurpou a Intendência do Crato. Em 1896, já era “o árbitro supremo da política regional” do Cariri. O coronel José Belém tinha uma filha casada no Canindé, sítio São Pedro, com José da Cruz Uchoa Sobrinho (Zeca da Cruz); era Zélia Belém de Figueiredo. O filho do Coronel Belém, de mesmo nome, José Belém de Figueiredo Filho, logo após a deposição do pai, veio para a sombra de Zeca da Cruz. Casado com dona Cecília Queiroz Belém (1896-1973), oportunamente trouxe a família.
José Belém Filho ficou ambulante como o pai; Belém velho saiu de Milagres e foi para o Amazonas, onde deixou uma propriedade que de nada lhe serviu: deixou lá e veio para Fortaleza; ao morrer, a família procurou esta herança e apenas encontrou um terreno invadido. Belém Filho deixou a fazenda São Pedro desgostoso com Zeca da Cruz, foi morar na fazenda vizinha, chamada então Veados e agora Alto Bonito. Daí foi para outra fazenda, Negreiros, ao lado da fazenda São Pedro. Saiu de novo e foi para a fazenda Salão Um (lado direito de quem desce o rio Salão, onde está um açude; o lado esquerdo é Salão Dois). Daí veio para Canindé, rua Tabelião Facundo, Alto do Romeiro, onde morreu pobre, em casa alugada, a 10 de junho de 1963.
A descendência de Belém Filho foi numerosa; deixou 10 filhos, todos assinando Belém de Figueiredo: Amadeu, 7 filhos; Francisco, 5 filhos; Monte, 5 filhos; Edmar; Wilson, 2 filhos; Maria Luiza, 11 filhos, Estella, 4 filhos; Lourdes, 5 filhos; Berenice, 5 filhos; Mirtes não casou. Aí vão 44 netos. Os Belém demonstraram inteligência superior e fizeram saliente, sobretudo na magistratura. Diógenes Belém de Figueiredo foi Deputado Estadual. Foram muitos os Desembargadores: Manoel Belém de Figueiredo, Otacílio Peixoto de Alencar, Mário Peixoto de Alencar, Manoel Peixoto de Alencar e Cursino Belém de Figueiredo (dois com o mesmo nome). Ainda há filhos vivos de Belém Filho.
A morte de Belém Filho – morreu de infarto; morreu só; Foi deitar-se e ligou o rádio na Sociedade da Bahia. Pela manhã, o rádio ligado bradava a campanha da vassourinha de Jânio Quadros e o velho estava desligado e calado: morto, com 82 anos.
Estas convulsões sociais no Cariri trouxeram uma imensa contribuição de famílias importantes para Canindé. Veja só: com José Belém vieram do Crato para Canindé Antônio Neco, João Neco e José Geraldo Bezerra de Menezes. Uma sobrinha de Antônio Neco (Antônia Araújo Barreto) casou com Juvenal Bezerril (ou Bizarria) Feitosa, Raimunda Colares Feitosa. Mário Alencar Barreto casou com Celestina Colares Feitosa. Com Celestina vieram dois irmãos rapazes e sete irmãs moças, do Buriti, de Crato, todos com o biótipo dos Feitosas de Santana do Cariri. Deixaram uma árvore genealógica respeitável.
José Geraldo deixou outra árvore frondosa de Bezerra de Menezes. José Geraldo era filho de Cícero Lobo, tabelião em Crato, e irmão do Dr. Geraldo Lobo, também Tabelião em Crato. E estas árvores deram muitos nomes ilustres ao Canindé. Assim o Canindé ficou devendo este contributo familiar digno de nota para a perpétua memória do acontecimento. Falta-me dizer que José Geraldo procede da Pasta do Riacho do Sangue, como também José Bezerra de Menezes, pai do Coronel Adauto Bezerra, netos e bisnetos de meu avô materno, Felizardo Bezerra. Somos primos.
Texto: Padre Neri Feitosa
2 comentários:
Meu nome é Maria Elizabeth Porto Belém, neta do Cursino Belém e bisneta do cel Belém, com muito orgulho.
Padre Neri, você devia se informar melhor sobre o que realmente aconteceu com meu bisavô. E ter mais cuidado com as expressões que usa. Deixo aqui meu protesto contra o seu texto.Leia o livro De Raimundo de Oliveira Borges "O Coronel Belém do Crato " "O Injustiçado" e saberá a verdade. Nada mais a declarar.
Meu nome é Francisco Belém de Figueiredo Neto, tive pouco contato com a Familia...uma pena, pois temos uma historia impressionante
Postar um comentário