agora que os lábios se arquearam
e meus olhos são dois lagos salobros
posso dizer que não pude cruzar a ponte
e beber poesia na própria fonte
fantasma
tangenciei as sombras de tuas palavras
mas poderia ser pior
um abismo poderia prenhe de trevas
abrir sua boca de infinitas horas
e eu não passar de mais um
que ao fim chega carregado
por duros braços alheios
o mínimo atravessou-me a porta
conduzido pela mão de um poeta
afugentou a solidão e o escuro
o destino de ser completamente oco
numa terra desolada
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sexta-feira, 9 de outubro de 2009
aos 75?
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2 comentários:
Chagas, bela poesia, mais uma daquelas que parecem ser feitas para serem lidas numa manhã de sábado.
Carlos, esse poema surgiu da seguinte idéia: e se chego aos 75 sem ler T. S. Eliot em sua própria língua? O que eu diria, se me fosse possível lhe dizer alguma coisa? "O destino de ser completamente oco numa terra desolada" faz uma referência aos poemas "os homens ocos" e "A terra desolada" que li numa tradução do poeta Ivan Junqueira.
"Nós somos os homens ocos
Os homens empalhados
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada. Ai de nós!" (Eliot)
Bom sábado.
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