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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Dom Panico festeja 38 anos de sacerdócio



O bispo da Diocese do Crato, dom Fernando Panico, está comemorando quase quatro décadas do seu sacerdócio

Crato. O bispo da Diocese do Crato, dom Fernando Panico, está comemorando 38 anos de sacerdócio, oito dos quais, na mesma Diocese, onde ele desenvolve relevante ação missionária, uma evangelização fundamentada nos princípios éticos, morais e religiosos da Igreja. Ao rever o passado no retrovisor do tempo, lembra a frase que foi escrita no santinho de lembranças de sua ordenação: "Obrigado Senhor, porque o Teu amor é para sempre". A frase, segundo ele, o acompanha em toda sua vida sacerdotal.

Hoje, com 63 anos de idade, 16 de bispo e 38 de sacerdócio, dom Panico lembra a sua chegada ao Brasil, em 1974, para trabalhar no interior do Maranhão, seu primeiro e grande amor. "Ali aprendi de verdade como o sacerdote deve ser desinteressado, despojado. Ali senti a alegria de ser padre, de ser missionário, sem meios humanos, mas contando com a graça de Deus e o apoio do povo".

Depois da experiência no Maranhão, convivendo com os pobres, ele foi nomeado bispo de Oeiras-Floriano, no Piauí, outro Estado pobre, segundo afirmou, mas muito católico, "um povo que sabe fazer do sofrimento uma expressão de resistência", definiu. Finalmente, a Diocese de Crato, onde ele disse ter encontrado uma Igreja pujante, viva e aberta. "Agradeço a Deus o fato de ser bispo de uma Igreja romeira. Aqui eu abri as portas da Diocese e do meu próprio coração para acolher bem os irmãos romeiros que vem nos ensinar, na simplicidade da fé, como servir e amar a Deus".

Ao fazer esta retrospectiva, dom Panico lembra que "não é santo, é um pobre pecador. Por isso, eu peço a misericórdia de toda a Diocese para me ajudar a trilhar os caminhos de Jesus em busca da santidade, da conversão e da comunhão fraterna. Rezem por mim para que eu seja aquele pastor que o povo de Deus espera", pediu.

Bispo das mudanças

Plugado na internet e identificado com as mudanças do mundo globalizado, dom Panico tem uma visão crítica da sociedade contemporânea. Para ele, "o mundo em que estamos vivendo mostra-se cansado, com um cansaço civilizacional, onde a modernidade avançada, tem mostrado sintomas de exaustão". A herança deixada pelo século XX, segundo ele, é herança de guerras e genocídios, de milhões de vítimas das armas, da violência, da intolerância.

O bispo defende a construção de um mundo diferente. "Queremos romper com este modelo de sociedade que torna tudo mercadoria, inaugurar um novo modo de ver as pessoas. Buscar outro modelo de sociedade e de vida que nos faz cada dia mais realizado e feliz".

Ele acrescentou que "os cristãos confiam que um mundo novo poderá ser gerado se todos os seres humanos, homens e mulheres, cooperarem com a graça de Deus para construir uma sociedade diferente, aceitando que cada novo avanço no caminho da justiça e da paz seja obtido pelo amor e pelo empenho de cada um, em conjunto com o esforço de todos. A nova sociedade que queremos ajudar a construir é uma sociedade baseada na solidariedade".

É dentro dessa percepção uma sociedade moderna e, ao mesmo tempo, voltada para os valores da fé cristão, que dom Panico vem governando a Diocese do Crato, promovendo mudanças estruturais em todos os setores, cumprindo criteriosamente a sua função missionária.

Durante oito anos à frente da Diocese, ele fundou a Faculdade Católica do Cariri, reabriu o Curso de Teologia do Seminário Maior de São José, ordenou 42 padres, 17 diáconos permanentes, trouxe diversas Congregações Religiosas para a Diocese, inclusive a Congregação dos Padres Camilianos e Sulpicianos que administram o Hospital São Francisco e o Seminário São José, apoiou a Missão Resgate, que dirige a Rádio Educadora do Cariri e lançou as Santas Missões Populares.

O ritmo das mudanças e da valorização dos pobres, mudança de comportamento foi anunciada em uma de suas Cartas Pastorais, quando ele advertiu: "É impossível não levar em conta, na minha missão de bispo de Crato, a situação muito especial da cidade de Juazeiro, que é um importante centro de romaria no Nordeste por causa da memória que o povo cultiva, com muito carinho e devoção, do Padre Cícero Romão Batista, presbítero da nossa Diocese que merece nosso carinho, apesar de tudo o que contra ele aconteceu e se tem escrito".

A defesa do Padre Cícero não ficou somente no discurso. Atendendo a um pedido do então Cardeal Joseph Ratzinger, hoje papa Bento XVI, dom Fernando formou uma Comissão de Estudos para o Processo de Reabilitação Histórico-Eclesial do Padre Cícero Romão Batista. No dia 30 de maio de 2006, os documentos foram entregues à Congregação para a Doutrina da Fé, em Roma.

Recentemente, quando da visita "ad límina" ao Vaticano, dom Panico entregou um livro sobre o Padre Cícero ao papa, enquanto os bispos do Regional Nordeste-2 solicitaram reabilitação canônica do Padre Cícero Romão Batista e a Canonização do Apóstolo da Caridade, o Padre Ibiapina. Esta semana, ele revelou mais detalhes da visita, destacando que o papa prometeu a aceleração do processo que está sendo analisado na Congregação para a Doutrina da Fé.

FIQUE POR DENTRO

Chegada ao Brasil

Dom Fernando Panico nasceu em Tricase (Lecce), Itália, no dia 1 de janeiro de 1946. Foi ordenado no dia 31 de outubro de 1971, em Roma. Neste mesmo ano, iniciou o curso de mestrado em Teologia Litúrgica, no Pontifício Instituto Litúrgico, em Roma, que concluiu em 1974. Em dezembro de 1974 chega ao Brasil, para exercer seu ministério missionário no Maranhão. De 1974 a 1981 permaneceu em Pinheiro, na Baixada Maranhense. Em janeiro de 1982 é transferido para São Luís do Maranhão. Em 1989 é transferido para São Paulo, a fim de iniciar o curso de doutorado em Liturgia, na Pontifícia Faculdade de Nossa Senhora da Assunção. Na Secretaria da mesma Faculdade, registrou o plano e o título da dissertação doutoral. Uma pesquisa de campo deu início à elaboração da tese, que não pôde ser concluída pelo advento de novos encargos no Instituto Religioso dos Missionários do Sagrado Coração e na Igreja. Concluídos os cursos acadêmicos para o ciclo do doutorado, em 1990 é nomeado mestre de Noviços dos Missionários do Sagrado Coração no Brasil, deslocando-se para a cidade de Pirassununga, no interior de São Paulo. Em fevereiro de 1991 retornou para São Luís do Maranhão, tendo sido nomeado superior regional dos Missionários do Sagrado Coração, no Maranhão e Ceará. Além do exercício do superiorato, foi também encarregado de preparar e coordenar a visita do Papa João Paulo em São Luís do Maranhão (l 992). No dia 2 de junho de 1993, o Papa João Paulo II o nomeou Bispo da vacante sede diocesana de Oeiras-Floriano, no Piauí. Em 1993 foi sagrado Bispo.

Mais Informações:
Cúria Diocesana
Rua Teófilo Siqueira, 631
E-mail - curia@diocesedecrato.org.br
(88) 3521.1110

Antônio Vicelmo - Repórter
Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/regional - 04.11.2009

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