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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A corrupção do dia de hoje - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Quando alguém nos diz para reconstruir a casa toda por causa de um vazamento sempre desconfiamos da solução. Sabemos que a troca de alguns canos pode ser a solução. Eis que a corrupção vaza por todos os canos da República.

As imagens da corrupção no Distrito Federal, ampla, geral e irrestrita a todos os poderes bem diz de tantos canos oxidados. Aliás, quando do “escândalo” do mensalão, tanta “sangria” que o PSDB e o DEM conseguiram do PT e do próprio presidente da República. Maior foi o exangue uma vez que o Partido dos Trabalhadores fazia política exatamente na fenda da corrupção. A corporação da Deputação e da Senatoria jamais se esquecera dos trezentos picaretas que o Lula denunciara.

Especialmente no olimpo do Senado em que os filhos bem criados da elite nacional se julgam acima do bem e do mal. Legislam e comissionam para si e ainda acham que atendem ao coletivo da multidão do território pátrio. Os “contrabandos” em artigos da legislação para atender a lobbies, as pressões sobre os órgãos de fomento para financiarem a empresa dos amigos, a grana dos fornecedores do Estado numa cadeia que apenas sustenta o mesmo modelo concentrador da renda nacional. E sem renda familiar não existe nem mercado interno e nem transparência democrática.

Por vezes há que se enfrentarem os graves problemas. Ninguém pode se acovardar apenas por que existe um gigante morando na ponta do enorme pé de feijão. E os juros nacionais pagos e a pagar? Não se encontra na mesma matriz da corrupção? Mas enfrentar o capital volátil internacional, predador e falso, olhar as contas evasivas das famílias de sucesso financeiro cá dentro, é uma missão de união de todos. Pois todos sofreremos juntos e igualmente juntos estaremos no outro lado confiando em nós mesmos e na defesa de todos os brasileiros. Ou seja, de sua economia nacional.

Então não vamos cair na patetice do médico que joga fora o bebê junto com a água da bacia. Ao contrário do que os “catões” da república cospem apenas das papilas gustativas para fora ou destas “vestais” que lembram o velho provérbio do “sepulcro caiado”. Ao contrário, repito, vamos fazer mais política. Vamos exercer mais democracia direta, relativizar um pouco a instituição da representação. E relativizar ainda pode não ser a superação desta representatividade, mas subordiná-la ao cotidiano de cada manhã ao invés destas visitas eventuais de quatro em quatro anos.

E os corruptores? Mamando nas tetas do Estado, ou tentando salvar seu “negócio” de “fornecedor eterno”, se tornam irmão siamês, necessário e inarredável da “instituição” da corrupção. Lembram das empresas de propaganda e marketing que serviam de fachada para os financiamentos do “mensalão”, o do PT e o mineiro do PSDB? Olhem para as empresas de informática que aí tem. Olhem para os fornecedores de material didático, para as empresas de comunicação, para os materiais de saúde e, claro, como é velha a república, para os empreiteiros.

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