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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A Evolução Futura do Homem


O grande engano da civilização ocidental moderna foi ter se confundida ao misturar o “joio moral” com o “trigo ético”. E esse engano foi propiciado pela lógica racional de que a evolução técnica (“nas palavras de Max Planck: o real é o mensurável”) por si só levaria o homem a uma solução de seus problemas paralelamente a uma transcendência ética, ou seja, colocou virtual e inconscientemente a evolução ética como subproduto do progresso técnico. Tal engano – produzido pela excessiva racionalização! - está sendo fatal, pois sem a transcendência ética o mundo estará inexoravelmente se aproximando de uma grande crise ética-ecológica irreversível onde o homem utilizará toda a transcendência técnica contra si mesmo porque ainda não percebeu (porque não tem sensibilidade para ver essa problemática existencial em si mesmo!) que existem dois contextos ou caminhos evolutivos (transcendentes) independentes. Isso implica dizer que a evolução técnica não aperfeiçoa o caráter humano. Este tem uma dimensão de trabalho e caminho de transformação próprio (existencial-pessoal). A aproximação com o saber e práxis espiritual oriental é vital.

E segundo o filósofo e místico oriental SRI AUROBINDO :

“A espiritualidade é em sua essência um despertar para a realização interior de nosso ser, para um espírito, um si, uma alma, que é diferente de nossa mente, vida e corpo, uma aspiração interior a conhecer, sentir, ser isso, a entrar em contato com a Realidade maior que está além, que penetra o universo e habita também nosso próprio ser, a estar em comunhão com Ela, em união com Ela, e é uma guinada, uma conversão, uma transformação do nosso ser inteiro, como resultado da aspiração, do contato, da união, um crescimento ou um despertar para um novo vir-a-ser, ou um novo ser, um novo si, uma nova natureza.

Há quatro linhas principais que a Natureza seguiu em sua tentativa de começar a abrir o ser interior - religião, ocultismo, pensamento espiritual e uma realização e experiência espiritual interior; as três primeiras são aproximações, a última é a avenida decisiva de entrada. Todos estes quatros poderes trabalham em ação simultânea, mais ou menos relacionados, às vezes em uma independência isolada. A religião admitiu um elemento oculto em seu ritual, cerimônia e sacramento; ela se debruçou sobre o pensamento espiritual de apoio - o primeiro é ordinariamente o método ocidental, o último o oriental; mas a experiência espiritual é o objetivo e a consecução final da religião, seu céu e ápice.

Cada um desses meios ou aproximação corresponde a algo em nosso ser total, e portanto a algo necessário ao objetivo total de sua evolução. Há quatro necessidades da auto-expansão do homem, para ele não permanecer este ser da ignorância de superfície, procurando obscuramente a verdade das coisas, coletando e sistematizando fragmentos e secções de conhecimento, a pequena criatura limitada e semicompetente da Força cósmica, que ele é agora em sua natureza fenomênica. Ele deve conhecer-se, descobrir e utilizar todas as suas potencialidades: mas para conhecer a si próprio e ao mundo completamente, ele tem que ir atrás de si mesmo e de seu exterior, tem que mergulhar fundo, abaixo de sua própria superfície mental e da superfície física da Natureza” (p.64-65).

AUROBINDO, SRI - A Evolução Futura do Homem, s.e., São Paulo, Cultrix, 1976.

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