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sábado, 2 de outubro de 2010

Governo do Equador confirma 8 mortos em protestos policiais

Militares carregam corpo do soldado Jacinto Cortez, morto na operação de resgate de Correa (Foto: Reuters)

O governo equatoriano confirmou na sexta-feira que oito pessoas morreram durante a revolta policial do dia anterior, que terminou com um confronto entre as forças de segurança e os militares que resgataram o presidente Rafael Correa do hospital em que estava retido. O Ministério da Saúde informou em comunicado a morte de dois policiais e de seis civis durante os protestos de policiais para defender o pagamento de bônus e benefícios.

Os dois policiais e um civil morreram no confronto em Quito. Os outros cinco morreram em Guayaquil pelo violência em atos criminosos registrados ao longo do dia.

O ministro da Saúde, David Chiriboga, por outro lado, disse que 274 pessoas ficaram feridas, das quais 22 estão em estado grave.

O governo declarou três dias de luto nacional pelas pessoas que morreram. Policiais e militares se enfrentaram em um tiroteio que foi transmitido ao vivo por canais de televisão privados durante a operação militar para resgatar o presidente Correa do hospital da polícia.

O mandatário ficou retido no lugar depois de ser vaiado por manifestantes, que lançaram contra ele gás lacrimogêneo após tentar mediar uma solução ao conflito no quartel tomado pelos policiais em protesto.

Entenda a crise - Os distúrbios registrados no Equador têm origem na recusa dos militares em aceitar uma reforma legal proposta pelo presidente Rafael Correa para reduzir os custos do Estado. As medidas preveem a eliminação de benefícios econômicos das tropas. Além disso, o presidente também considera a dissolução do Congresso, o que lhe permitiria governar por decreto até as próximas eleições, depois que membros do próprio partido de Correa, de esquerda, bloquearam no legislativo projetos do governante.

Isso fez com que centenas de agentes das forças de segurança do país saíssem às ruas da capital Quito para protestar. O aeroporto internacional chegou a ser fechado. No principal regimento da cidade, Correa tentou abafar o levante. Houve confusão, e o presidente foi agredido e atingido com bombas de gás. Correa precisou ser levado a um hospital para ser atendido. De lá, disse que havia uma tentativa de golpe de Estado. Foi declarado estado de exceção no Equador - com militares convocados para garantir a segurança nas ruas. Mesmo assim, milhares de pessoas saíram às ruas da cidade para apoiar o presidente equatoriano.

Após passar mais de 10 horas no hospital, Correa foi resgatado do prédio cercado por rebeldes. Na operação, houve troca de tiros entre militares e policiais. Correa foi levado para o Palácio Presidencial, de onde discursou para milhares de simpatizantes. Segundo a Cruz Vermelha do Equador, duas pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridas nos distúrbios.

Fonte: Terra

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