A pequenez das individualidades humanas responde a um tanto das indignações que vivem aparecendo nas encruzilhadas deste mundo. É pisarem no pé da gente que sobe fogo de arrogância do tamanho da falta de juízo, gerando atitudes imprudentes, garras afiadas rasgando folhas de zinco e palavras agressivas de sapecar e sacudir as estruturas em volta. Riscos inesperados de causar contrariedade em nós e nos outros, nas famílias, na sociedade, destruindo esperanças e futuros brilhantes pela frente. Depois que passa o temporal, sobra grudado no céu da boca o desassossego da raiva, bicho que, alimentado no orgulho, sujeita virar ódio, com amplas repercussões negativas, de causar espanto nas páginas policiais mais avermelhadas.
Esse endurecimento de gênio vem de longe, dos tempos de menino, das famílias equivocadas e seus conselhos de vingança. Lembro bem de quando no colégio apareciam desentendimentos de alunos, o professor José do Vale buscava contornar a revolta dos mais agressivos, e dizia:
- Vocês já ouviram falar na existência de um quarteirão de valentões? - Isso ele justificava porque os valentões não duram muito, se destroem com extrema facilidade, pois, como dizem os orientais, ninguém se aguenta muito tempo na ponta dos pés.
A mansuetude, portanto, torna-se, a cada momento, uma norma de sabedoria valiosa para todos os lugares deste chão, ainda que haja competições de tudo quanto é lado. O capitalismo vive disso, da competitividade exacerbada, porém insiste em desestimular o extremo das guerras, numa contraditória hipocrisia. Essa constatação demonstra ser a do fio de equilíbrio em que se arrasta a civilização deste período da história.
Jesus, no entanto, trouxe o perdão das ofensas qual motivo da evolução aos níveis espirituais do seu Reino dos Céus. Dar a outra face quando nos baterem. Ignorar as provocações. Não ter inimigos. Uma doutrina digna e fundamental para a transformação superior que buscamos em nos mesmos, no embates da convivência pacífica. O Caminho, a Verdade e a Vida, passos da salvação dessa jornada, no campo atual das coisas materiais.
Assim, o perdão revela o lado divino dos seres humanos e que os conduzirá ao sonho da esperada felicidade, única justificativa de atravessar os desafios da existência com glória e com sucesso. Instrumento de exercitar a humildade, quem obtém o grau de praticar o perdão decerto usufrui no coração os valores da aceitação de melhores sentimentos bons, o que Jesus ensina através de suas santas palavras.
Perdoar, eis o meio eficiente de acalmar, dentro de si, as forças destruidoras da agressividade, sentimento contrário à poderosa Lei do Amor maior.
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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
As razões do perdão - Emerson Monteiro
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