Das estatísticas recentes, e estatísticas viraram instrumentos que norteiam muitas ações desses tempos complexos, alguns números sacolejam as sólidas bases de qualquer cidadão pacato e desinformado, a exemplo do que ouvi na semana que passou, que, minuto a minuto, quatro senhoras casadas são espancadas por seus esposos em um dos lares deste País continental. Isto é, de 15 em 15 segundos se comente um delito, agressões brutais, estúpidas e inconcebíveis em qualquer mundo dito civilizado.
Ainda se ouvia, de épocas românticas, que em mulher não se bate nem com uma flor, para, noutras palavras, dizer que ninguém é saco de pancada, muito menos as representantes do belo sexo, quando, de supetão, rasgaram-se as empanadas da hipocrisia machista e a realidade fria dos números explodiu qual ferida interna de um corpo doente, desse mundo social cheio de aleijões e atrasos.
O desrespeito para com os semelhantes caracteriza fases lastimáveis da vida em grupo, impondo atitudes agressivas e a repressão do próprio sistema, contudo tratar os sintomas sem curar as origens do mal apenas mascara os conflitos, escondendo causas e multiplicando riscos posteriores.
Por isso, há mesmo que se buscar, no íntimo das pessoas, as razões virulentas de tanta perversidade, que constrangem os padrões da normalidade. Não dá mais para fingir que o problema pertence aos outros. Os pactos ora existentes reclamam doses maiores de sinceridade e mudança nas práticas contínuas que parecem longe de acabar.
As ausências de comunicação entre os que se casam demonstram quase nenhum compromisso de amizade e companheirismo, talvez, quem sabe?, só interesse material, sexual; daí, carências de religiosidade e vulgarização da maldade sujeitam a levar ao seio da família, porto seguro das tradições culturais e educativas dos filhos, durante todo tempo. Viver em comunidade começa no âmbito familiar, célula-mãe das sociedades, conceito repetido e pouco exercitado.
Quando um homem e uma mulher resolvem firmar os laços puros do matrimônio, deve haver responsabilidade, existir valores mínimos para formar o lar, sonhos de paz, apoio mútuo, trabalho, satisfação pessoal, experiências profissionais somadas, união de princípios; fora disso inexistiriam justas condições de constituir um casal no sentido pleno.
Assim, face aos acontecimentos desta hora crítica, apenas persistirá a esperança de transformar este chão comum onde vivemos e trazer de volta paz aos lares, mediante o carinho autêntico e valioso de quem acredita nas bênçãos que nascem dos laços sagrados da justa felicidade entre os casais.
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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Vida a dois - Emerson Monteiro
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