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domingo, 30 de janeiro de 2011

Dois dias depois - Emerson Monteiro


No jornalismo, notícias são acontecimentos de interesse público divulgados pelos meios de comunicação de massa, e existem formas de avaliar a importância das notícias conforme a sua relevância. Uma dessas formas é a proximidade. Entre duas notícias, uma sempre melhor atende a esse requisito de tocar mais de perto a comunidade.
Enquanto avistávamos, no Cariri, as catástrofes climáticas ocorridas em cidades do Rio de Janeiro, as notícias guardavam proporção considerável, porém representavam marcas noutras populações afastadas geograficamente falando. Agora, contudo, diante da cheia desproporcional do Rio Grangeiro, a força das águas nos mostrou outras dimensões, em face da ligação imediata do acontecimento.
Esta madrugada, dois dias depois, circulando nalgumas avenidas que margeiam o Canal e ruas circunvizinhas ainda em fase de arrumação, avaliei de perto a dimensão do fenômeno meteorológico que confrangeu toda a cidade de Crato na madrugada do dia 28 de janeiro de 2011.
A imagem principal da cena deixa às claras o risco constante que representa, a curtos e longos prazos, viver exposto à imprevisibilidade natural de possibilidades antes anunciadas. Longe dos brados alarmistas ou lendários, domar rio de tamanha impetuosidade torna-se, de hoje adiante, o fator determinante das administrações, independente do que passou, perante as transformações causadas pela ação do homem nas encostas da serra nestes dois séculos de aproximação.
Olhar o assunto de frente, encontrar a solução de engenharia que ultrapasse apenas os sintomas e siga direto à base do problema, sem contemporizar, porquanto a tensão persistirá em graus adiantados durante as fases invernosas do futuro. Interessa, pois, a todos, superar os limites desta herança histórica da localização do núcleo urbano que tanto admiramos e queremos.
Somar a potencialidade dos cidadãos e reconstruir as esperanças da tranquilidade sob outros prismas, na vontade política de uma gente trabalhadora e pacífica, civilizada, respeitada na história e dotada de cultura, cheia de boa vontade e amor pela terra em que vivemos nossas vidas. Despertar as novas energias da autoestima para preservar a natureza em volta com equilíbrio e inteligência.
Existirá, com certeza, solução adequada e coerente, desde que se saiba encaminhar estudos e as providências certas.

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