A infinita sabedoria dos povos, colhida numa única frase e no decorrer de tantas eras, apresenta lições que funcionam como remédio de curar as feridas do tempo. Diz São Paulo que ninguém deve confrontar as agulhadas recebidas (Não recalcitreis contra o aguilhão, nas suas palavras textuais, na Bíblia). Isto representa a necessidade de aceitar as contingências humanas quais instrumentos que levam a subir o caminho evolutivo cheio de segredos imensos.
Desesperar jamais, portanto. Integrar, nos elementos da história pessoal de cada um, desafios quais peças da engrenagem que trará crescimento individual. Mesmo porque, a revolta de nada serviria e ainda agravaria as circunstâncias que não pediram licença para vir a campo. Quem se desespera, ou se revolta, sofre de qualquer jeito, e agrava o sofrimento duas vezes, pelo sofrimento e pela ausência da conformação.
Há mistérios que exigem paciência e trabalho, na continuação de viver. Tocar adiante do jeito que as coisas chegarem, até conseguir respostas que satisfaçam as indagações, eis o modo responsável de vencer. Isto face ao que ensinam aqueles que amenizaram as dores com notícias inteligentes, a todo o momento que olharmos na estrada dos demais. Os sábios, santos, vitoriosos da nossa humanidade, buscaram responder às grandes questões da dor através do esforço íntimo de superar os obstáculos com carinho e aceitá-los feitos filhos de um Pai supremo que a tudo supervisiona. Irmã dor, considerava São Francisco de Assis. A religiosidade torna-se, nas horas críticas, bênçãos inigualáveis de cruzar os rios cheios das provas vivas.
Deus, o sagrado de todos nós, o símbolo máximo do coração das gentes, a Este, sim, devemos pedir com ânimo forte, no silêncio reverente dos santuários da existência, nas preces fervorosas que reduzirão, do jeito próprio, as maiores indagações de sentido para viver bem.
Abrir o espaço que só a Ele pertence dentro de nós e deixar, com tranquilidade, chegarem forças de aceitar o que nos reserva o calendário da busca espiritual. Pois o merecimento se apresenta a quem se permite receber. Nessa hora, a conformação iluminará a alma e os frutos do amor virão à tona tais milagres, traduzindo na paz o bem das melhores soluções.
Ao parar e olhar em volta é que se observa o tanto de oportunidades oferecidas aos que sofreram e souberam reunir as inúmeras aulas da humildade produzidas pelo sofrimento, e nos enriquecer do que mais precisamos para sobreviver, feitos superheróis de filmes e quadrinhos.
Por isto, pelos dons da superação que os protagonistas do drama existencial são capazes de vivenciar e disso tirar o sabor mais precioso, a consciência popular criou o conceito de que a dor ensina a gemer, uma filosofia capaz de preencher o vazio das dificuldades naturais com atitude corajosa e confiante.
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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
A dor ensina a gemer - Emerson Monteiro
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