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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

RELEMBRANDO O CRATO ANTIGO - Pedro Esmeraldo


Foto capturada do Blog do Crato

Estamos tentando relembrar o Crato antigo. Era uma cidade pequena, mas de aspecto agradável, semelhante a uma cidade civilizada do sul do país. Seu povo vestia-se bem, andava bem trajado, sempre elegante, não fazia vergonha ao se apresentar em qualquer reunião social no cenário de todas as camadas da sociedade. O homem, enfatiotado e circunspecto, não se envergonhava de freqüentar os maiores convívios sociais.

Era uma cidade que quase não tinha indústria, a não ser pequenas indústrias de beneficiamento de arroz e algodão. O algodão, após ser beneficiado, tinha a lã transportada para os grandes centros do país. Também havia duas indústrias de ração para bovinos, satisfazendo o provimento da pecuária leiteira da região.

As suas principais praças eram localizadas no centro da cidade como: Francisco Sá, que é uma das praças mais bonitas do Ceará. Lá está instalada a coluna da hora e a estátua da samaritana, oferecida pelo artista e jogador de futebol Mundinho, grande craque cratense.

Também serviu de palco da antiga fonte luminosa, talvez abandonada por falta de recursos financeiros. Mesmo na parte central da cidade, havia um antigo mercado público, cognominado pela massa popular de arapuca, onde hoje é localizado o Banco do Brasil.

Naquele tempo, o crescimento do Crato era lento, mas digamos, com força de expressão, era uma cidade quase civilizada que tinha aspecto de cidade grande porque seu comércio era bastante intenso, devido a predominância da cana-de-açúcar e do algodão, que se encontrava no apogeu, considerada como um grande centro elevado de economia regional.

Os engenhos, ao redor da cidade, adocicavam a economia com o afago do seu mel, transmitindo um cheiro agradável ao visitante da cidade.

Posteriormente, essas duas culturas, ou seja, da cana-de-açúcar e do algodão arruinaram-se e o agricultor cratense estava totalmente despreparado para outra atividade correlata. Daí surgiu o descrédito econômico do agricultor que não sabe sobressair-se das dificuldades financeiras e ficou arrasado financeiramente, deixando cair no ostracismo social.

Quanto á queda do consumo da rapadura, observamos que, nos tempos modernos, o homem passou a mudar de hábito alimentar, abandonando certos costumes, afastando-se dos costumes regionais, mudando-se de costumes alimentares, esquecendo dos produtos da região, deixando o agricultor arrasado e desinteressado pelo trabalho agrícola.

Os homens de outrora, principalmente os da classe política encontravam-se totalmente despreparados para enfrentar o trabalho efetivo e ponderando com muita reflexão, não procuravam pormenores para descobrir a causa da queda da nossa economia, cruzavam os braços e não observavam os prós e os contras, a fim de qualificar o homem para exercer, com dignidade, novas profissões com trabalho que lhe fosse favorável ao seu sustento.

Lembramos ainda que o procedimento negativo do agricultor trouxe péssimas consequências para a economia cratense.

Não recorremos aos melhores métodos que fossem apropriados ao homem, sem aflição, verificar qual seria a sua melhor inclinação que adiantasse o seu trabalho de acordo com o seu capital, procurando a parte favorável e preferida pelo povo.

Crato-CE, 17 de fevereiro de 2011.

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