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sábado, 21 de maio de 2011

Impasse no mercado público em Juazeiro

Mercado público Adauto Bezerra já tem 34 anos de fundação. Enfrenta problemas de infraestrutura. Permissionários avaliam proposta de assumir a gestão do local

 O Mercado Central Adauto Bezerra, maior deste Município, com 518 vendedores, está ameaçado de ser vendido à iniciativa privada. Um projeto de indicação para a venda do espaço foi aprovado por vereadores esta semana e os permissionários do local sequer foram consultados. Eles dizem que foram pegos de surpresa. O local é um dos maiores atrativos do comércio da cidade, frequentado, principalmente, por turistas e romeiros de todo o Nordeste.

Os comerciantes foram até à Câmara Municipal, na última quinta-feira, cobrar uma resposta dos vereadores. O projeto é de autoria do presidente da Casa, José de Amélia Júnior. Ele justificou que no local há empreendedores com um grande número de lojas, em detrimento de um de outros comerciantes que poderiam estar usufruindo do espaço, além de ser um espaço que vem dando prejuízos ao erário público. Isto foi desmentido pelos dirigentes da Associação do Mercado Central Adauto Bezerra, que mantém boa parte dos serviços e pagam aluguel de R$ 15,00, o metro quadrado, ao Município. A Prefeitura é a responsável pela administração do equipamento.

Durante a reunião na Câmara, nova proposta surgiu: solicitar, por meio do Legislativo, a doação do mercado aos associados, pelo próprio presidente e, também, autor do projeto de indicação de venda.

Inicialmente, a associação se coloca contra a possibilidade de assumir o mercado. Admite que o local tem de ser gerido pelo próprio Município, como bem público. Mas, por outro lado, caso tenha de ser vendido para terceiros, segundo o presidente a Associação, Antônio Gelmar Beserra, é melhor que os próprios associados assumam a administração do local.

Cogestão - A entidade tem mais de 250 associados e atua em regime de cogestão com o Município. Em 2007, os sócios reagiram ao processo de terceirização do mercado, como ocorreu com outros de médio porte na cidade, a exemplo, o do Pirajá e o Senhora Santana. Esses locais estão sendo geridos pela iniciativa privada. Constantemente, há reclamações por parte dos respectivos locatários quanto à lentidão nas reformas, iniciada este ano no Mercado Senhora Santana, no Centro, entre outros fatores.

Com a reação contrária dos comerciantes, o presidente da Câmara decidiu mudar de opinião e propor o novo projeto, ao ouvir o presidente da Associação, de que o mercado não daria prejuízos. De acordo com o presidente da entidade, de junho do ano passado até agora, com o regime de cogestão, já foram arrecadados mais de R$ 400 mil. Dentro desse processo administrativo, foram definidos projetos de melhorias, como a inclusão imediata de uma cobertura. Atualmente, está sendo feita a construção de boxes para a venda de verduras e hortifrutigranjeiros, em investimento de quase R$ 190 mil. Gelmar, que fez um relato de todo o processo de cogestão e também ressaltou as problemáticas no espaço, afirma que é radicalmente contra a privatização do Mercado Adauto Bezerra.

A nova proposta do presidente da Câmara, de doação para os associados, não teve uma resposta imediata do grupo que estava nas dependências da Câmara. O presidente da Associação disse que os associados deveriam ser consultados posteriormente sobre a ideia. O que mais levou a estranheza da ação da Câmara, que na terça-feira chegou a votar 48 projetos, numa sessão que iniciou à tarde e foi até às 20 horas, segundo Gelmar, é que o projeto não veio do Poder Executivo. O prefeito de Juazeiro, Manoel Santana, chegou a anunciar em carro de som, nas ruas do Centro da cidade, que era contra o processo de privatização. O mercado já tem 34 anos de fundação. É uma espécie de shopping popular. Foi erguido após um incêndio em outro prédio, na época erguido no mesmo local. Enquete

Qual a solução?

"Sou radicalmente contra a privatização do Mercado Adauto Bezerra. Podemos colocá-lo em patamar mais elevado" Antônio Gelmar, Presidente da Assoc. dos Permissionários

"Não sabia da ideia de indicação. Isso pegou a gente de surpresa. A associação impediu o processo de terceirização antes" Agnaldo Lima, Administrador do mercado público

"Já existe essa tentativa de terceirizar ou privatizar há muito tempo. Nas vezes que tentaram, a associação barrou" Raimundo Bezerra, Comerciante

Elizângela santos
Repórter

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