Ontem foi o segundo dia da MOSTRA DE EXPERIMENTAÇÃO ESTÉTICA EM TEATRO, uma realização do SESC JUAZEIRO em parceria com o Grupo Armadilhas Cênicas, que contou com a apresentação “Vivências na Comunidade Oitão” do grupo Comunidade Oitão. E foi exatamente isso que o público teve o prazer de ver nesta noite: vivências, experiências, momentos da criação e desenvolvimento de um espetáculo que pode nunca acontecer ou acontecer completamente diferente do apresentado.
O público, na verdade, participou como peça essencial dessa noite. Talvez por isso a necessidade de ir pro meio da rua, fora da ambiência do Teatro Patativa do Assaré, buscar essa platéia, chamá-los para ver e opinar sobre a peça. Imagens que marcaram: A mulher recatada que guardava em sua valise uma máscara e começa a fazer um streeptease ou outra figura que tem no seu sacrário uma nota de 10 reais para a qual faz toda a sua dança amorosa-religiosa. Onde poderia haver uma tentativa de emocionar, fazia-se rir ou desconcertar. A conversa durante e após apresentação deu mesmo o tom do que seja este evento que mostra como um grupo pensa e cria uma apresentação.
ALÉM DO PONTO?
A partir do conto Além do Ponto de Caio Fernando Abreu surge o espetáculo do grupo Armadilhas Cênicas, que se divide em três momentos do mesmo modo que a história original se divide em três parágrafos. Se no conto, durante uma chuva, o narrador nos conta das motivações de sua ida para a casa de alguém e de como será esse momento da chegada e de como deve ser a aparência desse EU todo molhado que deve parecer ser sempre outra coisa que não o EU de fato, Edceu Barboza nos deu a construção deste inquérito pessoal sob a perspectiva do solo que dialoga com a platéia a respeito de suas próprias indagações artísticas e pessoais.
Hoje teremos, às 15h, o Terreiro de Histórias e às 19h, o espetáculo Terça Feira Gorda do Grupo Ninho de Teatro. Boa pedida.
Na mesma noite, para aproveitar a viagem, temos um grande encontro entre dois artistas caririenses bastante conhecidos pelo seu trabalho na Dr. Raíz, antológica banda dos anos 2000, são eles Dudé Casado e Geraldo Júnior. Ambos estão com carreira solo, mas pensaram esta apresentação que une o desenvolvimento e a maturidade de suas experiências musicais. Imperdível.
AO GOSTO POPULAR – 2° DIA DAS APRESENTAÇÕES NO SESC JUAZEIRO
COCO DA MESTRA MARINÊS E REIZADO DOS IRMÃOS
Foi linda e emocionante a apresentação daquela enorme família de mulheres em torno da Mestra Marinês, neta de um Mateus de reisado, o Velho Afonso, homenageado por ela num dos cocos entoados e que dança e canta junto com a mãe, as tias, as primas num ritmo marcado e contagiante. Todas vestidas de chita vermelha contam trajetórias em seus rostos e em suas vozes. Foi o Tio Danusio que trouxe o coco pra família de Marinês. Ele veio pro Juazeiro do Norte, vindo de Alagoas, há mais de 60 anos e se apaixonou e casou com a avó dela. É do amor pelas origens, pelas raízes e pelos amigos brincantes que a magia se faz.
Logo em seguida foi a vez do REIZADO DOS IRMÃOS, O REIZADO DOS DISCÍPULOS DO MESTRE PEDRO que contava com um elenco de homens moços e maduros, além de crianças e que colocaram com humor e dramaticidade as lutas entre reinos imaginários, entre vaqueiros e bois místicos e misteriosos com tanta dança e tanta música que o encanto geral não se desfez. Nem tem quem desfaça.
SESC Juazeiro
Rua da Matriz, 227 - Centro
Juazeiro do Norte-CE
Tel.: 3587 1065
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