Pedro Esmeraldo
Quando iniciei o emprego no antigo DCT,
habituei-me a seguir a rota da outrora rua do fogo, hoje denominada de Rua
Senador Pompeu. Admirava-me do encontro matinal de um grupo de cidadãos de bem
que permanecia lá durante alguns minutos, antes do seu horário de trabalho.
A princípio, atravessava aquela artéria
com acanhamento, mas fui perdendo a inibição, aproximando-me deles, tentando enquadrar-me
ao rol desse grupo. Enfrentei a turma com confiança e serenidade; esforcei-me
para encontrar um ambiente compreensível e agradável, proporcionando-me
integrar entre os novos amigos.
Era um grupo praticamente brincalhão,
visto que aconteciam brincadeiras sadias, inofensivas, deixando todo tempo com
conversas que trouxessem amabilidade. Tudo que eu quero dizer é que havia
coesão entre amigos, não havia malícia, e sim gestos de pessoas corretas que
praticavam o bom senso e estimulavam a arte do racionalismo social.
Lembro-me que havia entre eles uma
pessoa de grandeza espetacular no seu caráter e na sua maneira de agir, por
isso senti-me integrado ao grupo que permaneceria por lá há mais ou menos
quarenta anos. Esse cidadão agia com muita simplicidade e sinceridade. Não
praticava a discórdia entre os amigos, não zombava de ninguém; era bondoso e utilitário,
já que tratava todos com atenção profunda. Era fiel e marchava no caminho
firme, tinha o costume de evitar a desatenção.
Agora quero ressaltar o grande
comportamento de pessoa digna merecedora de aplausos e só fazia o bem e estimulando
com seus exemplos a todos seguirem seu caminho.
Trata-se da notável figura de grande
valor moral, possuidor de espírito utilitário, taciturno no uso da palavra, foi
o senhor Macário de Brito Monteiro, descendente de importantes clãs familiares
caririenses, como: José Pinheiro Bezerra de Meneses, cognominado capitão Zeco
dos Currais e do Senhor Macário Vieira de Brito, nascido na Ponta da Serra,
neste município.
Não há dúvida, em falar, mas afirmo que
o senhor Macarinho, como queira tratar, foi com toda certeza um dos maiores
líderes da sociedade cratense.
Nunca se via Macário queixar-se e falar
mal dos amigos. Era calado, não maltratava ninguém e nem discutia por qualquer
brincadeira. Era um senhor observador, não respondia aos insultos, mas preferia
dar um tapa com mão de luva aos insultos dos intrigões praticando silêncio.
Para mim, dificilmente há outra pessoa
semelhante ao senhor Macário. Creio que algum dia poderá aparecer outro, mas
não igual, imitando o seu gesto, pelo menos em parte, poderá ter uma bondade
natural se Deus o permitir.
Agora olho para o céu peço ao Bondoso
Deus que afaste esses intrujões que vez por outra aparecem naquele local e que
não permaneçam mais cutucando os cidadãos com palavras ofensivas, abalando a
moral de qualquer pessoa que por lá compareça.
Por fim, algum só tem a casca, e o miolo
podre.
Crato-CE, 10/01/2011
Autor: Pedro Esmeraldo
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