Senhor Antonio Ferreira Mandaçaia é o
senhor aloirado, nem era rico e nem era pobre. Era controlado em seu trabalho
no ramo agropecuário. Habitava numa fazenda situada no meio rústico do sertão
nordestino. Predominava a criação de gado bovino e uma agricultura rudimentar,
baseada na cultura de grãos que servia para complementar o custeio de sua
fazenda com cerca de 200 HA. Prevalecia uma propriedade cortada pelo riacho
favorecida por termos que reforçava para adquirir produtos ardilosos que
facilitava o bom desempenho do plantio agrícola.
Era um alegre senhor com mais ou menos
1,75 de altura, que se elevava como cidadão mais eficiente, pois devido às suas
dificuldades no trabalho, às péssimas situações climáticas que vez por outra
aparece na região Nordeste. Além da criação de gado bovino, seu Antonio se
esforçava para a criação de outros animais como da raça caprina, que era
adaptada na nossa região e que era facilmente vendável.
Seu Mandaçaia não perdia a esperança e procurava
estender-se a toda sorte de cultura favorecido ao meio ambiente seco do clima
semi-árido nordestino.
Era valente, corajoso e enfrentava situações
com bravura. Não perdia oportunidades, aproveitava todas as neblinas que
surgissem no meio do tempo. Por isso ele era bem sucedido na sua colheita, pois
conseguia melhor preço em tempo hábil, auxiliado pela lei da oferta e da
procura.
Pai de uma filha loira, linda, que
praticava todas as manhãs a equitação, que é a arte de praticar o esporte na
sela. Seu pai tinha o maior prazer de adquirir bons cavalos tipo mangalarga
para fazer o desejo da filha Sandra.
Essa menina desde seis anos adquiriu o
apelido de loirinha do sertão, porque lá só havia ela com esta qualidade, costumava
cavalgar nas estradas da fazenda junto com sua companheira de estudo, Rita
Maria, filha do capataz muito amigo do seu pai.
Quando as duas completaram 16 anos foram
obrigadas a se deslocar até a capital do estado a fim de prestar exame
vestibular para medicina, que era um desejo de ambas. Permaneceram as duas na
capital até suas formaturas em medicina, voltando para casa somente após o
término dos seus estudos. Eram umas meninas equilibradas e estudiosas. Forçaram
a barra, procuraram adaptar-se emocionalmente ao meio no intuito de qualificarem-se
para exercer com precisão o seu trabalho.
Quando estavam fora de casa, comeram o
pão que o diabo amassou, já que os pais não muito ricos, tiveram de controlar
as despesas enviando somente o necessário para a sua manutenção escolar. Mas as
duas souberam compreender e ajudaram o pai a manter a economia, deixando-o a
vontade para que enviasse o mínimo possível de acordo com a sua possibilidade.
As duas foram coerentes, souberam
suportar com dignidade a dificuldade dos pais e respondiam com bom procedimento
estudantil, deixando os pais totalmente enaltecidos e conformados pelo bom
proveito das filhas.
Está aí um exemplo de compreensão mútua
que toda a juventude deveria seguir, pois se a maioria dos estudantes assim
fizessem, o Brasil estaria numa situação bem elevada de dignidade moral, que
seria um mostruário de trabalho para juventude desqualificada que só prefere
entregar-se ao vício da droga e da ociosidade.
Crato-CE,
18 de janeiro de 2011.
Autor:
Pedro Esmeraldo
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