Esta história foi contada por um parente
e gostei da veracidade dos fatos o que passo a expor minuciosamente para
conhecimento do leitor.
Doutor Marcílio Xavier, advogado, muito
preparado, conhecedor das leis jurídicas, com entusiasmo fazia aparecer os
ânimos de advogado com os bons momentos em suas causas ganhas.
Quando pequeno seu maior sonho era ser
sacerdote da igreja católica. Estudou no Seminário do Crato, adquiriu
conhecimentos profundos para expor com exatidão a doutrina de Cristo, mas antes
de receber as ordens predestinadas para ser sacerdote, observou que não tinha
vocação para exercer este ofício. Antes de tudo abandonou a sua proposição de
ser padre e apresentou com suas palavras eloqüentes o motivo da desistência e
preferiu divulgar o conjunto de princípios morais com retidão e exercer as
artes jurídicas.
Como adquiriu conhecimentos profundos,
tornou-se um advogado fluente no seio da sociedade. Foi um exímio patrono e
defensor dos princípios morais do direito do povo.
Tinha como lema uma palavra astuciosa
que considerava o senhor elegante no estilo na propagação das leis jurídicas. O
seu lema era: Contrate o Dr. Marcílio e considere a sua causa ganha. Com isso
era determinado e conseguia bons clientes para exercer o comando de sua
profissão.
Um dia, um comerciante de Juazeiro do
Norte que tinha o hábito de viajar à cidade de São Paulo a fim de conseguir
veículos novos e vender aos amigos moradores daquela cidade. Queixou-se ao Dr.
Marcilio que tinha vendido um caminhão a um senhor morador da cidade de Iguatu
e então não tinha efetuado o pagamento de suas duplicatas até aquele momento.
Então o Dr. Marcílio disse: contrate o
Dr. Marcílio e considere a causa ganha. Após conversa prolongada efetuou-se o
contrato de execução desse senhor morador de Iguatu.
Nessa época os meios de transportes eram
deficitários, não havia transporte com facilidade, portanto tinha que partir de
trem que saía do Crato às 11h 30min da manhã com destino a Iguatu. Lá chegando procuraram
uma pensão mais ou menos qualificada e se hospedaram até o dia seguinte que
seria o dia de apresentar queixa ao poder judiciário.
À noite, quando não havia diversão na
cidade o pessoal ficava na calçada observando o movimento noturno. Em certo
momento, apareceu um senhor forte, corpo atlético, dando murros em um cidadão
quase sem defesa e que deixava todo mundo arrepiado de sua malvadeza. Por isso
o advogado admirado perguntou ao cliente: você conhece esse cidadão perverso? Ao
passo que o cliente respondeu: é aquele que vai entrar com queixa amanhã no
juizado da cidade.
O advogado virou-se para o seu cliente,
com medo de enfrentar a causa, retrucou: agora considere sua causa perdida. Vieram
embora para o Juazeiro no dia seguinte. Nesse caso, o cliente revoltado com a
fraqueza do seu advogado, indignado disse: “Era só o que faltava, mostrou
arrufo e depois caiu com os burros n’água. Devia ser sincero e dizer a verdade
de sua fraqueza. Seria melhor se ele deixasse o ofício”.
Crato-CE,
16/02/2012
Autor: Pedro Esmeraldo
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