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sexta-feira, 18 de maio de 2012

Núcleo de Astronomia do IFCE registra gigantesca mancha na “superfície” do Sol


Por Valmir M. de Morais

O enorme grupo de manchas solares AR 1476, ou Região Ativa 1476, que dominou os noticiários científicos especializados na última semana, foi registrado fotograficamente pela  equipe do Núcleo de Astronomia do IFCE (Campus Juazeiro do Norte) e pôde ser observado com telescópio por estudantes e professores da instituição.

Medindo um diâmetro estimado de cerca de 160.000 km, o equivalente a uma área coberta na superfície do Sol por 12 planetas Terra, o grupo apelidado de “Mancha Monstro” pelos cientistas da NASA é suficientemente grande para ser observado a simples vista, sem instrumentos ópticos, porém com filtro adequado para evitar danos permanentes nos olhos.

As observações realizadas no IFCE só foram possíveis devido a utilização de um filtro solar especial (Baader Astro SolarTM) que, acoplado ao Telescópio Schmidt-Cassegrain (203 mm de abertura) do Núcleo de Astronomia, permite com segurança a observação visual e fotográfica do Sol.     O Filtro Baader  foi adquirido  com recursos alocados pela  Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), através de projeto de divulgação científica aprovado pela instituição.

Nota-se em imagens de alta resolução obtidas por telescópios terrestres (ver aqui imagem captada pelo Núcleo de Astronomia do IFCE) a complexidade estrutural que envolve as manchas solares. Elas são formadas por regiões escuras, denominadas umbras, cuja temperatura chega a 3.800 °C,  cercadas de regiões menos escuras, as penumbras, que são constituídas por estruturas que apresentam um aspecto filamentar e apresentam temperaturas da ordem de 5.300° C.

Por serem regiões "frias" em relação  às  regiões circunvizinhas de temperaturas mais altas, as Manchas  mostram-se escuras na "superfície" do Sol. Mas, são aproximadamente 10 vezes mais brilhantes do que a Lua cheia.

As manchas são geradas por torções locais nas linhas do campo magnético solar que são trazidos a "superfície" por efeito de empuxo.  A intensidade do campo magnético, cerca de 1.000 vezes mais intenso que a superfície solar normal, parcialmente bloqueia a energia transmitida para cima pelas células de convecção na região inferior da fotosfera, que é mais quente, e torna a temperatura da região da mancha mais fria.

Na imagem (ver aqui) de um outro grupo de manchas (Região Ativa 1477) obtida pela equipe do Núcleo percebe-se, na região superior do limbo solar, estruturas granulares de brilho mais intenso que a própria fotosfera: são as Fáculas. Essas estruturas semelhantes a nuvens apresentam temperaturas cerca de 1000°C mais elevada que a das regiões próximas e são produzidos por concentrações de linhas de campo magnético. As Fáculas  surgem nas zonas em que as manchas solares estão prestes a formar-se.

A equipe do Núcleo de Astronomia do IFCE, Campus Juazeiro do Norte, reitera e comunica a  todos os Professores, Coordenadores e Diretores de escolas públicas de Juazeiro do Norte e cidades vizinhas que o Núcleo disponibiliza gratuitamente seu pessoal e telescópios para eventos de observação astronômica.

Valmir Martins de Morais
N-ASTRO/ FUNCAP
Núcleo de Astronomia - http://www.juazeiro.ifce.edu.br/astronomia/index.php
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
Juazeiro do Norte, Ceará - Brasil

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