Por Valmir M. de Morais
O enorme grupo de
manchas solares AR 1476, ou Região Ativa 1476, que dominou os noticiários
científicos especializados na última semana, foi registrado fotograficamente
pela equipe do Núcleo de Astronomia do
IFCE (Campus Juazeiro do Norte) e pôde ser observado com telescópio por
estudantes e professores da instituição.
Medindo um diâmetro estimado de cerca de 160.000 km, o
equivalente a uma área coberta na superfície do Sol por 12 planetas Terra, o
grupo apelidado de “Mancha Monstro” pelos cientistas da NASA é suficientemente
grande para ser observado a simples vista, sem instrumentos ópticos, porém com
filtro adequado para evitar danos permanentes nos olhos.
As observações realizadas no IFCE só foram possíveis devido
a utilização de um filtro solar especial (Baader Astro SolarTM) que, acoplado
ao Telescópio Schmidt-Cassegrain (203 mm de abertura) do Núcleo de Astronomia,
permite com segurança a observação visual e fotográfica do Sol. O Filtro Baader foi adquirido
com recursos alocados pela
Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(FUNCAP), através de projeto de divulgação científica aprovado pela
instituição.
Nota-se em imagens de alta resolução obtidas por telescópios
terrestres (ver aqui imagem captada pelo Núcleo de Astronomia do IFCE) a
complexidade estrutural que envolve as manchas solares. Elas são formadas por
regiões escuras, denominadas umbras, cuja temperatura chega a 3.800 °C, cercadas de regiões menos escuras, as
penumbras, que são constituídas por estruturas que apresentam um aspecto
filamentar e apresentam temperaturas da ordem de 5.300° C.
Por serem regiões "frias" em relação às
regiões circunvizinhas de temperaturas mais altas, as Manchas mostram-se escuras na "superfície"
do Sol. Mas, são aproximadamente 10 vezes mais brilhantes do que a Lua cheia.
As manchas são geradas por torções locais nas linhas do
campo magnético solar que são trazidos a "superfície" por efeito de
empuxo. A intensidade do campo
magnético, cerca de 1.000 vezes mais intenso que a superfície solar normal,
parcialmente bloqueia a energia transmitida para cima pelas células de
convecção na região inferior da fotosfera, que é mais quente, e torna a
temperatura da região da mancha mais fria.
Na imagem (ver aqui) de um outro grupo de manchas (Região
Ativa 1477) obtida pela equipe do Núcleo percebe-se, na região superior do
limbo solar, estruturas granulares de brilho mais intenso que a própria
fotosfera: são as Fáculas. Essas estruturas semelhantes a nuvens apresentam
temperaturas cerca de 1000°C mais elevada que a das regiões próximas e são
produzidos por concentrações de linhas de campo magnético. As Fáculas surgem nas zonas em que as manchas solares
estão prestes a formar-se.
A equipe do Núcleo de Astronomia do IFCE, Campus Juazeiro do
Norte, reitera e comunica a todos os
Professores, Coordenadores e Diretores de escolas públicas de Juazeiro do Norte
e cidades vizinhas que o Núcleo disponibiliza gratuitamente seu pessoal e telescópios
para eventos de observação astronômica.
Valmir Martins de Morais
N-ASTRO/ FUNCAP
Núcleo de Astronomia -
http://www.juazeiro.ifce.edu.br/astronomia/index.php
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
Juazeiro do Norte, Ceará - Brasil
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