A inspiração na trajetória do
cantor e compositor Luiz Gonzaga em cantar a cultura e a natureza do Cariri
inspirou a criatividade para homenagear o Rei do Baião durante a Expocrato. São
diversas formas de manifestação em comemoração ao centenário do artista. No
stand da Universidade Regional do Cariri (Urca), é realizada exposição que
traça a sua relação com as áreas do Geopark Araripe, com a mostra
"(en)cantos: Natureza e Cultura do Araripe na obra de Luiz Gonzaga".
A exposição deverá continuar para as escolas do Município. No mesmo espaço
funciona o Centro de Interpretação do Geopark.
Estão passando por dia pelo local
em média 5 mil pessoas. O espaço abre às 10 horas. Os admiradores das músicas
do Rei do Baião podem contemplar o seu trabalho de forma interativa na
exposição. No painel onde podem ser vistas paisagens da região, como a
cachoeira de Missão Velha, a música relacionada como inspiração leva o ouvinte
a acompanhar a letra e a imagem ao mesmo tempo. As lembranças estão por toda
parte, desde o gibão de couro, até um quadro do Museu Asa Branca, exposto no
local.
As 500 músicas gravadas por Luiz
Gonzaga estão escritas na linha que traça a trajetória da exposição. No meio do
caminho, o encontro com os artesãos do barro, do couro e madeira da região. Os
filmes expõem a confecção do artesanato produzido na região. E para quem não
teve a oportunidade de acompanhar a Escola Unidos da Tijuca, este ano, na
Marquês de Sapucaí, pode admirar fantasias que estão expostas, do desfile que
homenageou os 100 anos do Rei do Baião. Segundo uma das curadoras da exposição,
a historiadora Sandra Nancy, a pretensão da mostra foi mostrar essa interface
do artista, por meio da sua forte relação com o Cariri. Conforme a curadora, a
exposição foi concebida com múltiplas linguagens da arte, o que evidencia a
relação existente entre a cultura e a natureza, no contexto do Geopark Araripe,
figurada na produção do cantor pernambucano.
A exposição no Crato é um dos
eventos marcados na voz do Rei do Baião, como a música, além da própria canção
"Eu vou pro Crato", que evoca a cidade de forma doce. "...
cratinho de açúcar, tijolo de buriti". Além da fé, centrada no Padre
Cícero, e a festa de Santo Antônio, de Barbalha, são destacadas na musicalidade
do artista, que segundo Sandra Nancy, são trabalhadas dentro da exposição de
forma a contemplar a música de Luiz Gonzaga e a cultura da região.
A fachada trouxe o colorido das
imagens do cantor, com chapéu de couro, e faz uma releitura da obra do artista
norte-americano, Andy Warhol, com luzes e a dinâmica dos festejos tradicionais
e populares do Araripe. "Por essa mostra, trazemos representações dos
saberes, fazeres, e ofícios do povo do Cariri, os quais inspiraram o
artista", diz. E essa realidade leva a horizontes da arte com as xilogravuras,
por meio do trabalho de xilógrafos como Zé Lourenço, a pintura do artista
plástico Paulo Bento, os filmes elaborados pelo cinegrafista Fernando Garcia, a
poética do carnavalesco Paulo Barros, da Unidos da Tijuca.
Toda uma programação musical foi
desenvolvida em torno do trabalho do artista, com apresentações de artistas
regionais. O desfile de grupos de tradição mirins de Barbalha abriu a
programação, com reisado, cangaceiro, brincantes que aprendem ofício da arte
popular, para dar sequência ao legado cantado pelo rei do baião.
Este ano, a 61ª Exposição
Centro-Nordestina de Animais e Produtos Derivados (Expocrato) faz uma homenagem
ao centenário do Rei do Baião. A alusão ao cantor se encontra por toda a
cidade. O evento, que acontece anualmente, abre a temporada de férias no
Interior, especialmente no Cariri. A festa conta com a realização de 32 shows.
Mais informações
Expocrato, Praça Filemon Teles
S/N, Pimenta - Crato
Telefone: (88) 3523.2120
Demutran, Av. Perimetral
D.Francisco,220, (88) 3523.5232
ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER
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