Toda vez é a mesma coisa, uma olimpíada se aproxima e ficamos torcendo para que algum brasileiro suba ao pódio. Tirando o Vôlei, que certamente trará algumas medalhas, graças ao apoio dos patrocinadores, da organização e estrutura da Confederação Brasileira de Vôlei, podem “pingar” umas medalhinhas na natação, atletismo, vela e no futebol que, aliás, nunca trouxe o ouro! Teremos por volta de 10, no máximo 15, medalhas juntando tudo: ouros, pratas e bronzes! Quer apostar?
Resultado no esporte é igual a tudo nessa vida, só vem com planejamento, priorização, dedicação e financiamento. Só para ter uma ideia, Cuba, que é menor do que nosso estado, implementou um projeto bem sucedido de incentivo a prática esportiva, já levou para casa 194 medalhas e o “pobre” do Brasil tem apenas 91. Em países da Europa, Ásia e nos Estados Unidos, um jovem que se destaca, em algum esporte, pode facilmente conseguir bolsa estudantil. Antes mesmo de se torna profissional, há sempre empresas interessadas em patrociná-lo e ter associada sua marca ao atleta. Sendo assim, bastaria que os governos municipais, estaduais e federais, criassem políticas esportivas eficientes, espelhadas nas experiências destes países, onde a criança teria a oportunidade de escolher uma modalidade que lhe desse prazer, satisfação, diversão, tendo o necessário suporte técnico-financeiro, podendo dedicar-se a esta, durante sua formação escolar.
Dentre as virtudes dos esportistas estão: disciplina, busca por resultados, trabalho em equipe, liderança, companheirismo, ética, superação, estratégia e objetividade. Características que, uma vez vivenciadas, serão aprimoradas na vida social e profissional, contribuindo na formação do indivíduo. Indiscutivelmente, teríamos seres humanos mais preparados para enfrentar os desafios e dificuldades da vida. Teríamos pessoas mais desenvoltas, mais integradas no convívio social, mais conscientes de que limites podem ser superados dentro de uma postura ética. Sem falar nos benefícios a saúde, com indivíduos que seriam introduzidos a hábitos alimentares saudáveis e prática de exercícios físicos, o que, consequentemente, reduziria o número de doenças ocasionadas pela obesidade e o sedentarismo.
Mais do que medalhas olímpicas, que são apenas reflexo do quão bem sucedida foi a ação de governo, o que proponho aqui é o esporte como ferramenta de formação física e mental do cidadão. A Olimpíada no Brasil será daqui a 4 anos e não basta cobrar apenas a ação das autoridades, deve-se conscientizar o cidadão comum da importância da prática esportiva na formação física e do caráter de seus filhos. Acredito que esporte é algo tão importante quanto português e matemática. Poderíamos formar escolas de atletas-alunos ou alunos-atletas! Campeões na vida! Que mal há nisso? Nenhum! Aliás, no esporte, a primeira lição que se aprende é a de não haver distinção de cor, sexo, credo ou classe social.
Dimas de Castro e Silva Neto
Engenheiro Civil, Mestre em Gerenciamento da Construção
pela University of Birmingham e Professor do Curso de Engenharia Civil da UFC Cariri
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