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Cristina e seu filho Pedro Uana Foto: Alexandre Lucas |
Alexandre Lucas - Quem é Cristina Dunaeva?
Cristina Dunaeva - Hoje em dia, sou mãe, estou
trabalhando como professora; as duas condições estas me levando,
inevitavelmente, a ser educadora.
Eu
nasci em Moscou (capital da Rússia), já faz um tempinho (naquela época, país
onde nasci chamava-se União Soviética, URSS), sendo filha de mãe russa e pai
brasileiro. Meu pai é filho de Luiz Carlos Prestes, aquela pessoa heroica que
foi batizada de Cavalheiro da Esperança e era líder do Partido Comunista Brasileiro.
Em 1970, durante a ditadura militar, toda a família Prestes foi para o exílio,
na URSS. Meu pai, já com 16 anos.
Cresci
escutando histórias sobre o Brasil. Estorias mirabolantes. Para mim, o Brasil
tornou-se um lugar muito sonhado. Como deve ter sido muito grande a saudade de
meu pai deste país, ele contava tanto sobre sua infância, sítio onde moravam,
bichos, mar, algumas viagens; mas, também, das dificuldades que passaram se
escondendo da polícia, de viverem muito tempo sem poderem ver seu pai, sempre
sumido, sempre trabalhando. Cresci também ouvindo a música brasileira, direto.
Eram fitas, LP's. Eu ficava fascinada, gostava muito. Aprendi português,
escutando Chico Buarque, Clara Nunes, muito samba, Secos e Molhados, Mutantes,
João Bosco, Elis Regina, Milton Nascimento; sinto-me eternamente grata a meu
pai por me introduzir neste universo sonoro; felizmente, ele tem gosto musical
de primeira.
Já
da minha família russa herdei o habito de muita leitura. Eu lia demais quando
era criança. Com 13, 14 anos já li toda a literatura clássica russa quase
inteirinha e muitos dos autores europeus e latino-americanos (que foram
traduzidos para russo, claro). Era algo comum na URSS: as pessoas, em geral,
liam muito. Lembro que trocávamos pilhas de jornais velhos pelas edições
completas de autores clássicos, existia a política estatal de incentivo à
leitura. E com o fim da censura passei a ler mais ainda: os últimos anos de
escola coincidiram com o fim da URSS, começo da perestroika; muitos
autores proibidos no período soviético foram traduzidos pela primeira vez para
o russo e editados – Kafka, Nietzsche, Freud; foi ótimo, e os livros, naquela
época, ainda eram baratos.
Então,
é isso: Cristina Dunaeva: educadora, melomaníaca, leitora apaixonada; também
sou anarquista, ateísta e busco ser libertária.
E
compartilho ainda das duas identidades que me deixam numa situação vulnerável,
ao mesmo tempo me instigando à luta diária: sou mulher e mãe solteira (uma
condição difícil e comum dentro da sociedade machista e patriarcal), e sou,
apesar de ter uma forte raiz nesta terra, imigrante.
Alexandre Lucas - Qual a sua ligação com as artes?
Cristina Dunaeva - Olha, me graduei em História, na
Rússia; meu TCC foi sobre Henri Rousseau, o Aduaneiro, e orientado pela
historiadora da arte. Interessei-me muito, durante a graduação, por este campo de
conhecimento – história da arte. E a escolha de Rousseau (artista “ingênuo”,
naïf; essa nomenclatura, ao meu ver, horrorosa, preconceituosa, discriminatória
e segregadora foi criada a partir da incorporação da produção dele à arte moderna)
não foi ocasional. Acontece, que em Moscou, em São Petersburgo existem grandes
museus de Belas Artes que frequentávamos e onde nos formamos: estes museus
todos seguem um padrão muito rígido de exposição daqueles objetos que são
considerados “a Arte” (egípcia, da antiguidade clássica, Renascimento, Barroco,
etc.) e de não exposição daqueles objetos que são considerados uma arte menor,
ou artesanato, ou amadorismo. Rousseau era único “intruso”, digamos assim, e me
despertou uma curiosidade forte.
A
partir daí, conheci artistas contemporâneos russos que eram taxados de
ingênuos. As possibilidades que eles tinham para expor seus trabalhos eram
ínfimas e pouquíssimos críticos de arte e pesquisadores os aceitavam como
artistas (ou Artistas, na lógica da História da Arte convencional e
eurocêntrica).
Depois
vim para o Brasil e passei a morar em Santos, onde me aproximei a anarquistas.
Conhecia pouco da teoria anarquista quando @s conheci, mas rapidamente me
identifiquei tanto com a teoria, quanto com a prática. Foi amor à primeira
vista. E, por incrível que pareça, só após vir morar no Brasil, conheci
anarquistas na Rússia, muit@s d@s
quais são artistas. Assim, me interessei pela produção de grupos como Voina (Война), banda Pussy Riot – artistas
contemporâne@s muito destacad@s hoje em dia na
Rússia.
E
no Brasil, no primeiro momento, continuei a pesquisa sobre a arte
marginalizada, e, agora, o que mais me provoca são as experiências artísticas
que questionam os valores capitalistas, valores introduzidos à força no
território sul-americano a partir da colonização, e que continuam vigentes e aceitos.
Alexandre Lucas - O que você pesquisa em artes?
Cristina Dunaeva - O que mais me interessa é a relação
entre a produção artística, entre a criatividade e a liberdade.
Pesquisei
Rousseau e o sistema das artes. A nomenclatura eurocêntrica, elitista, que
distingue vários tipos de arte segundo sua aceitação em mercados de consumo. As
ideologias que sustentam as nomenclaturas. É muita pretensão chamar algum
artista de naïf, de ingênuo, só porque ele não segue o padrão expressivo de tal
ou qual período, ou porque não intelectualiza seu trabalho (que não foi o caso
de Rousseau, aliás). Esta foi a primeira questão que pesquisei.
Depois
passei a trabalhar com a produção da vanguarda russa e soviética. Traduzi para
o português um dos textos mais importantes de Kazímir Maliévitch, um dos
“inventores” da arte abstrata, autor do famoso “Quadrado Negro” (1913-1915). Maliévitch,
como toda a vanguarda na Rússia, participou ativamente do processo
revolucionário entre 1905 e 1921. Em 1917, ele foi eleito o conselheiro para as
artes do governo bolchevique. Mas depois (rapidamente, já em 1919) rompeu com
Lenin e seu partido por não concordar com as medidas ditatoriais, com a
perseguição de anarquistas, de oposição socialista operária, com o massacre de
Kronstadt (em 1921). Maliévitch indissociava a arte e a criação, da liberdade.
Ele escreveu muito – vários volumes de tratados filosóficos e sociais, sempre
batendo nesta tecla: não existe artista sem liberdade; não existe verdadeira
transformação social sem liberdade. Com a proclamação de “realismo socialista”
na URSS (o único método aceitável pelo governo para a expressão artística),
Maliévitch não pôde mais produzir, foi preso e faleceu em 1935. Isto me tocou e
toca muito, sabe. A escolha lá, na URSS, assim como na Alemanha nazista foi,
para os artistas, entre a vida e a morte: ou você continua fazendo aquela arte
que você quer e morre, ou você segue as exigências do governo e prospera.
E,
hoje, após um longo envolvimento com a denúncia da guerra na Chechênia (é uma
região na Rússia que foi colonizada no século XIX; foi massacrada pelo Stalin,
em 1944; e proclamou independência após o fim da URSS, em 1991, sendo
massacrada novamente a partir de 1994), pesquiso aquela arte engajada, pois
trabalhei com fotógrafos e artistas que denunciavam esta situação. Mas aí,
existe um, porém: para mim, toda arte é engajada, pois não existe nada
politicamente neutro. Então, pesquiso a relação entre a produção artística de
tal ou qual período com a situação social da época (destacando o período
contemporâneo, tanto no Brasil, quanto na Rússia; o período revolucionário do
início do séc. XX e as sociedades totalitárias (URSS)).
Alexandre Lucas - Qual a importância da sua pesquisa do
ponto de vista social?
Cristina Dunaeva - Por, primeiro, compreender, analisar
e discutir o sistema das artes, o mercado das artes, a exclusão social de
certos tipos de produção artística (como, por exemplo, autodidata, marginal). É
necessário compreender o funcionamento deste mecanismo de exclusão para poder
transformá-lo.
Segundo,
por trabalhar a relação entre a criação artística e a liberdade.
Lembrando,
que a liberdade não é aquele valor capitalista, neoliberal, que nos fazem
adotar desde muito cedo. Não é a liberdade alienada, a liberdade de consumo.
Mas aquela liberdade, da qual Bakunin, meu conterrâneo anarquista, falava: Só é
possível ser livre respeitando a liberdade do outro. A partir do momento que a
minha liberdade passa a ferir a liberdade do outro, não é mais liberdade, é
autoritarismo.
Para
criar, ser artista é preciso ser libertári@.
Aqui,
eu gostaria de aproveitar a deixa e falar um pouco sobre a péssima situação que
se dá no meu atual lugar de trabalho e, consequentemente, de atuação social e
política: Centro de Artes Reitora Violeta Arraes Gervaiseau da URCA
(Universidades Regional do Cariri).
Trabalho
no Departamento de Artes Visuais e sou professora de História da Arte.
O
curso é uma Licenciatura, ou seja, um lugar onde futur@s
professor@s se formam.
E
o que observo? Uma situação que me deixa indignadíssima e completamente
perplexa.
Arte=Liberdade.
Ser educador=ser libertário=contribuir para a liberdade. Deveria ser assim.
E
no Centro de Artes é o contrário. Ambiente, tanto de aulas, quanto da
convivência cotidiana entre estudantes e professores, e professores entre si,
extremamente autoritário. Estudantes humilhados em sala de aula, desistindo de
curso e de cursar certas disciplinas por não aguentarem a pressão psicológica.
Professores chorando nas reuniões. Outros falando horas seguidas em reuniões
coletivas sem dar direito de palavra a colegas. Abusos de poder,
arbitrariedades. Dois professores do curso pediram exoneração por não se
conformarem com esta situação. Eu mesma estou passando por um processo de
recuperação de saúde abalada com o ambiente de trabalho.
Como
isto é possível? Numa universidade?
E
o mais preocupante é o silêncio em torno desta situação. Tanto por parte de
meus colegas professores que preferem se somar às práticas autoritárias ao
invés de combatê-las; quanto por parte de estudantes que, salvo algumas e
alguns, preferem a passividade.
Eu
nunca participei de um ambiente educador tão opressor. A única experiência
similar que recordo é a minha escola soviética, marcadamente autoritária, com
relações sociais distorcidas, humilhações, punições (não físicas, mas morais,
emocionais – situações de assédio moral). Mas lá tratava-se de uma sociedade
pós-totalitária. E aqui? O que se passa?
É
a herança do coronelismo, do sistema escravagista?
Esperança:
dois professores do Centro de Artes, Marcela Lima e Marcio Rodrigues, se opõem
ao autoritarismo; também sofrem perseguição por parte de resto do corpo
docente, mas Resistem, têm coragem. Estudantes que se manifestam de uma maneira
criativa questionando o silêncio da maioria e toda a situação. Poder olhar nos
olhos destas poucas e corajosas pessoas é muito gratificante.
Alexandre Lucas - Como você enxerga a produção
artística do Cariri?
Cristina Dunaeva - Olha, estou aqui um pouco mais de
dois anos. Pouco tempo para poder opinar sem ser supérflua.
Mas
vou tentar, ressaltando que careço de uma convivência maior e mais profunda com
moradores da região.
No
meu entender, aquilo que se passa no Cariri é tão, mas tão alarmante,
devastador e rápido que fico um tanto surpresa com pouca repercussão artística
destas grandes e desastrosas transformações sociais, ambientais e políticas que
sucedem na região.
Assista-se
com bastante complacência à chegada de grandes corporações capitalistas à
região, ao sucateamento da educação, do sistema de saúde. Ao crescimento das
favelas, à urbanização absolutamente caótica, à morte das pequenas propriedades
rurais (fim de uma tradição agrícola e comunitária milenar); à higienização
social; ao desmatamento absurdo da Chapada do Araripe; à poluição e à extinção
de rios, córregos, nascentes. Tudo isto ao mesmo tempo, agora. E, comparando
com outras regiões do país, este “desenvolvimento” acontece com velocidade
muito mais rápida e de forma muito mais violenta. É um cenário péssimo: será o
vale do Cariri uma nova Cidade do México? Poluidíssimo, com uma divisão social
gritante: periferia enxotada (como já é em Juazeiro e em Barbalha, cidades que
mais conheço, hoje em dia) no meio dos lixões e do esgoto; e bairros burgueses
glamourosos com fontes, praças, monumentos, bandeiras, centros culturais,
teatros etc.
Ser
artista e não reverberar isto me remete a uma situação de ditadura, de
sociedade repressora e reprimida.
O
mais atual e interessante dentro da produção artística contemporânea no Cariri
é, portanto, na minha opinião, justamente teu trabalho e de teu coletivo
(Coletivo Camaradas) com a educação, o despertar crítico, reflexivo e criativo
de estudantes; e, especialmente, do grupo Bando – que já realizou algumas
manifestações artísticas importantíssimas, como a ação no lixão de Barbalha, o
Procura-se da Beata Maria de Araujo, o É Proibido Proibir; as Feiras do Bando
(principalmente, a primeira) também são experiências muito necessárias para a
região, por praticar e evidenciar a viabilidade de uma ação autônoma,
autogestionária, independente do sistema institucional e capitalista das artes.
Destaco
também a arte de Dinho Lima, que trabalha com as questões ligadas às repressões
e às autorepressões dentro do campo do desejo, do corporal, do íntimo,
transformando, desta maneira, o corpo social. Algumas ações deste artista e a
exposição recente são muito atuais para a região.
Mas,
reafirmo, que são primeiras impressões, de relance.
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Cristina aos 3 anos com seu avô em Moscou Foto: LCP Filho |
Alexandre Lucas - Quais as lembranças que você tem de
Luiz Carlos Prestes?
Cristina Dunaeva - Convivi pouco com meu avô. Com o fim
da ditadura militar, ele retornou para o Brasil e nós ficamos na Rússia. Só
pude reencontrá-lo em 1988, quando ficamos 2 meses no Rio e, depois, no ano
seguinte, 1989.
Mas
cresci escutando histórias sobre a Coluna Prestes que meu pai e meus tios e
tias contavam. Lia livro de Jorge Amado que foi traduzido para o russo, o
“Cavalheiro da Esperança”. Então, antes do reencontro na década de 1980, meu
avô era para mim mais um personagem heroico, um ser grandioso, porém distante.
Quando
o conheci melhor no final da década de 1980, ele se tornou, simplesmente, um
vovô que curtia muito as crianças e a família.
Lembro
que era uma pessoa muito tranquila, muito quieta, mesmo no meio da maior
barulheira e brincadeiras a mil pela casa, ele, muitas vezes, ficava lendo ou
escrevendo tranquilamente, sem se aborrecer.
Era,
também, uma pessoa muito humilde que detestava luxo. A casa onde ele morava no
Brasil era muito simples.
E
lembro que ele escutava muito mais do que falava – para nós, crianças e
adolescentes (somos muitos netos: 23), foi importante.
Alexandre Lucas - As ideias de Luiz Carlos Prestes
contribuíram para sua formação política?
Cristina Dunaeva - Contribuíram demais.
A
figura de meu avô me influenciou por sua prática cotidiana: isso que já
escrevi, de ser humilde, abrir mão de luxo material. Escutar.
Enquanto
à teoria, compartilho com ele a compreensão da necessidade de transformação
social, de lutar pelo fim do sistema capitalista.
Só
optei por outros meios de luta. Sou anarquista e compreendo que o estado e os
mecanismos estatais de administração são ferramentas produzidas pela classe
dominante, ferramentas de controle e da repressão. Também não acredito na
possibilidade de transformação social por meio de organizações partidárias, já
que estas são estruturas hierárquicas, muitas vezes autoritárias. Não acredito
em lideranças, nem na democracia representativa.
Penso
que a revolução não é algum momento específico de revolta ou levante (sem tirar
a importância e a urgência destes), mas a revolução é um processo contínuo que
acontece aqui e agora em várias situações (as microrevoluções), em todos os
ambientes. Acredito que somente coletivos e grupos sociais que se organizam
horizontalmente, sem delegar o poder, sem necessitar de alguém que os comande
ou os doutrine, são agentes de transformação e de destruição do capitalismo. O
resto só irá reproduzir o sistema de dominação de umas pessoas sobre as outras.
Veja,
que venho de um país, onde, apesar da retórica marxista, a alienação de
trabalhadores não cessou de existir. Os meios de produção e a própria produção
pertenciam ao estado, ao governo que
decidia sobre o valor dos salários e a distribuição dos bens. Concordo
com os teóricos que entendem o sistema político e econômico da URSS como
capitalismo do estado.
No
Brasil, participei, no início da década de 2000 do movimento antiglobalização.
Foi um momento importante, no qual vários movimentos sociais e grupos autônomos
se juntaram. E as reivindicações foram estas: fim do capitalismo, autogestão.
Impedimos, por meio de manifestações em toda a América Latina, a implantação do
ALCA (Área de Livre Comércio das Américas).
E,
hoje em dia, existem inúmeras práticas de resistência social e de organização
autônoma, libertária e autogestionária. São quilombos, comunidades indígenas,
ocupações urbanas e rurais, grupos de artistas, movimentos estudantis e
inúmeras outras experiências que exercitam a democracia direta, que se
organizam por meio de assembleias (reuniões onde tod@s
participam em decisões e têm a mesma voz e o mesmo poder de decisão).
Não
sei qual seria a opinião de meu avô, mas sua companheira, minha vó, Maria
Prestes, compreende perfeitamente minhas posturas políticas e, em muitos
momentos, as apoiou. Já disse até que é anarquista, anarco comunista.
Alexandre Lucas - A sua avó Maria Prestes escreveu
recentemente o livro “Meu Companheiro”que conta a história dos 40 anos que
viveu ao lado “Cavaleiro da Esperança”. Você pretende fazer o lançamento do
livro no Cariri?
Cristina Dunaeva - Pretendo, sim. Só preciso organizar a
vinda dela. O livro foi relançado agora numa edição bilíngue (em português e
castelhano), e ela, Maria, está viajando pela América do Sul e pelo Brasil,
divulgando-o.
Será
importante uma passagem da Maria Prestes pelo Cariri. Lembra, que aqui se deu
um dos episódios marcantes da história do Brasil: quando os serviços do Lampião
foram requisitados pelos agentes do poder (Padre Cícero e Floro Bartolomeu)
para impedir a passagem da Coluna Prestes pela região do Cariri. Tentei
encontrar a documentação original (cartas trocadas entre estas figuras
históricas) que testemunha este acontecimento, mas até hoje não foi possível.
Talvez, com a vinda da minha avó, pudéssemos ter maiores chances de acesso aos
arquivos que guardam estes vestígios.