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sábado, 31 de janeiro de 2009

Giro pelo Brasil




Governo deverá anistiar imigrantes ilegais


Belém O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem que o governo vai apresentar um projeto para anistiar os imigrantes ilegais que vivem no País. Ao ser questionado sobre o assunto ontem em Belém (PA), o presidente disse que o Brasil poderá dar o direito de essas pessoas continuarem no país.

´O Brasil pode dar o direito das pessoas continuarem no Brasil. Este país aqui é um país que tem lição a dar ao mundo sobre tratamento de imigrantes´, afirmou o presidente, após reunião com representantes do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial.

Lula disse que desde 1850 o país recebe, ´com respeito´, imigrantes de várias nacionalidades, o que não acontece em outros ´países ricos europeus´.

´Esse País aqui, desde 1850 -não vou nem falar dos portugueses que chegaram em 1500 - recebe imigrante. Primeiro foram os alemães, depois italianos, depois japoneses, espanhol, chineses e coreanos. Todos que chegaram aqui foram tratados com respeito, diferentemente de alguns países ricos europeus que acham que o problema de seu empobrecimento são os coitados dos imigrantes´, afirmou Lula.

Deportações

Nesta semana, oito brasileiros foram deportados da Espanha e retornaram ao aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo). Ele tinham saído no último domingo (25) com destino a Madri e faziam parte de um grupo de 20 brasileiros barrados em aeroporto de Barajas.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, 3.013 brasileiros foram barrados na Espanha em 2007. No ano passado, foram 2.196.

O presidente Lula disse que é preciso garantir o desenvolvimento das regiões mais carentes como forma de evitar que os ´pobres do mundo se transformem em nômades andando para os outros países´.

´Se quiserem que as pessoas fiquem na África ou na América Latina nós temos que desenvolver a África e a América Latina. E o Brasil dará um tratamento respeitoso a todos os que aqui chegarem´, disse. A anistia deve beneficiar cerca de 50 mil estrangeiros que vivem ilegalmente no país.

Presos políticos

O ministro da Justiça, Tarso Genro, participou ontem da abertura do julgamento de oito pedidos de anistia a perseguidos políticos paraenses e declarou que quem critica a reparação econômica para vítimas da ditadura militar desconsidera a dívida que a sociedade tem com essas pessoas.

´ Tem gente que chama de ´bolsa ditadura´. Não se trata disso, é uma visão equivocada. Porque parece que o governo está indistintamente distribuindo recursos para pessoas que pedem. É, sobretudo, um processo indenizatório simbólico determinado por lei e pela Constituição e não se trata de qualquer benesse que o Estado brasileiro esteja distribuindo´, disse o ministro.

Tarso argumentou que um grande número de pedidos é rejeitado, por falhas no processo ou falta de provas.

O ministro participou ontem da caravana da anistia, que aproveitou o Fórum Social Mundial, em Belém, no Pará, para julgar os processos de oito paraenses que se declaram perseguidos políticos. ´A carava tem também uma finalidade cultural´, disse.

Diário do Nordeste

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