Os problemas enfrentados pela população que buscava atendimento no Hospital Santo Inácio nos últimos dias, provocaram uma atitude polêmica da prefeitura municipal de Juazeiro do Norte, que decidiu pela intervenção no hospital. A decisão foi divulgada no Diário Oficial do Município, de 16 de janeiro último. Com esta atitude, a prefeitura passará a administrar a instituição e responder pelas despesas de atendimentos e funcionalismo do hospital.
O Santo Inácio é uma instituição particular que mantém convênio com a prefeitura municipal e a Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte (FMJ). Entretanto, as dificuldades no atendimento aos pacientes nas áreas de urgência e emergência, motivaram a decisão do prefeito Manoel Santana (PT), e do secretário de saúde do Município Giovanni Sampaio.
A intervenção temporária na administração do hospital, segundo Giovanni Sampaio, será de um ano, com possibilidade de prorrogação por mais 12 meses, irá garantir os medicamentos e o aumento do quadro clínico. “Com isso, esperamos amenizar o sofrimento do povo. O Santo Inácio é o único hospital de Juazeiro do Norte, com estrutura física e de material capaz de atender as grandes urgências. A sociedade responsável por sua administração vinha com dificuldade para efetuar os pagamentos dos médicos, que estavam com quatro meses de atraso, e dos fornecedores, entre outros serviços”, afirmou.
O secretário disse ainda que não poderia ocultar a verdade à população. “O hospital está quebrado. O que entra não paga a receita. Assim, a prefeitura assume o hospital, a exemplo do que fez com o São Lucas, que hoje é referência na região, na questão da ginecologia, obstetrícia e pediatria", concluiu o secretário.
Aos sócios serão repassados os valores da parceria com a FMJ que corresponde a R$ 70 mil e mais 5% do repasse da hemodiálise que pode chegar a R$ 12 mil. O sócio majoritário do hospital, Manoel Salviano, em contato com o JC preferiu, através de uma nota enviada à redação, divulgar uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que esclarece que “os municípios têm poder de intervenção sobre hospitais privados conveniados ao SUS, desde que essa intervenção se volte a fiscalização das verbas oriundas do Sistema Único. Esse poder, entretanto, não poderá atingir a administração do hospital, de suas finanças e de seus recursos humanos, por exemplo”. Para Salviano essa decisão do STJ esclarece os fatos. Ele disse ainda que os sócios não concordaram com a decisão do poder municipal. “Nós nos reunimos e designamos o Hugo Santana a tarefa de conversar diretamente com o prefeito para tratar deste assunto. Os sócios não aceitaram a intervenção”, afirmou Salviano.
Mesmo sendo uma instituição particular, o hospital recebe do município um repasse no valor de R$ 150 mil. O Santo Inácio é o segundo hospital que recebe intervenção municipal, o São Lucas, também é administrado pela prefeitura.
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terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Hospital Santo Inácio sob intervenção
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