Iguatu. A conquista de um espaço para comercializar os produtos do artesanato local foi alcançada pelos trabalhadores do setor, que comemoram melhor divulgação das peças e ampliação das vendas. Desde dezembro passado, três lojas foram instaladas próximas à praça da Matriz, em um dos principais corredores de pedestres e veículos desta cidade. Os negócios melhoraram, mas ainda há muitos desafios a serem vencidos.
Os artesãos locais sempre sonharam com a possibilidade de dispor de um espaço para a venda de seus produtos. Em 2004, conseguiram abrir a primeira loja no terminal Rodoviário. “Foi um passo importante porque tivemos oportunidades de divulgar e melhorar as vendas”, lembra a artesã Marli Paracampos. O espaço continua em funcionamento.
Um ano exato após a construção de lojinhas próximas à praça da Matriz, a Associação dos Artesãos de Iguatu (Associart) conseguiu junto à Prefeitura ocupar outras três unidades, que começaram a funcionar em dezembro passado. “É um ponto estratégico que dá apoio à comercialização”, observa o consultor técnico do escritório local do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Macélio Costa.
A diversificação dos produtos, novos desenhos, modelos e melhoria da qualidade das peças são os principais desafios a serem vencidos pelo setor. “O grupo está consciente e mobilizado, visando ao crescimento”, ressalta a presidente da Associart, Alba Silvana.
Nos últimos anos, os artesãos também abriram outras duas lojas no Centro de Iguatu. “Nesta última década, o setor progrediu bastante, melhorando a qualidade dos produtos e ampliando as vendas. A tendência é de crescimento”, projeta. Segundo Costa, o Sebrae continua com programas de treinamento, apoio aos artesãos para participação em feiras, fornecendo transporte e espaço de comercialização dos produtos. “Aqui se destacam os bordados em várias tipologias, biscuit e peças em palha de bananeira”, frisou.
Nas três lojas abertas em dezembro passado, no calçadão da rua Dr. João Pessoa, próximo à praça da Matriz, o preço dos produtos varia de R$ 1,00 a R$ 65,00. Os visitantes encontram peças variadas para decoração e uso em cerâmica, madeira, crochê, biscuit, gesso e arranjos em meias de seda. Mas, segundo os artesãos, as vendas ainda são reduzidas e só dão para pagar o aluguel.
A artesã Ilmar Ferreira Lima há dois anos descobriu o talento para a fabricação de peças artesanais, após participar de um curso de pintura. “Gostei do trabalho e resolvi entrar para a associação”, lembra. “Não dá para viver das vendas, mas complementa a renda”.
Previsão de crescimento
Já Marli Paracampos trabalha com peças em tecido e é uma das pioneiras do grupo, pois, há 30 anos como artesã, produz peças em bordado a mão, pintura, crochê, blusas, biquíni, passarela para mesa, colcha, guardanapos em ponto cruz. “A perspectiva é de crescimento”, confirma.
O grupo divide-se no atendimento ao público pela manhã e à noite. Apesar da possibilidade de maior divulgação e venda das peças, as artesãs reivindicam da Prefeitura maior segurança, com a presença de guardas municipais, e construção de banheiro para as trabalhadoras e os consumidores.
Os artesãos defendem o fechamento com grades do espaço entre as lojas, pois pessoas fazem necessidades fisiológicas ali durante a madrugada. “Pela manhã fica uma sujeira insuportável”, reclama a artesã Antonieta Galdino. O grupo também quer a redução do preço do aluguel.
ENQUETE
Quais as dificuldades dos artesãos?
Marli Paracampos
Artesã
As loja são boas, mas são pequenas e falta espaço para abrigar os produtos de todos os artesãos.
Antonieta Galdino
Artesã
Temos medo de ficar aqui por causa da falta de segurança e precisamos do apoio da Guarda Municipal.
Honório Barbosa
Repórter
Mais informações:
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)
Escritório em Iguatu
(88) 3581. 1864
JOrnal Diário do Nordeste
www.diariodonordeste.com.br
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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Centro-sul: espaço para artesananto
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