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terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Essência e o poder do silêncio interior



Num mundo de comunicação global, intensa e instantânea (TV, rádio, internet, celular, jornal etc) quem ousa falar da importância do silêncio é logo rotulado de louco ou insano. É verdade – eu sou louco! Mas, a natureza é sábia e sábios foram aqueles que conseguiram penetrar no universo silencioso das camadas profundas da consciência metafísica humana. E segundo KRISNAMURTI (apud MARTIN CLARET, A ESSÊNCIA DO SILÊNCIO, p.94):
“Nós não estamos sós. Estamos aprisionados, isolados. Sois o resultado de tantos séculos de cultura, propaganda, influência, clima, alimentação, traje, o que outros disseram, o que não disseram, etc.; por conseguinte, não estais sós. Sois um resultado. E, para serdes luz de vós mesmos, tendes de estar sós. Uma vez tenhais rejeitado toda a estrutura psicológica da sociedade, do prazer, do conflito – estais sós!”
Estamos presos em nossas raízes culturais. Nunca estamos livres de fato. A liberdade é um estado de consciência positiva e transcendental onde cessa todo o desejo de posse, propriedade, poder de dominação, identidade psicológica e persuasão. Imersos num mundo de símbolos e mensagens de todos os tipos e comandos sonhamos acessar um mundo utópico de paz, felicidade e verdade. Nos preenchemos de ruídos, ideologias, crenças, teorias e lógicas de conquistas. Vivemos para fora e fora de nós mesmos.

O que menos conhecemos é a dimensão silenciosa, pacífica e amorosa do Espírito Interior. Vivemos em busca de uma felicidade lógica, projetada e calculada pela razão tagarela. Queremos ser estando o tempo todo no estado acelerado do ter e agir psicológico. O ócio positivo e transcendental é negado a todos que habitam o mundo moderno do trabalho, da produção e do consumo técnico-científico desequilibrado. Esse mundo segue a lógica do negócio (“negação do ócio” segundo Oswald de Andrade), da necessidade do reconhecimento externo da estética, da riqueza e do poder material.

Mas, por detrás desse mundo acelerado, “encantador” e ruidoso existe outro reino calmo de profunda sabedoria acessado por poucos. Pois, “o caminho é estreito e a porta é pequena”. Por isso, Albert Einstein afirmou: “ Penso 99 vezes e nada descubro. Mergulho em profundo silêncio [interior]. E eis que a Verdade me é revelada”. E segundo Stephen Halpern, Ph.D (apud MARTIN CLARET, A ESSÊNCIA DO SILÊNCIO, p.60-61): “O silêncio é o grande revelador”, diz Lao Tse. Para receber a revelação do silêncio, você precisa primeiro mergulhar nele. O silêncio não é simplesmente a ausência do ruído ou do som; ele é um estado positivo e específico de consciência. Não é fácil conseguir o estado de silêncio, como nos fazem lembrar os mestres espirituais. Contudo, para quase todos nós, o silêncio parece um pré-requisito necessário para as formas mais elevadas de prece e meditação. Em nossa cultura barulhenta, parece impossível fechar os ouvidos externos, aquietar a agitação constante da mente, abrandar o torvelinho incessante do coração. O silêncio não é uma meta em nossos dias”.

O silêncio interior é, portanto, o Verbo que se fez carne. É a Verdade que liberta. É a Verdade que revela definitivamente quem somos, de onde viemos e para onde vamos na longa estrada da evolução cósmica. É o EU Superior querendo um contato íntimo e transformador com o Eu humano desorientado e inferior.

Bernardo Melgaço da Silva
Professor universitário
email: bernardomelgaco@hotmail.com

Um comentário:

Unknown disse...

Assim q pus os olhos nessa mensagem soube de imediato que foi feito por vc e acertei. O q mais me chamou atenção foi a atenção dada ao silêncio diante de uma vida tão agitada e cheia de buscas incessantes despertar para a busca interior através do silêncio parece uma corrida desesperada para um oasis dentro de uma selva de tigres famintos, é assim q me sinto, por isso o texto me chamou tanta atenção! Verônica sua ex orientanda