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sábado, 14 de março de 2009

Fatos da História do Brasil

Litografia representando a batalha naval de Riachuelo (11 de junho de 1865)
Mentiras sobre a Guerra do Paraguai
por Armando Lopes Rafael


Nas décadas 60 e 70 – vigência do regime militar – a maioria dos professores das universidades públicas eram marxistas ou simpatizantes. E aproveitavam qualquer curso ou qualquer disciplina para – num “gancho” (expressão da moda àquela época) ou até mesmo uma frase solta - pregar a luta de classes como a “mola-mestra” da História. Ou, ainda, que não havia inteligência fora dos horizontes da esquerda. A maioria dos alunos embarcava naquelas mentiras. Raro foram os que tiveram senso crítico para escapar dessa falácia. Foi preciso chegar a 1989 – e com ele a queda do Muro de Berlim – para o mundo saber a real face do socialismo real.

Ainda hoje professores do curso de História procuram impor em salas de aula “novas interpretações” para a Guerra do Paraguai, o mais longo e sangrento conflito ocorrido na América do Sul. Ainda insistem em divulgar o questionável livro “Genocídio Americano, a Guerra do Paraguai”, de Júlio José Chiavenatto. Nesse livro consta que o imperialismo inglês manipulou o Brasil, a Argentina e o Uruguai, integrantes da Tríplice Aliança contra o ditador paraguaio Francisco Solano Lopez. Maus brasileiros continuam – ainda nos dias de hoje – afirmando ter sido Dom Pedro II o causador desse “genocídio”, sendo o imperador brasileiro o culpado pela morte de Solano Lopez. Nada mais falso.
Em novembro de 1994 ocorreu no Rio de Janeiro, na Biblioteca Nacional, o colóquio
“Guerra do Paraguai–130 anos”, no qual o pesquisador inglês Leslie Bethell – da Universidade de Londres – provou que o quadro econômico do Paraguai, no século 19, nunca incomodou a então poderosa Inglaterra. Bethel demonstrou, também, que a decantada ajuda dos bancos ingleses à Tríplice aliança não passou de 15% dos gastos brasileiros com a guerra.
Já o falecido professor Alfredo Arraes Alencar, em interessante artigo, esclareceu:
“A causa remota da guerra (do Paraguai) foi e megalomania de Lopez. Foi o seu ambicioso intento de conquistar territórios, a fim de estender seu domínio até o estuário do (rio) Prata. Para isso preparou-se largamente, armando o exército, construindo navios e levantando inexpugnáveis fortificações.
Declarou Lopez ao escritor espanhol Bermejo: “Sou soldado e tenho de declarar guerra ao Brasil. Se deixei que meu pai firmasse a paz, foi porque eu queria a glória de mostrar às repúblicas vizinhas que basta o Paraguai para derrubar aquele colosso”.
A causa próxima foi o apresamento do “Marquês de Olinda”, episódio ao qual se seguiu a invasão de Mato Grosso pelos paraguaios. Ao Brasil só lhe restava, evidentemente, o repelir a afronta pelas armas.
Autor de numerosas atrocidades, o ditador Lopez esmerou-se em crueldade no Morticínio de San Fernando, em agosto de 1868, quando, já em fuga e vendo traidores por toda a parte, julgou-se alvo de uma conspiração e mandou fuzilar, impiedosamente, dois irmãos (Benigno e Venâncio), um cunhado (Badoya), o bispo de Assunção (Palácios) e quatro ministros (Berges, Bruguez, Allen e Barrios), além de numerosas outras pessoas.
Duas irmãs do ditador e sua própria mãe foram encontradas (pelos brasileiros) prisioneiras, debilitadas por maus tratos, a espera de serem entregues a tribunais militares, conforme testemunho do Visconde de Taunay. O embaixador americano em Assunção, Wasburn, indignado, retirou-se do Paraguai, declarando Lopez “inimigo da humanidade”. O verdadeiro genocida. (Cfe. “História do Brasil” do Pe. Galanti, edição de 1905, tomo IV, página 600).
E ainda há quem lamente a morte do “bondoso” ditador, lançando essa culpa sobre o “belicoso” e “sanguinário” Dom Pedro II.
A tanto chega a vilania dos detratores da Pátria!"

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