Encontro de iniciativas Negras reúne, no Cariri, representantes
de vários Estados do Brasil. Os debates acontecem nas cidades
do Crato, Juazeiro e Barbalha (Foto: Antônio Vicelmo)
O "II Curso de Extensão Iniciativas Negras, Trocando Experiências" acontece, no Cariri, até dia 18
Crato. Pesquisadores, professores e ativistas dos movimentos sociais negros estão reunidos na Universidade Regional do Cariri (Urca) com o objetivo de estimular a reflexão crítica sobre diversas experiências, que visem combater a discriminação racial. É o "II Curso de Extensão Iniciativas Negras, Trocando Experiências", que foi aberto no dia 8 e termina no dia 18. O evento, que tem participação de representantes da maioria dos Estados do Brasil, é realizado em Crato, Juazeiro e Barbalha.
A proposta do curso é de ampliar informações, discussões e reflexões no campo da integração social, procurando estabelecer um diálogo para além dos limites geográficos das capitais e de algumas grandes cidades do território nacional, com enfoque no Ceará. O representante da Prefeitura de Fortaleza, Luiz Bernardo, diz que, de acordo com levantamento das organizações negras, 67% dos cearenses são de cor morena, afrodescendentes. Somente 3% desse contingente assumem a condição de negros.
Entre os vários temas discutidos destacam-se a luta contra a desigualdade e preconceito racial no Brasil, luta pela democratização do poder e distribuição igualitária de renda e de terra, direitos humanos, gênero, saúde, redação de projetos, captação de recursos, ação afirmativa, história e cultura afro-brasileira, arquivo documental.
A professora, Joselina da Silva, coordenadora do curso, uma das palestrantes, avalia que o Brasil, embora tenha conquistado alguns avanços, continua sendo um País "preconceituoso" contra a raça negra. "O preconceito não é apenas individual, é principalmente estrutural, marginalizando o negro à base da pirâmide", diz. Ela reforçou que, embora o Brasil seja um País democrático, sempre foi governado por "brancos".
"Buscamos o intercâmbio, a divulgação e a difusão do conhecimento e da produção científica, no combate ao racismo e ao sexismo", justifica a ativista Verônica Neves, presidente do Conselho Municipal da Mulher Cratense, destacando que, neste sentido, a metodologia empregada é de organização de painéis, de condução de oficinas, grupos de estudos, mesas redondas, visitas de intercâmbio a projetos comunitários e turismo histórico e cultural.
Uma das preocupações da coordenação do curso, segundo Verônica, é atingir uma maior abrangência regional.
Mais informações
Universidade Regional do Cariri
Rua Cel Antônio Luís, 1161
Pimenta - Crato
(88) 3102.1202
ANTÔNIO VICELMO - REPÓRTER
Fonte: www.diariodonordeste.com.br - REGIONAL - 16/10/2009
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