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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Diocese de Crato, 95 anos



Hoje, dia 20 de outubro, dia em que a memória do Padre Cícero Romão Baptista é reverenciada, conforme nos lembra o post do amigo Carlos Rafael, a Diocese de Crato está celebrando seus 95 anos de Criação. A seguir algumas informações sobre a história da Diocese e sobre seus cinco bispos.

1. Contextualização eclesiástica e geográfica

Crato, junto com a Arquidiocese de Fortaleza e as Dioceses de Sobral, Iguatu, Itapipoca, Limoeiro do Norte, Tianguá, Quixadá e Crateús, compõem o Regional NE 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, compreendendo o Estado do Ceará.

Situa-se no extremo sul do Estado do Ceará, limitando-se com as dioceses de Iguatu (Ceará), Cajazeiras (Paraíba), Afogados da Ingazeira e Petrolina (Pernambuco), Picos (Piauí). A sede da Diocese e algumas cidades situam-se no Vale do Cariri e Chapada do Araripe (área marcada pelo verde da vegetação, solo esponjoso calcáreo, camadas superiores do sub-solo de arenito, considerável número de fontes) e sertão que a circunda.

A Diocese de Crato compreende os municípios de: Abaiara, Altaneira, Antonina do Norte, Araripe, Assaré, Aurora, Baixio, Barbalha, Barro, Brejo Santo, Campos Sales, Caririaçu, Crato, Farias Brito, Granjeiro, Ipaumirim, Jadim, Jati, Juazeiro do Norte, Lavras da Mangabeira, Mauriti, Milagres, Missão Velha, Nova Olinda, Porteiras, Potengi, Penaforte, Salitre, Santana do Cariri, Tarrafas, Umari e Várzea Alegre.

Superfície total: 17.648,4 km2.
População: 894.787 hab.
Densidade populacional: 50,70 hab/ km2

2. Contextualização histórica


A presença da Igreja Católica no Cariri, região Sul do Ceará, remonta ao século XVIII. No entanto, é com a criação da Diocese de Crato que essa presença se torna mais forte e mais profícua. A Diocese foi criada num momento em que o Cariri passava por fortes tensões políticas, sociais e religiosas, conforme abordamos anteriormente. Por outro lado, a Igreja Católica no Brasil, nesse momento, vinha de um longo processo de romanização, levado a cabo no século XIX, a partir de 1840, com o objetivo de enquadrar o catolicismo brasileiro, sobretudo sua vertente popular, nos moldes romanos. No Ceará, a única Diocese, a de Fortaleza, já não dava conta da imensa tarefa que lhe cabia: cuidar da evangelização de todo o povo cearense.

Pensada e desejada, desde 1908, segundo iniciativas de Pe. Cícero Romão Batista, a Diocese de Crato foi criada pela Bula “Catholicae Eclesiae”, de Sua Santidade o Papa Bento XV, datada de 20 de outubro de 1914. Foi desmembrada da Diocese de Fortaleza, compreendendo vinte e uma paróquias: Crato, Barbalha, Missão Velha, Jardim, Brejo Santo, Milagres, Aurora, Lavras, Umari, Icó, Iguatu,, São Mateus (Jucás), Saboeiro, , São João dos Inhamuns, Flores, Cococi, Arneiroz, Araripe, Assaré, Várzea Alegre e São Pedro do Cariri (Cariaçu). Dom Manoel da Silva Gomes, Bispo Diocesano de Fortaleza, foi nomeado Administrador Apostólico da Diocese de Crato que, por sua vez, nomeou Monsenhor Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva Vigário Capitular da mesma. Posteriormente, a 10 de março de 1915, Monsenhor Quintino foi nomeado primeiro bispo diocesano de Crato. A instalação da Diocese se realizou no dia 1º de janeiro de 1916.

Bispos da Diocese de Crato:

1. Dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva
Nasceu a 31 de outubro de 1863, na cidade de Quixeramobim. Foram seus pais Antônio Rodrigues da Silva e Maria Batista Vaz e Silva. Em março de 1881 matriculou-se no Seminário de Fortaleza, recebendo a tonsura a 30 de novembro de 1884; um ano depois recebia ordens menores e em 13/07/1886 era subdiácono. Recebeu o diaconato em 30 de novembro do mesmo ano e o presbiterato em 19 de junho de 1887, das mãos de D. Joaquim José Vieira, segundo bispo do Ceará. Foi vigário de Missão Velha e depois professor e reitor (1893-1897) do Seminário São José em Crato. Assumiu a Paróquia Nossa Senhora da Penha em 23 de maio de 1900. Foi um dos responsáveis pelos passos iniciais que deram origem à Diocese de Crato em 1914. Nomeado bispo de Crato, em 10/03/1915, foi sagrado em Salvador – Bahia, a 31 de outubro de 1915. Assumiu o pastoreio diocesano em 1º de janeiro de 1916. Seu lema episcopal era: Patientia et doctrina. Faleceu no dia 28 de dezembro de 1929 em Crato.

2. Dom Francisco de Assis Pires
Eleito no dia 11/08/1931 pelo Papa Pio XI. Nasceu em Salvador, no dia 04/10/1880. Fez os estudos no Seminário de sua terra natal e no Seminário de Olinda-Recife – Pernambuco. Recebeu a ordem do presbiterato no ano de 1903 das mãos de Dom José Jerônimo Tomé da Silva, Arcebispo de Salvador. Cônego da Catedral do Salvador e Vigário Geral da Arquidiocese, esteve presente à sagração de D. Quintino, primeiro bispo de Crato. D. Augusto Álvaro da Silva, então Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, no dia 06 de dezembro de 1931, presidiu a sua sagração. No dia 10/01/1932 tomou posse como segundo bispo de Crato, tendo como lema: Non veni ministrari sed ministrare (não vim para ser servido mas para servir). Em razão da saúde debilitada, Dom Francisco solicitou um bispo auxiliar. Foi nomeado Dom Vicente de Paulo Araújo Matos, eleito a 21 de abril de 1955, sendo ordenado no dia 11/06 daquele mesmo ano. Em 1960, a 10/02, faleceu Dom Francisco, já então bispo resignatário de Crato.

3. Dom Vicente de Paulo Araújo Matos
Nasceu na Cidade de Iatapagé – Ceará, no dia 11 de junho de 1918. Preparou-se para o sacerdócio no Seminário Metropolitano de Fortaleza, onde recebeu a ordem do presbiterato no dia 29 de junho de 1942, das mãos de Dom Antônio Almeida Lustosa, Arcebispo Metropolitano de Fortaleza. Foi eleito bispo titular de Antioquia no Meandro e Bispo Auxiliar de Crato a 21 de abril de 1955 pelo Papa Pio XII. Sua ordenação episcopal deu-se no dia 11 de junho do mesmo ano na Igreja do Cristo Rei em Fortaleza. Dom Antônio de Almeida Lustosa foi o sagrante principal e consagrantes D. Francisco de Assis Pires e Dom Aureliano Matos, bispo de Limoeiro do Norte. Tomou posse como bispo auxiliar de Crato no dia 15 de agosto de 1955. Foi Vigário Capitular de Crato após a renúncia de D. Francisco e em 22/01/1961 foi nomeado 3º bispo diocesano de Crato, tomou posse a 19 de março. Seu lema episcopal foi: Vicente dabo manna (Ao vencedor darei o maná). Seu pastoreio foi marcado pela ação social impulsionada pelo Concílio Vaticano II e pela CNBB.

4. Dom Newton Holanda Gurgel
Nasceu na cidade de Acopiara, Ceará. Filho de Francisco Gurgel Valente e Aurélia Holanda Gurgel. Entrou no Seminário do Crato no ano de 1937, cursou Filosofia no Seminário Arquidiocesano de Fortaleza e Teologia no Seminário Arquidiocesano de João Pessoa – Paraíba. Recebeu a ordem do presbiterato no dia 17 de dezembro de 1949, pelas mãos de D. Francisco de Assis Pires, na cidade de Milagres - Ceará. Foi pároco de Campos Sales, professor e reitor do Seminário Diocesano São José. Em 28 de abril de 1979 foi nomeado Bispo auxiliar de Crato, tendo sido sagrado em Roma no dia 27 de maio do mesmo ano, por Sua Santidade o Papa João Paulo II. Tomou posse aos 07/07/1979. Escolheu como lema episcopal Certa bonum certamen – Combate o bom combate. Após o afastamento de D. Vicente, por motivo de saúde, D. Newton assumiu a Diocese como Administrador Diocesano e, em 1994, foi nomeado, por João Paulo II, o quarto bispo diocesano de Crato. Cargo que assumiu no dia 09/01/1994. Ao completar 75 anos apresentou a sua renúncia, sendo esta aceita apenas em 02/05/2001, passando a ser Administrador Apostólico enquanto D. Fernando Panico, que foi nomeado como quinto bispo de Crato, tomava posse. O que aconteceu no dia 29/06/2001.

5. Dom Fernando Panico
Filho de Vito António Panico e de Lúcia Maria Carmela Piri. Nasceu em Tricase (Lecce), Itália, no dia 01 de janeiro de 1946. Em 1964, ingressou na Sociedade dos Missionários do Sagrado Coração de Jesus. De 1967 a 1968 cursou a Faculdade de Filosofia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, obtendo o Diploma de Bacharelado em Filosofia para a habilitação ao ensino. Nos anos 1969 e 1970, frequentou os cursos de Teologia no "Istituto Teológico Fiorentino", em Florença. Retornou a Roma para continuar os estudos de Teologia no "Pontifício Ateneo SanfAnselmo", aonde obteve o Diploma "magna cum laude" de Bacharel em Teologia. Durante os últimos três anos de sua formação acadêmica, desempenhou o cargo de bibliotecário da Biblioteca no Escolasticado Teológico de sua Congregação em Roma. Aos 31 de outubro de 1971 foi ordenado Padre, em Roma. Em dezembro de 1974 chega ao Brasil, para exercer seu ministério missionário no Maranhão. Em 1989 é transferido para São Paulo, a fim de iniciar o curso de Doutorado em Liturgia, na Pontifícia Faculdade de Nossa Senhora da Assunção. No dia 02 de junho de 1993, o papa João Paulo II o nomeou Bispo da vacante sede diocesana de Oeiras-Floriano, no Piauí. Aos 15 de agosto de 1993 foi sagrado Bispo, no Estádio Municipal de Floriano. No dia 02 de maio de 2001, o Papa João Paulo II o transferiu para a sede episcopal de Crato, no Ceara. Aos 29 de junho de 2001 tomou posse da nova Diocese, como quinto bispo de Crato. Como Bispo de Crato, publicou três Cartas Pastorais:
1."Corações ao Alto, Igreja de Crato" (2001)
2."Romarias e Reconciliação", sobre uma nova postura eclesial diante das Romarias e do Pé. Cícero Romão Batista (2003);
3.O católico e as Eleições. Orientações pastorais. (2004).

FONTE: http://www.diocesedecrato.org.br/

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