Atualmente, o assunto: “Crescimento da região do Cariri” está na “boca do povo”. Alardeia-se a transformação da região em um pólo comercial e industrial. Viramos: Região Metropolitana! Mas a centralização da “riqueza”, ou o dito “crescimento”, trouxe mesmo a melhoria na qualidade de vida de sua população? Tem-se educação, saúde, habitação, lazer e transporte de boa qualidade para todos? Vive-se melhor? Quanto nos custou tudo isso?
É notório o salto econômico do Brasil, principalmente, nos últimos 8 anos. Para encurtar a conversa, basta dizer que pagamos a, impagável, dívida externa. Lembram do FMI? A nação desfruta de dinheiro fácil para financiamentos privados, muito em moda no Cariri. Os Juazeirense se tornaram experts nisso! Financiamentos são o combustível certo para o desenvolvimento econômico, desde que parte do capital emprestado: transforme-se em postos de trabalho, com salários justos; reverta-se em impostos aplicados no bem estar do cidadão; e se, o valor do empréstimo for pago, ao banco, no prazo e com os juros acordados. Assim, o exemplo de empreendedorismo ensinado pelo ilustre Cratense Padre Cícero terá dado certo! O problema é que muitas vezes a história, por aqui, não é sempre essa..., mas isso fica pra outro artigo.
Amigo, quero alertar que “a casa caiu”! Colhemos o fruto da aplicação errada do dinheiro público! Representantes que não tiveram competência (entenda-se decência) para priorizar a EDUCAÇAO como único veículo desenvolvimento sustentável de um povo. Temos ricos, mais ricos, e novos ricos que pagam para eleger esses “representantes”. A classe média assiste, à tudo, inerte. Os pobres, até bem pouco tempo miseráveis, embreagam-se com a realidade de poder, à prestação, adquirir uma moto 125 cc, uma TV, um DVD e celular pré-pago. A ressaca vem toda manha ao deixar os filhos na escola pública, mal equipada, dirigida por professores mal remunerados e pouco capacitados. Vem ao recorrer a um sistema de saúde sucateado e insuficiente. Vem do trânsito por vias estreitas e não ou mal pavimentadas, geridas por órgãos igualmente mal equipados e despreparados. A ressaca vem na volta pra casa, quando não se tem um sistema público de transporte eficiente, suficiente e barato. Vem ao chegar em casa e ver seus filhos brincando em ruas com esgoto à céu aberto. Essa é a realidade do “Cariri” que está fazendo o outro Cariri crescer. O Cariri que não tem dinheiro pra pagar ESCOLA PARTICULAR. O Cariri que não pode pagar por PLANOS DE SAÚDE. O Cariri que não tem SANEAMENTO, ASFALTO, muito menos, PRAÇAS e CENTROS ESPORTIVOS, na porta de casa. O Cariri que é obrigado a arriscar a vida, todos os dias, pegando “TOPIC” e MOTO-TÁXI.
Tem jeito? Tem! A mudança deve acontecer a partir do entendimento da inconveniente realidade que se apresenta. Escolhendo-se melhor os que irão gerir nossos impostos. Cobrando-se a correta aplicação dos recursos públicos e não perdendo a capacidade de indignar-se com a prática da corrupção (disfarçada de incompetência) de alguns destes representantes, penalizando-o (os) com a sua NÃO reeleição.
Sequelas de uma região que “cresce” a olhos vistos!
Dimas de Castro e Silva Neto
Engenheiro Civil, Mestre em Gerenciamento da Construção pela University of Birmingham e Professor do Curso de Engenharia Civil da UFC Cariri
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