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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O ESPECTRO DA CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS EM COPENHAGUE – 2009

Ontem um texto do Jornal The Guardian eviscerou muito cedo o que mais se temia nesta Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague. Expôs a verdade dos Estados Nacionais neste debate que se entenda está no seguinte nível. O próprio título da Convenção já parte de uma convicção: existem Mudanças Climáticas. Então o debate se encontra exatamente em saber-se o verdadeiro papel da produção, distribuição e consumo no sistema capitalista que já é praticamente global. Em seguida é sair de uma sinuca de bico, jogado pelas nações mais ricas, do qual se diz: como criar uma regulação global sobre isso sem modificar o sistema capitalista?

Para eles existe uma única saída para a sinuca: os mais pobres podem poluir menos enquanto os mais ricos continuam mantendo os seus privilégios. A saída é que preserva o sistema capitalista. Que inegavelmente tem se caracterizado desde o século XIX como o sistema que cria privilegiados e tenta congelar esta divisão. Qual a questão básica?

Acontece que um sistema de privilegiados tem uma espécie de força gravitacional que puxa todos os corpos em sua direção. Tendo o privilégio por matriz é de se entender, por exemplo, que a resposta que se busca na Convenção de Copenhague já encontrava posta no mínimo com a crise do petróleo de 1973. Ali está o coração disso tudo: a civilização do petróleo, seu perfil de produção e consumo.

Quem não se lembra que naquela época os carrões americanos, consumidores de gasolina passaram por crítica severa. Quem não recorda os japoneses surgindo como aqueles que tinham uma proposta para o consumo reduzido. Qualquer um sabe do Brasil deixando de produzir carboidrato para as pessoas com finalidade de produzir álcool para a classe média andar nos produtos da indústria automobilística. Depois veio o papo que poluía menos, o álcool, pois não era o discurso do Proálcool o uso foi quem evidenciou.

Estamos em pleno verão dos “carrões”. Como dizem os cearenses das “bichonas”, que até foi mote de campanha nas eleições a governador. Depois da vitória toda a polícia voltada para os bairros privilegiados é motorizada com as “bichonas”. Consumidoras de combustíveis por quilômetros quadrados, agressoras do meio ambiente com suas práticas de Jim da Selva (ih! Isto é velho!), mas tem um nome contemporâneo e também é inglês: OF ROAD.

Aviso: não perdi o fio da meada. A Convenção do Clima na verdade é outro tema. É discutir como o sistema globalizado irá dividir o poder na produção e consumo mundial. Os pançudos do norte já disseram no The Guardian: seremos nós e os outros esperem 50 anos. Na verdade a história continuará indomada, pois não depende apenas da vontade do privilegiado em permanecer privilegiado. Por baixo dele uma calota inteira de gelo se derrete.

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