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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Produtores de Mauriti pedem reestruturação de perímetro irrigado

Uma audiência pública realizada para comemorar os 100 anos de atuação do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) foi realizada no município de Mauriti. Dentre os assuntos que tiveram destaque, o projeto de revitalização do perímetro irrigado de Quixabinha, que hoje se encontra parado e sem perspectiva de uma maior produtividade na fruticultura.
O presidente da Associação dos Irrigantes do Perímetro de Quixabinha, Evanildo Simão falou sobre a importância das obras de transposição das águas do Rio São Francisco, que cortará o município em torno de 40 km, passando por dentro do perímetro irrigado. Com isso, existe a necessidade de o perímetro ser reestruturado pelo DNOCS, ficando apto a receber as águas da transposição.
O perímetro tem aproximadamente 107 associados. Devido à falta de operacionalidade e pelos custos de energia, cada irrigante passou a ter o seu próprio ponto de energia, que puxa a irrigação do leito do Riacho dos Gomes. “O que nós estamos querendo é que o DNOCS possa modificar este nosso sistema de irrigação e que faça com que chegue imediatamente nas mãos dos irrigantes”, disse Evanildo.
O presidente disse que todo este processo poderia ser feito através do Banco do Nordeste, que poderia elaborar o projeto. Porém, o maior drama dos produtores do perímetro está ligado a não renegociação dos seus débitos junto ao Banco do Nordeste, devido o banco já ter penhorado uma parte dos bens da cooperativa de Quixabinha, que está em fase de leilão.
De acordo com Evanildo, o débito dos produtores com o banco do nordeste oscila hoje em torno de R$ 4,5 milhões e a cooperativa não dispõe de todo este patrimônio, “por isso, fomos enquadrados nesta nova Lei de Renegociação do governo federal. O débito será dividido entre os associados, onde cada um está assumindo o seu, que é de aproximadamente R$ 35 mil por irrigante”, revelou.
A dívida vem se perdurando desde o ano de 1994. O perímetro tem em torno de 513 hectares de terras, mas 200 estão sem produzir por falta de crédito e assistência técnica. “Se renegociarmos a dívida com o Banco do Nordeste, iremos trabalhar o plantio da mamona em uma parte desta área ociosa, além da produção de banana que tem um mercado vasto no Cariri”.
“Estamos sofrendo com a falta de captação d’água para irrigar os 24 lotes existentes. Só estamos plantando e colhendo uma safra por ano por termos que segurar a vazão do Quixabinha, que hoje é de 80 metros por segundo, quando o ideal é de 180 a 200 metros por segundo”, revelou.
O coordenador estadual do DNOCS no Ceará, Eduardo Segundo afirmou que o órgão tem uma nova postura para redimensionar o desenvolvimento no Nordeste e está pensando em viabilizar a instalação de um escritório regional do órgão e criar uma unidade no Cariri, “Através da criação da unidade do Cariri é que queremos revitalizar o perímetro irrigado de Quixabinha, que muito contribuiu com o desenvolvimento da região. Queremos emancipá-lo, deixando a sua administração por conta dos irrigantes”, concluiu o coordenador do DNOCS.
Fonte: Jornal do Cariri

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