O assunto principal para mim é música. A música transformadora da realidade, a música que faz a flor perfumar o ambiente, a vida. O "rock" surgiu para mim como rebeldia, como a contestação do status quo, anos 70 - nos 60s, eu (ou) via não entendia, criado na roça, a música caipira, a Folia de Reis. Na cidade, a jovem guarda, mas tanto doce nas letras que eu não via um sentido que me comovesse. "Pobre menina, não tem ninguém..." "Eu sou um negro gato de arrepiar..." Achava melhor aquela do E. Carlos "Sentado à beira do caminho", do R. Carlos "Detalhes", por suas construções poéticas mais realistas, mas a música que procurava tinha cheiro de mato, de coisa da terra... Quando via alguma coisa diferente, gostava. A música caipira me oferecia isso, com seu ideário heróico, as histórias navegadas no carro de bois, os cavalos, os amores puros da gente mais simples. A vida era muito simples.
Quando falo em rock, falo mais portanto de VAN DER GRAAF GENERATOR (procure no 4shared.com, que você faz ótimos downloads, para conhecer - se você não conhece, claro!), ouvi muito YES, GENESIS, KING CRIMSON, JETHRO TULL, mas também muito Blues, muito HENDRIX, JOPLIN, IGGY POP, ERIC BURDON, além dos BEATLES e STONES, e no Brasil Mutantes, Raul Seixas, Sérgio Sampaio. Naquele tempo ouvi alguma coisa dos baianos C. Veloso, G. Gil, mas logo perdi o gosto pela história deles
(...)
Texto de Luis Eduardo
Um comentário:
Como música nos fala das coisas e nos ensina sobre elas! Nunca tive muitos dedos, mãos, braços, pernas, beiços, boca e diafragma para tocar/cantar algum tipo de música. Mas, em compensação, Deus me dotou de ouvidos privilegiados para apreciá-la. E melhor: deu-me tolerância e ecletismo para ser apreciador de todos os gêneros, tendências e ritmos musicais. Contudo, este fragmento do texto de Luis Eduardo não me deixaria tergiversar jamais quando sou instado, por mim mesmo e pelos outros, a fazer uma única opção: sou e sempre serei fã do velho e bom rock'n'roll.
Beleza, Socorro; e grato pela postagem.
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