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quarta-feira, 23 de maio de 2012

De Quem é a Culpa? Por: Mário Correia de Oliveira Júnior.


  
Paradoxos Políticos Eleitorais!

No atual Mundo Globalizado fala-se muito em defesa do meio ambiente. Diversos legisladores defendem esta bandeira “com unhas e dentes”. Elaboram leis para o combate da poluição sonora, da poluição visual e demais leis em defesa do meio ambiente.
 Muito bem! Até aí nada obsta. Contudo, quando de suas campanhas eleitorais não se importam com a poluição sonora, visual e com as cidades sujas de panfletos, isto é, aqueles que desinformam o cidadão. Perguntamos? O cidadão deverá votar nestes tipos de candidatos? Votar novamente nestes candidatos? Não! O cidadão é acima de tudo sábio em suas decisões! É hora de somarmos ideias, a fim de eliminarmos do nosso convívio, o desrespeito aos cidadãos e as nossas cidades!
Então, por oportuno, comecemos nossa conversa com as palavras do Filósofo Daniel Dennett, autor de “Quebrando o Encanto”, que diz: ”As religiões cresceram porque foram úteis à humanidade. As crenças serviram para dar senso ético e coesão política e social às tribos e ajudarem o homem a enfrentar doenças e encarar seus medos.”.
Quebremos, por conseguinte este “encanto” de que campanha eleitoral só é boa com carreatas, poluição sonora, poluição visual e outras parafernálias que agridem o meio ambiente e desrespeitam os direitos dos cidadãos. A democracia não “cresce” em assim procedendo. Não é “útil” a humanidade. Não “serve” como “senso ético” e muito menos como “coesão política e social”. Não “ajuda” ao cidadão de bem a “enfrentar e encarar suas doenças”. Pelo contrário, advêm doenças de todas as qualidades ruins possíveis.
A hora é agora! Quebremos o encanto! Encaremos os nossos “medos”!
Pois Muito bem! A campanha eleitoral deveria ser começada pelo que realmente ela é. É o momento dos candidatos apresentarem propostas exequíveis. Não o momento de se divertirem com showmícios, shows pirotécnicos, carreatas, panfletagens apócrifas. Nós já temos diversas festas; para citar algumas delas, como: Diversos Forrós nos finais de semanas, São João, Vaquejadas, Expocrato, Juá Forró, Festa de Santo Antônio, etc. E aí perguntamos? “A turma” não vai se divertir torcendo por seus candidatos ao som de músicas? Como vai ficar isto? Aquela coisa Americanizada, Europeia, fria, votar pelos candidatos por suas qualidades administrativas? Será que não seria uma campanha muito fria e chata para o”sangue” do Brasileiro?
 A sugestão para definição de uma campanha limpa, transparente, sem poluição sonora, sem poluição visual; enfim, sem agredir o meio ambiente, seria um debate efetuado pelas Câmaras Municipais, pelos partidos Políticos com o apoio do Ministério Público, do Juiz Eleitoral, no sentido de definir quais os limites da propaganda eleitoral. Façamos uns debates públicos, palestras, seminários, uma pesquisa, a fim de saber se a população quer uma campanha “suja”, poluída, desrespeitosa com os direitos do cidadão; de intranquilidade auditiva, visual, o direito de “ir e vir”, bloqueados pelas diversas carreatas, etc., ou uma campanha limpa. A ideia de se debater este assunto já é realidades nas cidades de Cajazeiras e Campina Grande na Paraíba. Porque não no Cariri, no Ceará e no Brasil, de uma forma geral?    
No período de noventa dias a justiça libera a propaganda eleitoral, tanto sonora, quanto visual e as cidades acabam vivendo transtornos de toda ordem diante das propagandas que geram as mais diversas agressões ao meio ambiente. Realmente, assim procedendo, estamos andando, não somente no sentido oposto na defesa de um meio ambiente saudável e sustentável, mas também, desvirtuando o real sentido da propaganda eleitoral e da própria democracia. É uma preocupação que deve ser de todos. Principalmente a polução sonora, com os mais diversos carros de sons, em decibéis acima do permitido, a qualquer hora do dia e da noite, com a agravante de carreatas, como isto demostrassem as verdadeiras “caras” dos candidatos. O uso de paredões de som, painéis pintados nos muros deveriam ser abolidos para o bem dos cidadãos e respeito ao meio ambiente.
É de bom alvitre lembrar que a legislação eleitoral não proíbe o uso de carros de sons e a pintura de painéis dentro dos parâmetros das leis. Entretanto, pela modernidade dos meios de comunicação há diversos outros meios dos candidatos apresentarem a população suas propostas, suas reais intenções de suas candidaturas. As redes sociais, debates nos espaços públicos, tais como, sindicatos, associações, Ongs, Escolas, Universidades, Faculdades, clubes e entidades de classes. Tão somente desta forma estaremos contribuindo para uma cidade saudável, limpa, bonita, agradável para se viver e contribuir para um meio ambiente, que garanta o cidadão do presente e das futuras gerações. Devemos sim, nos preocuparmos com os limites da poluição sonora, da poluição visual, do respeito da liberdade de expressão (dentro dos limites das Leis Eleitorais e da Constituição Federal), de uma cidade limpa e salutar.
Portanto, meus caros cidadãos! E de Quem é a Culpa.
Finalizemos com as palavras de Hans Kelsen: “O Estado de Direito é aquele que satisfaz os requisitos da democracia e da segurança jurídica... a jurisdição e a administração estão vinculadas às leis... estabelecidas por um parlamento eleito pelo povo... (negrito e grifo nosso)... e certas liberdades dos cidadãos, particularmente a liberdade de crença e de consciência e a liberdade da expressão do pensamento, são garantidas.”.  

Mário Correia de Oliveira Júnior
Advogado/Professor.

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