Há tempos que venho acompanhando o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), um teste que mede o conhecimento e as habilidades , entre jovens que tenham ou estejam terminando o segundo grau , em todo o país. Esta edição deveria ter tido uma atenção toda especial por parte dos que fazem o sistema educacional brasileiro , já que, completamos dez anos de avaliação.
Já se passaram dez anos da primeira edição, e de lá pra cá, pouca coisa tem mudado, o resultado é sempre o mesmo: - As nossas escolas públicas, com raríssimas exceções, são as piores no ranking da avaliação.
E o pior ainda, é que este resultado sofrível, não tenha provocado nenhuma reunião, nem daquelas regadas a coffee break. A imprensa não fez barulho. A esquerda e a direita ficaram em silêncio. Os pais estão satisfeitos com a comida, fardamento escolar e com o que estão ensinando aos seus filhos.
Está tudo uma maravilha. As escolas cheias de projetos e mais projetos, cada um, mais mirabolante que o outro. Só precisa um educador sonhar com um “projeto “ que logo-logo , encontrará uma legião de seguidores, tanto de educando como de educadores. Sabendo ele, que aquilo, não levará o aluno a lugar nenhum.
No Brasil, mais da metade dos alunos, que terminam a quarta série são analfabetos. Os adultos com analfabetismo funcional já passam dos 74%. Como entender o que estar acontecendo no país? Escolas, merenda, livros didáticos, transporte escolar, professores concursados e com estabilidade funcional (entende-se que sejam os melhores). O aprendizado é dentro da sala de aula. Se não tivermos uma sintonia perfeita entre quem ensina e quem aprende tudo pode dar errado.
O nosso ensino é péssimo. Se os nossos escolares fossem direcionados para estudar a gramática, as operações matemáticas, o conhecimento dos continentes, dos mares e dos oceanos , o resultado do ENEM seria outro . Não pode-se ensinar a ler, sem que, o aluno entenda o que foi lido. Este mesmo raciocínio deve-se aplicar as demais matérias.
Os direitos sociais devem ser um complemento do aprendizado e não um substituto da sua futura formação acadêmica e profissional . Quando iremos assistir a sociedade se indignar com outros resultados do ENEM , iguais aos que estão se seguindo ? Quando iremos assistir governos (Federal , Estadual e Municipal ) , diretores e coordenadores de escolas , pais e responsáveis pelos alunos , dizerem que está faltando ensinar a tabuada, a gramática e a interpretação de texto?
Tem que partir do simples e do óbvio para chagar aos “projetos “, se é que, ainda encontrará ressonância, com o alunado esclarecido. Quem se habilita a defender os inocentes alunos da rede pública ?
José Aldegundes Muniz Gomes de Matos
Médico e ex-prefeito do Crato
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quarta-feira, 20 de maio de 2009
ARTIGO: quem defenderá os inocentes?
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