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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Mui Amigas... Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

Estamos quase chegando à semana da festa do Natal. O momento é propício para refletirmos sobre o amor, a amizade, a solidariedade e o perdão. Podemos então nos questionar se estamos sendo bons pais, filhos, amigos e cônjuges. Estamos sendo fiéis aos nossos amigos?

Esse é também um momento de entrarmos em sintonia com Deus e pedirmos para sermos melhores. Deixar morrer o nosso coração de pedra e nascer um coração novo, de carne. E que esse coração novo seja capaz de receber todas as graças de Deus e se abrir para o perdão. A chegada do menino Jesus nos faz entrar na magia de um novo renascer. Renascer para uma nova vida de pratica do bem, de ser capaz de entender e perdoar pessoas que achamos não merecer nosso perdão. É difícil perdoar quem nos tratou mal. E se nós imitássemos o coração manso e humilde de Jesus? Talvez fosse possível.

Foi nesse clima de Natal que me lembrei das falsas amizades. Na Bíblia, em Eclesiástico 6,14-15, encontramos: “Um amigo fiel é um refúgio poderoso, e quem o encontra, achou um tesouro.” “Amigo Leal não tem preço e nada se iguala ao seu valor.” A amizade verdadeira é um sentimento muito gratificante para todo ser humano. Todos gostam de ter amigos. Tem também um ditado que diz “É melhor um amigo na praça do que dinheiro na caixa”. Tudo isso pela importância de se ter um amigo.

Muitos já foram traídos, mas mesmo assim não perderam a fé nos amigos, pois alguns são merecedores de toda nossa confiança. Também sabemos que o ser humano não é uma ilha, gosta de conviver com outras pessoas e usufruir de uma boa amizade.

A história que vou narrar ocorreu comigo, quando eu estava me preparando para o vestibular do curso de História da Faculdade de Filosofia do Crato. Devido a minha juventude, eu confiava cegamente nas pessoas e achava que todos que se aproximavam de mim e agiam como amigos seriam incapazes de me causar qualquer decepção.

Duas vezes por semana, eu freqüentava um curso de inglês. Foi nessas aulas, que conheci duas colegas que eu pensava serem minhas amigas. Através da convivência, a amizade foi se solidificando, pensava eu. Mas não foi isso que se passou com essas duas colegas. Elas, assim como eu, iam fazer vestibular, não para o curso de história, mas para outros cursos.

Saí de casa numa sexta feira à tarde, em direção ao centro da cidade, com o objetivo de comprar um livro. Já estava chegando à Rua João Pessoa, quando encontrei com essas duas amigas. Uma delas me convidou para passar uma semana numa fazenda de uma tia. Informou-me que iríamos nós três e que lá era um lugar bastante sossegado, ideal para estudar. Respondi que iria combinar com meus pais. Conversamos mais um pouco, depois nos separamos, e eu fui à livraria comprar o livro.

Ao Chegar à minha casa, falei com meus pais que me autorizaram a ir. Então eu telefonei para elas e ficou tudo combinado. A viagem foi marcada para a próxima segunda feira às três horas da tarde. Seria apenas duas horas de viagem.

No dia marcado arrumei a mala e fiquei esperando. Esperei tanto que o dia já estava anoitecendo, quando outra colega, uma verdadeira amiga me ligou e perguntou por que eu não tinha viajado. Acho que ela já sabia da traição. Expliquei que até àquela hora elas não tinham me dado notícia nenhuma. Então ela me disse que elas viajaram no horário marcado. Fiquei chocada com tal atitude. Foi uma grande falta de educação e deslealdade. Pelo menos elas deveriam ter dado qualquer desculpa, mas me deixarem esperando...

Essa minha amiga, que me telefonou e, que ainda hoje eu a considero como grande amiga me convidou para um sítio dos pais delas no Lameiro, onde fui muito bem acolhida. Estudamos com muita vontade e passamos no vestibular. Ainda hoje não entendo a atitude daquelas duas ex-amigas, pois tenho certeza que eu não merecia. Mas consegui perdoá-las, o que é mais importante.

Tudo que acontece na vida serve para o nosso amadurecimento. O desencanto com essas duas pessoas, não me desanimou, pois a atitude da amiga certa, me fez acreditar que ainda existem pessoas boas e amigas.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

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