Por Marlon Torres*
O Coletivo Camaradas propiciará a mistura do Rap e do Repente no dia 20 de novembro, a partir das 19 horas, no Largo da RFFSA.
Sete cordas, onze silabas, dez linhas ... é por traz desse universo numérico que se esconde os segredos dos versos dos repentistas, ou feitos de repente. A sonoridade de rimas, compassos e tônicas, de uma frase milimetricamente produzida em instantes é que faz torna imortal essa arte já imortalizada no coração de tantos sertanejos.
A musicalidade da sextilha, a velocidade de um martelo e o compasso do famoso galope a beira mar, traduzem os sentimentos que de quem produz essas maravilhas da cultura popular.
Essa arte com o passar do tempo foi evoluindo sem perder a graciosidade. O pandeiro que guiava a marcação de um coco de embolada foi lentamente substituído por discos de vinil. A viola, companheira fiel do poeta repentista foi dando espaço para as “techinics”, e os baiões extraídos do pinho nordestino agora são equalizados em mixers. Com isso surge uma nova versão de improvisadores, o MC ( Mestre de Cerimônia) que em cima da batida explosiva do RAP canta o seu dia-a-dia em um improviso assim como fazem os repentistas.
O Rap de Repente visa mesclar essas duas vertentes do improviso num só balaio de rima e métrica. O velho e o novo se misturam num contexto atual sem perder sua característica própria.
O evento é aberto para a participação do público. Portanto MCs, poetas e o público em geral podem participar da brincadeira que abordará temáticas ligadas ao Dia da Consciência Negra.
*MC, artista visual, professor e integrante do Coletivo Camaradas
Nenhum comentário:
Postar um comentário