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sábado, 26 de abril de 2008

Jornal "O Povo" deste domingo destaca restauradora Maria Gabriella Federico

Altar-mor da matriz de Santana do Cariri que
será restaurado por Gabriella Federico (foto:"O Povo")
Gabriella Federico restaurando a imagem da Padroeira de Crato,
Nossa Senhora da Penha, em agosto de 2006
(foto de Waldemar Arraes de Farias)

Patrimônio

Italiana restaura igrejas no Cariri
Restauradora italiana, que está morando no Cariri, vem realizando a recuperação das paróquias da região, entre elas, a de Missão Velha e a do Crato. Em Santana do Cariri, a especialista vai recuperar os afrescos e a imagem de Sant´Ana
Rita Célia Faheina, da Redação

Gabriela Federico prepara o orçamento para a realização do trabalho de recuperação dos afrescos que começam no teto e vão até o piso da Igreja de Santana do Cariri. Os afrescos (obra feita sobre a parede com base de gesso, pintura mural mais antiga e resistente da história da arte) e a imagem de Sant´Ana que fica no altar-mor serão recuperados pela restauradora italiana Gabriela Federico, a mesma que fez trabalhos de restauração na Paróquia de São José, em Missão Velha, e na Catedral da Sé do Crato.

A matriz de Santana do Cariri é a mais antiga da região do Cariri Oeste. "Já foram feitos os testes de prospecção e ela (Gabriela) encontrou sete camadas de pinturas sobre os afrescos. A imagem de Sant´Ana foi pintada há cinco anos", informa o pároco Adalmiran Vasconcelos. Gabriela, no momento, prepara o orçamento para a realização do trabalho de recuperação dos afrescos que começam no teto e vão até o piso da igreja. O padre diz que contará com a ajuda da iniciativa privada e pretende iniciar os trabalho em julho próximo, época da festa da padroeira. "Na região, é a única paróquia que conserva o latim nas celebrações dos festejos da padroeira. Os fiéis fazem questão dos cânticos em latim".
Gabriela Federico, natural de Roma (Itália), diz que veio conhecer o Cariri e decidiu ficar morando no Crato. No fim de 2006, ela fez a restauração da paróquia de São José, em Missão Velha, a 522 quilômetros de Fortaleza. "Na escultura em gesso havia uma pintura sobreposta e elaboramos a reforma segundo as técnicas de restauração". Gabriela encontrou fios de ouro na imagem original do santo. Em Mauriti, também na região do Cariri, a restauradora trabalhou detalhadamente na escultura de Nossa Senhora da Conceição, que fica no altar principal da igreja matriz.

Um trabalho que a impressionou foi a imagem de Jesus Cristo crucificado na Catedral da Sé, no Crato. "Havia quatro pinturas que escondiam uma obra de cerca de 200 anos. Uma peça valiosa cujos traços lembram o trabalho de Aleijadinho (escultor, entalhador e desenhista mineiro Antônio Francisco Lisboa, considerado o maior expoente do estilo barroco nas Minas Gerais e das artes plásticas no Brasil). "A obra deve ser de autoria de um artista do Cariri, mas tem influência barroco e, principalmente, de Aleijadinho", reforça.
A assessora da Secretaria de Turismo e vice-presidente da Associação dos Artesãos de Santana do Cariri, Lana Luíza Maia Nóbrega, diz que a restauração da igreja matriz vai ser importante para a cidade porque muitos nativos e turistas visitam o templo. É um dos locais mais visitados pelos que vão à cidade, assim como o Pontal de Santa Cruz, onde há uma capela, restaurante e um mirante. Ela também se refere ao casarão do Coronel Felipe da Cruz Nunes, prédio centenário onde funciona a Associação dos Artesãos. "Ali são feitas réplicas de fósseis, dinossauros de latas e outros objetos do artesanato local", informou. (Colaborou Amaury Alencar)

FIQUE POR DENTRO
A técnica dos afrescos era conhecida e utilizada por gregos e romanos. Há informações sobre decorações em afresco na Pinacoteca da Acrópole de Atenas, executadas por Polignoto de Tasso (séc. V a.C.), tendo como tema a Batalha de Maratona e os afrescos de Lesche, do mesmo autor. São ainda conhecidos os pintores Apéles e Protógenes (séc. IV a.C.) que se utilizaram da mesma técnica.
SAIBA MAIS
Santana do Cariri foi criada em 25 de novembro de 1885 e nome é em homenagem à padroeira da cidade comemorada no dia 26 de julho. Tem uma arquitetura antiga, uma área do geopark no Pontal da Santa Cruz e o Museu de Paleontologia da Universidade Regional de Cariri (Urca). Chamou-se primitivamente Brejo Grande, local habitado pela tribo nativa dos guerreiros denominados Buxixés, Tapuias que dominavam, além do Araripe, terras limítrofes, de Pernambuco.

Suas origens são do fim do século XVII. A elevação do arraial à categoria de vila ocorreu segundo Lei Provincial nº 2.096, de 26 de novembro de 1885, tendo sido instalada a 11 de janeiro de 1887, data em que se instalou, igualmente, a Câmara Municipal. Sua elevação à categoria de Município, com o nome de Santanópole, ocorreu na forma do decreto lei nº 448, de 20 de dezembro de 1938.

As primeiras manifestações de apoio eclesial têm como precedentes a construção de uma capela, da qual constam como responsáveis os irmãos João Alves Feitosa e José Alves Cavalcante. A criação da Freguesia, com a denominação de Freguesia de Sant'Ana do Brejo Grande, tem como instrumento de apoio a Provisão de 26 de agosto de 1838, abrangendo as projeções de Assaré e Quixará. Os pontos geográficos mais importantes são: Chapada do Araripe, Serra dos Haveres, riachos: Juquinha, Tatajuba, Cariús, do Buri, do Cordeiro e Rio Brejo Grande. Os atrativos naturais são as nascentes dos Azedis (Sítio Azedos) e o açude Tatajuba.

Desenvolvimento Urbano do Crato em Debate