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segunda-feira, 8 de março de 2010

Escola Polivalente no Crato receberá oficina de Ponto de Cultura


O Ponto de Cultura Centro de Cultura Popular de Juazeiro do Norte Mestre Noza amplia seu raio de atuação e oferece oficinas no Crato.

O musico mineiro Cláudio Mappa através do Ponto de Cultura Mestre Noza ministrará oficina de Criação de instrumentos Musicais com Papelão na Escola de Ensino Fundamental e Médio Polivalente Gov. Adauto Bezerra, no Crato. Com uma preocupação ecológica a oficina buscará reaproveitar materiais que teriam como destino o lixo.
De acordo com músico Cláudio Mappa Fazer um instrumento musical tendo como base o papelão pode ser muito fácil, basta colocar um pequeno pedaço de madeira ou graveto através da caixa e prender algumas linhas de nylon ou metal como cordas, eis um objeto sonoro. Qualquer iniciante pode fazer um instrumento com uma sonoridade interessante. Eles destaca que existem, no entanto, muitas formas e modelos a serem criados; experimentá-los valendo-se dos diversos formatos do papelão encontrados no nosso lixo urbano é o propósito da oficina.

O curso faz parte de uma série de atividades que está sendo planejado na escola que visa aproximar a arte do cotidiano dos alunos. Ainda serão realizadas na escola, através da parceria como Ponto de Cultura Centro de Cultura Popular de Juazeiro do Norte Mestre Noza e o Coletivo Camaradas as seguintes oficinas: Colagem com o artista plástico Junior Errer, um dos nomes de destaque desta tipologia de arte; Modelagem em Papel Marche com Cleo Souza, que é acadêmica de letras e artista plástica em recicláveis e Ator Social com a atriz e integrante dos Camaradas, Lilian Carvalho.
A Oficina de criação de instrumentos será realizada no período de 10 a 12 de março, a partir das 14 horas, na Escola Polivalente do Crato.

HOMENAGEM ÀS MULHERES

LA CAMARADA


(Às mulheres das nossas vidas)


El mundo es feo
es poluído demás, el mundo capitalista

Yo quiero uma camarada que ame la lucha
y que em la lucha ame como los colibris
sin sair de la missión
sin que perca la ternura
mismo com el fuzil em las manos

Que el baton nunca manche la profundidad de su sensualidad
de mujer
de deusa

Que el baton de poeira e polvora
nunca negue la violência revolucionária de las balas
contra la burguesia

Sus lábios serán perseverntemente dulces
y dulces serán sus gestos em las noches de placer

Nuestras manos serán firmes
serán el propio fuego
y nuestro fogo, explosión
y la revolución tendrá más uma brasa llamuscante

Caminaremos com plumas bermejas em el sombrero
tres mil balas em el cinturón
y um millón de amor en el corazón

Corazón guerrillero, corazón proletário
sedento de liberdad

Ti espero caminando
Ti quiero, camarada...
Dulce, serena, nua y armada

Ti quiero, musa revolta
Ti amo, mujer proletária


Cacá Araújo

Cia. Cearense de Teatro Brincante
8 de março de 2010

A sogra – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Jamais vi uma figura humana tão criticada e ridicularizada quanto a sogra. Há um número inesgotável de piadas que atestam essa afirmação. E existem até músicas, também. Lembro que quando eu era criança, ouvia Jorge Veiga cantar um samba, em cuja letra o interprete comunicava surpreso à sua mulher a chegada da sogra ao portão de sua casa, provavelmente decidida a vir morar com eles, mesmo que fosse no porão. Previa que com a chegada dela, a vida passaria a ser um verdadeiro inferno, com sururus com os vizinhos e muitas brigas. E avisava: “É minha sogra, mas tenha paciência, não há quem possa com essa jararaca. Meu sogro foi de maca pra assistência, com o corpo todo retalhado à faca.” E encerrava a canção afirmando ser um genro diferente, que não tinha medo da cara feia da sogra e seria capaz de descarregar sua pistola para fazê-la descansar e ele ir parar na cadeia.

É bem verdade que existem algumas sogras que são más. Eu mesmo conheci uma, mãe de filho único, marido de uma amiga, que fez tudo para separar o casal. Mas não conseguiu, pois não existem barreiras que o amor não possa superar.

Quando casamos, formamos alguns vínculos de parentesco por afinidade, alguns dos quais, segundo o nosso Código Civil, não se extinguem com a dissolução do matrimônio, seja por morte de um dos cônjuges ou separação. A sogra é um desses vínculos que permanecem para sempre. Portanto não existe ex-sogro ou ex-sogra.

Certa vez, eu ouvi pela rádio, um comentário do ex-senador e advogado Cid Carvalho condenando a ação da Igreja Católica, que casou um homem com a mãe da sua falecida mulher, a própria sogra. Ele explicou que perante a lei, a sogra está no mesmo patamar de mãe. E ninguém possui uma ex-mãe. Mas para o código canônico a interpretação não é a mesma do direito civil. Para os que professam a fé católica, o casamento é indissolúvel, extinguindo-se o vínculo matrimonial somente com a morte. Então, fica aqui um aviso destinado àqueles que se separaram. O pai e a mãe do ex-cônjuge continuam sendo sogro e sogra. E se por ventura voltarem a contrair novo matrimônio, ou mesmo viver uma união estável, passarão a ter dois sogros e duas sogras, desde que todos estejam vivos.

A minha sogra é uma criatura maravilhosa, pela qual tenho um nível de afeto semelhante ao que eu tinha pela minha falecida mãe. Sempre tivemos um relacionamento harmonioso de mútuo respeito. Para ela eu sou mais um filho e foi assim que eu sempre me senti, desde o primeiro dia em que eu e Magali iniciamos nosso namoro. Isto ocorreu na inesquecível noite de 19 de janeiro de 1969, um final de domingo.

Quando acompanhei Magali até o portão de sua casa, a mãe dela ao nos ver, perguntou a um dos filhos: “Quem é esse namorado que a Magali arranjou?” Ela havia me conhecido quando eu era criança, pois meu dentista era seu marido. Ao saber de quem se tratava, não agiu como fizera com outros candidatos a namorado de Magali, dizendo que não queria que ela namorasse e encerrasse o namoro o quanto antes. Ao contrário disso, ela nos abençoou.

No sábado seguinte, eu fui à casa de Magali para sairmos e ir passear pela Praça Siqueira Campos. Mas começou a chover e minha futura sogra nos convidou a entrar. A partir desse dia passei a ser sempre bem recebido em sua casa.

Como mãe cuidadosa, minha futura sogra vigiava a filha de perto e até nos surpreendia levando um cafezinho até a varanda onde namorávamos. Às vezes nos flagrava num beijo, motivo suficiente para repreender a filha, após minha saída. Acredito que aquela gentileza era uma entre tantas maneiras que ela encontrava para vigiar nosso comportamento.

Depois de formado, minha sogra vibrou com os empregos que eu conseguia, ficou triste quando tive de ir trabalhar no Pará, sofreu quando fiquei sem emprego. Nessa oportunidade se articulava com parentes e amigos à procura de novo emprego.

Era uma verdadeira mãe, lutadora e dedicada como sempre foi com todos os seus filhos. O que mais me impressionava em minha querida sogra eram o seu otimismo e a confiança no futuro. Como se casara aos dezoito anos, teve de interromper os estudos, somente tendo continuado após os filhos se tornarem adultos e, ao completar cinqüenta anos ela concluiu o curso normal. Por essa época, resolveu também aprender a dirigir e se submeteu ao exame do DETRAN para obtenção da licença de habilitação, tendo sido aprovada, apesar da desconfiança do marido de que ela não estivesse devidamente preparada.

Após nosso casamento, a minha sogra acompanhava com alegria e zelo de verdadeira mãe todos os nossos passos. Tivemos a felicidade de lhe dar o primeiro neto. E ela orientou a filha nos cuidados iniciais com o recém nascido com todo carinho. Sempre demonstrou ser muito feliz e carinhosa com todos os seus netos.

Atualmente ela já não é mais a dona da sua vontade, pois se encontra enferma e há vários meses presa a um leito.

Eu gostava muito de cantar para ela uma musiquinha que tocava nas rádios do Rio de Janeiro ai pelos idos de 1960 e que jamais esqueci: “Eu gosto da minha sogra, pode falar quem quiser, é minha segunda mãe, é a mãe da minha mulher. Ela trata seus netinhos com carinho e devoção. É um anjo de bondade, mora no meu coração. Quem condena sua sogra por um motivo qualquer, esquece que a mãe dele é sogra da sua mulher. Neste samba eu exalto num elogio profundo e dedico com carinho a todas as sogras do mundo.” Então, naquela época, eu ainda um adolescente, sentia nessa música o modelo de sogra que desejaria ter no futuro. E ganhei de presente não somente uma boa sogra, mas sua incomparável filha como companheira por essas estradas da vida, numa prova de que filha de peixe, peixinho é.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo



Pensamento para o Dia 08/03/2010



“As pessoas acreditam no Divino conforme seu estágio de progresso interior e sua maturidade. Alguns adoram Rama e Krishna em Ayodhya ou Mathura como a manifestação absoluta da Divindade (Poornam). Não é de todo errado fazê-lo. Apenas não se deve proclamar que somente sua convicção é verdadeira, que as formas aceitas são os únicos nomes e formas do Divino, e que todos os outros nomes e formas são inúteis e inferiores. ‘Poornam’ significa que o Senhor é Universal. É preciso estar sempre consciente disso e adquirir a visão de que todas as formas de Deus são igualmente válidas e verdadeiras.”
Sathya Sai Baba

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“O objetivo verdadeiro da existência de alguém deveria ser a renúncia ao desejo. Renunciar ao desejo implica em abdicar de luxúria, ira, ganância, ódio etc. A presença de desejo implica na presença de luxúria, ira, ganância etc. Esses outros sentimentos e emoções são suas reações naturais resultantes. Juntas, essas emoções são verdadeiramente os portões do inferno. A inveja é a fechadura e o orgulho é a chave para a porta de entrada para o inferno. Destranque e abra a fechadura – você certamente pode entrar! Desse modo, a renúncia essencial deve ser a do desejo!”
Sathya Sai Baba

Maria sem vergonha de ser mulher


Já são tantas. Milhares. Milhões. Uma verdadeira rama,
florescendo, por todo o planeta. Lilás.

São Maria-sem-vergonha de ser mulher.

Não são só florzinhas. São mulheres se agrupando,
misturando suas cores gritando seus encantos, exibindo
suas verdades.

São domésticas, bailarinas,médicas, estudantes,
bancárias,professoras,escritoras, garis, brancas, negras,
índias, meninas... agricultoras.

São sem vergonha de lutar,

Acreditar, denunciar, exigir, reivindicar, sonhar.

São Maria-sem-vergonha de dizer

Que ainda falta trabalho, salário digno, respeito.

Que ainda são vítimas de violência física,

Da porrada, do assédio, do estupro, do aborto,

Da prostituição, da falta de assistência.

São Maria-sem-vergonha de se indignar

Diante do preconceito, da escravidão, da injustiça,

Da discriminação de seus cabelos pixaim

e sua pele negra.

São Maria-sem-vergonha de brigar por creches,

Educação, saúde,moradia ,terra, comida,

Meio ambiente, pelo direito de ter ou não ter filhos.

São Maria-sem-vergonha de ficar bonita,

Pintar a boca e da sua boca soltar um beijo

Que não vem da boca, mas do seu ser inteiro,

Indivisível, solidário.

São Maria-sem-vergonha de dizer NÃO, de buscar alegria, prazer... Sem

vergonha de se cuidar,

De usar camisinha e de se apaixonar. Atrevidas

Maria sem vergonha de decidir, fazer politica,

Escolher e ser escolhida.

São essas sem vergonha que

A cada tempo mudam a história.

Conquistam direitos. Dão a vida.

Geram outras vidas. Insistentemente,

Desavergonhadamente vão tecendo de cor e beleza,

O desbotado das relações humanas

Sem medo, sem disfarce, sem vergonha de ser feliz

Vão parindo com dores e delicias um novo Mundo

Para Mulheres e Homens.

Um novo mundo para a "comunidade dos seres"

Humanos, plantas e animais.

Autora: Nanci Silva