Seja colaborador do Cariri Agora

CaririAgora! é o seu espaço para intervir livremente sobre a imensidão de nosso Cariri. Sem fronteiras, sem censuras e sem firulas. Este blog é dedicado a todas as idades e opiniões. Seus textos, matérias, sugestões de pauta e opiniões serão muito bem vindos. Fale conosco: agoracariri@gmail.com

domingo, 8 de maio de 2011

Reconhecimento de um filho – Por Carlos Eduardo Esmeraldo.

Neste “Dia das mães” me emocionei por demais ao ler esta mensagem de um filho à sua querida mãe: “Mamãe, devo muito do que sou a você, que com bondade, sensibilidade e senso de justiça, me ensinou a ser justo e ético com as pessoas e com o mundo. Obrigado e feliz dia das mães.
Como seria bom se todos os filhos tivessem esse nível de reconhecimento! Foi isso mesmo que senti com minha saudosa mamãe, mas não escrevi um texto tão bonito quanto esse e hoje já não mais a tenho para dizer algo semelhante!

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Pedagogia do absurdo


Luiz Domingos de Luna*

A massa do conhecimento é a ferramenta básica para a construção da civilização, assim quanto maior for à absorção, maior a possibilidade de aptidão da sociedade ao aprimoramento no convívio interativo, e, por conseqüente o desenvolvimento de uma Cidade, Estado ou País.

O Conhecimento é uma grandeza imaterial que é absorvida no espaço social, ou em instituições específicas para tal fim. Pelos dados amostrais existem varias escolas, inclusive a escola que fornece o conteúdo epistemológico.

A fusão do saber corrobora as novas tecnologias como instrumento a construção do edifício deste patrimônio imaterial necessário a civilidade, a evolução e ao crescimento afirmativo de toda conjuntura imersa no espaço tempo.

O Modelo Mental ao aprisionar o novo, via novas ofertas disponíveis, na verdade está tão somente recebendo equações que foram questionadas, analisadas, provadas cientificamente e hoje projetadas de forma massificada e disseminadas com rapidez e precisão mo mundo on-line. Um avanço de valia maior, onde toda sociedade ganha e tudo fica muito próximo, assim o conhecimento não mais privilégio de alguns, vez estar disponível na internet a toda sociedade a um clik, tudo se abre, é uma chave mágica, linda, oportuna e necessária para a formação integral do ser humano em sociedade.

Cria-se um imbróglio generalizado, quando se coloca a internet como um fim, e o ser humano como o meio, pois nesta postura pensamental o humano vai buscar o conhecimento na sua caixinha mágica, muitas vezes se contenta com os dados superficiais, pensando ter o conhecimento integral, ora há uma distancia de anos luz a totalidade, a pesquisa dos dados amostrais precisa ser intensa diversificada, ampla, infinitamente ampla, após análise do vasto material disponível uma amplitude de visão cognitiva apurada com a criticidade, com a problematização e destilação das amostras colhidas.

Sem esse processo, muitas vezes cansativo, oneroso ao tempo, ao desgaste mental, a penitência do filtrar bem positivamente, intensamente, ao olhar claro, fundo e largo, está se construído uma nova pedagogia: a Pedagogia do Absurdo!
(*) Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra – Aurora –Ceará.









O DOM DA VIDA - Homenagem a todas as Mães - Dihelson Mendonça


O HOMEM E A ILUSÃO DA POSSE

Se formos parar para refletir um pouco, veremos que nesta terra, nada nos pertence. Somos meros guardiães temporários de tesouros alheios. Estamos aqui por um breve período, e um objeto material que hoje nos pertence, já pertenceu a outros antes de nós, e pertencerá a tantos outros, depois que deixarmos essa existência. O que temos afinal nessa vida ?

Temos uma leve "ilusão de posse".

Se observarmos bem, veremos que um espaço de 70 anos, que é a vida média de um indivíduo, nada representa no contexto cósmico da existência, nada adiciona em termos de tempo do universo, que tem cerca de 15 Bilhões de anos. Somos mais uma entre 6 bilhões de pessoas iguais a nós, cada uma lutando por um lugar ao sol, com as mesmas dificuldades, com sonhos, com anseios, e que faz parte de uma dentre 3.000 outras espécies que convivem nesse pequeno pontinho de poeira cósmica chamado de planeta Terra, que gira em torno de uma diminuta estrela que é apenas uma entre 100 bilhões de outras, de uma galáxia que é mais uma entre outras 100 bilhões de galáxias do universo, e que está fadado a um dia desaparecer.

NADA SOMOS!

Nem nossa roupa nos pertence. Nada trouxemos, nada levaremos. Nem nosso corpo físico nos pertence! Nada podemos fazer para encurtar ou prolongar os nossos dias aqui na terra. A única coisa que temos de fato, é este sopro de vida, que veio de um útero, aonde todos fomos gerados.

Essa é a única verdade. Todo o resto é ilusão.

Nem propriedades, nem dinheiro, nem posse alguma deve ser motivo de orgulho a alguém na condição humana. Somos como outro bicho qualquer, como uma barata, por exemplo, que tem uma cabeça e patas. Quebrem uma das pernas e esse animal sairá se arrastando pelo chão. Quebrem-lhe o pescoço e se comportará igual a uma galinha morrendo asfixiada. Não somos diferentes, decerto! Temos o mesmo sangue vermelho correndo nas veias igual a qualquer animal. O que nos difere dos outros seres, é a consciência do estar vivo momentaneamente. É poder traçar o curso por onde queremos ir, muito embora nem sempre tenhamos o PODER de realizá-lo. A única coisa que temos de fato, é esta vida que nos foi dada como dom gratúito.

De fato, nossas mães deveriam ser as pessoas mais amadas e reverenciadas no centro de nossas vidas, pois elas nos proveram desse singular e relevante bem mais precioso: O de estar com os nossos colegas do planeta, pois em muito breve, ao pó retornaremos para sermos novamente o que éramos antes de aqui existirmos.

Minha amada mãe, eu te agradeço por me dares a chance de passar uns poucos dias aqui nesta terra, e que essa estada possa ser útil de alguma forma à humanidade.

- Obrigado por me trazer do lodo, da pedra, do barro de que fui gerado.
- Obrigado pelo sopro de vida que fez meu coração bater pela primeira vez.
- Obrigado pelo primeiro movimento dos pulmões, que trouxe um outro e em seguida, mais um outro até hoje.
- Obrigado por me fazer enxergar a luz do mundo, em meio a tantas dores.
- Obrigado pelas noites de vigília, em que ficavas ao meu lado velando meu sono, e cuidando das minhas muitas enfermidades.
- Obrigado por me dar amigos a quem pude chamar de irmãos.
- Obrigado por tantas e tantas coisas que não posso aqui escrever, e que representam tudo o que sou e o que sei. Mas acima de tudo, obrigado pela chance única de viver, de poder contemplar o universo e de gritar no mais alto dos tons: "Estou vivo! Eu Existo!" ainda que seja por um breve, porém feliz tempo.

Hoje o universo ficou mais belo. Porque eu sei que tu existes, e que nada do que fizeste por mim será em vão. E que bom que vivi tempo suficiente para compreender todas essas coisas que uma criança ou um adolescente jamais compreenderia. Acima de tudo, obrigado por me concederes o dom da VIDA.

Dihelson Mendonça

Na Foto: A minha mãe, Haydée, em sua segunda Formatura após os 60 anos de idade. Exemplo de vida, de trabalho e de dedicação. Acorda todos os dias às 06 da manhã para o trabalho, e só sai às 18:00, fazendo isso há pelo menos 55 anos no serviço público. Nunca deixou de acreditar na força do trabalho e nas grandes virtudes do ser humano. A você, dedico este pequeno artigo.

UNHA-DE-GATO

Conto de Cacá Araújo

Uma leve garoa coloria de branco a paisagem esquecida daquela ruazinha de casas de taipa. Alguns pés de algaroba, outros de castanhola, e um de jasmim cheinho de lagartas-de-fogo na esquina que dava pra rodage. Era quase manhã e ainda se ouvia a fala embriagada do zarolho conhecido pela alcunha Besouro do Cão. Talvez por sua voz rouca enfeitada com beiços inchados, nariz apragatado, olhos vermelhos e cabelo pixãim feito arapuá. Um cangaceiro desgarrado do bando de Corisco, depois de estuprar e matar a filha de um coiteiro, assim diziam pela redondeza, sempre a se benzer, os mais informados. Ele estava sentado ao lado do chafariz de onde as moçoilas pegam água todos os começos de dia e as mães batem roupa nos finais de tarde. Copo de ágata descascado a esborrotar de cachaça, um litro pra baixo de meio e uma esquisita farofa de jacu posta numa rodilha encardida. O bicho bebia e devorava e rosnava. Não fosse o coaxar de sapos, o cricrilar dos grilos, o agouro da rasga-mortalha e o terno soprar do vento frio, nada mais ousava se bulir ou entoar qualquer suspiro diante da assustadora figura, que quando em vez acariciava o cabo do punhal com intimidade e salivação, olhando para o nada como a desejar o sangue de qualquer desgraçado vivente.

Nem bem o primeiro trisco de luz anunciou o amanhecer, o rangido de uma porta deu conta de uma jovem donzela que alegre e graciosa se dirigia, com um balde, em busca de água para o café, o arroz, o feijão. Cabelos longos e encaracolados com a crespura e perfume das ninfas sertanejas, pele morena, olhos amendoados e marrons, lábios de carne macia e em desenho de sedução, peitos viçosos acompanhando a coreografia das passadas das pernas grossas que saiam de cintura delgada e atiçavam rebolado faceiro e delicado. Quando ela inocentemente se abaixou em direção da única torneira, deparou-se com o riso macabro do bandido. Antes de esboçar qualquer reação, ele a puxou vigorosamente, tapou sua boca com o pano velho que lhe servia de prato, atirou-a sobre a laje da lavanderia, rasgou suas roupas e a desonrou ali mesmo, ofegando e babando como um animal, fedendo como um porco. Lágrimas lavavam de dor o rosto da moça. Sangue escorreu pedra abaixo. Um último e mirrado gemido, braços estendidos, olhos arregalados, cabeça pendida para o lado. A morte se compadeceu e veio em auxílio da moça morena bonita. Levou-a...

Besouro do Cão avexou-se em sair do lugar e se escondeu por trás de uma mata de unha-de-gato quando ouviu o caminhar preocupado de uma senhora. Semblante doce de beleza madura, rugas a ilustrar o tempo de peleja, olhar de mãe a mirar, no terreiro, a fita vermelha que ornava os cabelos de sua filha amada. Tensão. Temor. Terá caído por descuido? Por que o vento a está entregando tão silenciosamente? Uma quentura lhe sobe dos pés à cabeça findando num súbito arrepio. O coração pulsa célere numa cadência nunca antes experimentada. O corpo inteiro treme. As pernas pensam em voltar e esperar no pé do fogão. Ansiedade. Medo. Um vim-vim canta por entre as árvores. Quem estará chegando? Delírio. Ela vem vindo? Dúvida. As lágrimas já não se contém e lhe salgam a boca e molham a terra. Algo se mexe atrás dos arbustos. É ela? Sempre gostou de brincar de se esconder, a traquina. Silêncio. Nada. Um impulso inexplicável empurra a mãe, que segue em sua pressa e aflição. Quando chega próximo do chafariz para repentinamente. Esboça uma oração em seus lábios cansados. Caminha lentamente. Para. Tenta gritar, chamar a filha, alguém, qualquer pessoa... Uma mão sem vida pende por detrás da lavanderia. Desespero. Reconhece o anelzinho de bijuteria que o pai dera à filha no dia anterior. Foi seu aniversário. O chão parece querer sumir de seus pés. Morde os lábios. Corre. Chega. Vê. Para. Não acredita. Olha para os céus, para os lados... É sua filha quem está ali, estendida na laje. Seu sangue tingiu o vestido branco, pedra e areia. Seus olhos parecem ainda ver a cara do diabo. A mãe grita e soluça. Abraça o corpo da filha. Choro comedido, depois com toda a força dos pulmões. Portas se abrem arranhando a luz do dia. Chegam vizinhos e vizinhas. O pai olha da janela. Vê apenas um amontoado de gente em torno do chafariz. Sai curioso. Magro, sobrancelhas largas, barba de três dias, roupas da roça, sandálias de couro e chapéu de palha, cigarro brabo no canto da boca. Passos lentos. Ouve lamentos do povo e mais alto o choro triste de sua mulher. Cospe o cigarro e se apressa e corre. Abrem caminho. Chega. Vê. Para. Toca o rosto da menina. Uma lágrima despenca de seu olhar triste, depois revoltado, depois cheio de ódio. Sussurra, fala, depois grita questionando o céu e o inferno sobre que pecados teriam sido cometidos por aquela flor de inocência, que tão violentamente fora arrancada da vida, sem aviso, sem motivo, sem culpa...

Uma risada rouca e assombrosa interrompe a circunstância. É Besouro do Cão, no fim da pequena rua, punhal desembainhado, pedaço de roupa da vítima na mão, que a tudo assistira com prazer mórbido. Ao ser reconhecido, gera-se grande tumulto e todos entram em suas casas e batem as portas e janelas e as trancam com ferrolhos e traves e escoram todos os móveis possíveis. Restaram somente o casal desafortunado e a falecida. Silêncio. O pai respira com força e ofegação. Olhar fixo de ódio. Encara o assassino. Dirige-se resoluto ao seu encontro. A mãe teme, treme e soluça baixinho. Os dois se observam andando em círculo como galos a preparar uma botada de esporão. O pai se arremessa contra o homem, mas este habilmente se esquiva e com um murro lhe derruba sobre as unhas-de-gato. Rosto cortado, vira-se e vê seu adversário armar um golpe de punhal. Ferido, arranca uma touceira de espinhos com as próprias mãos e posta-se à espera. Olhares tensos. Tentativa de punhalada. Pulo. Queda. Chão. Poeira. Olhares tensos. O pai usa os garranchos com um chicote. Cada investida lança também jorros de sangue que repingam no criminoso. Este consegue, num bote certeiro, furar a perna do desafiante. Mancando e cansado, é jogado ao chão com uma rasteira. Dor. Rangido de dentes. Urros. Besouro do Cão se joga em cima do roceiro, domina-o e, quando está prestes a cravar o punhal no seu peito, ele esfrega os espinhos em seu rosto, rasgando-lhe a pele e vazando os dois olhos. Rola para cima e, com a touceira de unha-de-gato esfola o pescoço do desgraçado torando-lhe as veias. Besouro do Cão agoniza até a morte... Está vingada a honra da jovem donzela.

Os vizinhos saem aos poucos. Incrédulos. Atordoados. Depois satisfeitos. Depois condolentes. Dão graças e rezam. Cantam benditos e renovam a fé no inexplicável.


Crato-Cariri-Ceará-Brasil
07.05.2011, 13h18min.

MÃE

Dona de toda a ternura,
armada de amor
enfrenta o sol,
a chuva,
a dor...

Traz em si
a dádiva da vida,
o coração da natureza,
a beleza do gesto de carinho...

Se o tempo é camarada,
desata-se em festa
e com magia no olhar
a todos contagia e envolve

Sabe sorrir
sem perder o prumo

Se o tempo é adverso,
ergue-se com a força
de uma deusa,
enfrenta-o
num desafio desigual,
amamenta os seus com a seiva da fé,
é a coragem em flor
ou espinho, se preciso for

Chora
sem perder o encanto,
espanta o pranto
e exala esperança...

Mãe não nasce nem morre...
...existe!

Cacá Araújo
Crato-Cariri-Ceará-Brasil

Mãe, parabéns!

Para Sempre

Carlos Drummond de Andrade

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Os Discípulos de Emaús – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Em todas as missas celebradas neste domingo é proclamada uma das passagens mais bonita do Evangelho. Nele o Evangelista Lucas nos revela, que após a morte de Jesus, dois de seus discípulos, andavam de Jerusalém para o povoado de Emaús, distante 11 km desta cidade, quando Jesus se achegou perto e começou a caminhar ao lado deles, sem ser reconhecido. Perguntou o que eles iam conversando pelo caminho. Os discípulos com o rosto muito triste, indagaram: “Por acaso és o único forasteiro em Jerusalém que não soubeste o que aconteceu a Jesus de Nazaré, um profeta poderoso em palavras e ações? Já faz três dias que os nossos chefes sacerdotes o entregaram para ser condenado à morte, e o crucificaram. Nós esperávamos que ele fosse o libertador de Israel.” Os discípulos lhe contaram ainda, que algumas mulheres do grupo haviam visto o túmulo vazio, e que dois anjos disseram a elas que o Mestre havia ressuscitado. Mas ninguém o tinha visto. Jesus, até então um desconhecido peregrino para eles, começou a lhes explicar o que dizia as Sagradas Escrituras a seu respeito. E quando eles chegaram ao povoado de Emaús, Jesus fez de conta que ia continuar a caminhada. Os discípulos disseram: “Fica conosco, já é tarde e a noite já vem.” Naturalmente, eles sabiam que era perigoso andar por aquelas estradas à noite. Jesus aceitou o convite, e durante a ceia, ao partir o pão, foi reconhecido pelos discípulos. Como por encanto, Jesus desapareceu. Os discípulos olharam um para o outro e perguntaram: “Não estava o nosso coração a arder quando ele nos falava pelo caminho?” E de repente, encheram-se de coragem e voltaram a Jerusalém para contar o que tinha acontecido aos onze apóstolos, que estavam reunidos. Receberam desses a afirmação de que o mestre havia realmente ressuscitado e encontrara-se com Pedro.

Que lições poderemos tirar dessa mensagem? Em primeiro lugar, aquele que caminha com Jesus pelas estradas da vida não pode ter medo. Quem tem o Filho de Deus ao seu lado nada deve temer. Em seguida, sabemos que o Cristo ressuscitado poderá a qualquer momento ser encontrado na Bíblia Sagrada, na partilha fraterna do pão e no meio da comunidade reunida. O projeto de vida que Jesus nos deixou engloba todas essas características próprias de seus seguidores.
Vivemos numa sociedade voltada para os bens materiais e por isto se tornou profundamente individualista. Como seguidores de Cristo temos como dever trabalhar no sentido de transformar essa sociedade, tornando-a mais justa e solidária. Não será tarefa fácil, mas caminhando ao lado de Jesus, tudo será possível.
“Fica conosco Senhor! É tarde a noite já vem, fica conosco Senhor! Somos teus seguidores também.” (Refrão da música “Os discípulos de Emaús” do Pe. João Carlos. SDB)

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Jesus presente na partilha – Por Pe. Nilo Luza ssp

O belo trecho de Lucas nos revela a caminhada dos discípulos de Emaús com o Ressuscitado. É uma demonstração de que Jesus – ainda que não seja reconhecido à primeira vista – caminha conosco. A narrativa mostra também que ele aproveita a ocasião para fazer uma catequese sobre a partilha.

O povo brasileiro tem convicção de que Deus caminha com ele, em tudo o acompanha. Essa presença, porém, nem sempre é “dinâmica”, isto é, capaz de provocar a transformação dos momentos difíceis da vida. A fé em Cristo, companheiro no cotidiano da existência, pode iluminar nossa vida e mudá-la de rumo, a exemplo dos discípulos que, após perceberem a presença do Ressuscitado, retornaram à Jerusalém e anunciaram a boa notícia aos irmãos.

Assim como acompanhou os discípulos de Emaús, Jesus nos acompanha em nossa trajetória, e com sua palavra, nos ilumina e vai mudando nossa maneira de encarar as coisas e os acontecimentos.

O caminho de Emaús é o caminho da nossa fé. Ela nos dá a certeza de que Cristo, embora não de forma física, continua presente e nunca nos abandona. Essa certeza será sempre maior à medida que nos deixamos iluminar com sua presença e nos alimentamos pela eucaristia, sinal por excelência de partilha e solidariedade.

E é justamente na hora da partilha do pão os discípulos o reconhecem (os olhos deles “se abriram e eles reconheceram Jesus”), pois esse foi o gesto repetido por ele ao longo de sua vida. A sociedade de hoje reconhece Cristo à medida que os cristãos forem capazes de partir o pão. Isso significa compromisso com a justiça, com a solidariedade, com a defesa daqueles aos quais é roubado o pão cotidiano. Sem partilha e solidariedade, estamos caminhando no rumo que nos afasta de Jesus.

Por Pe. Nilo Luza, ssp

“Transcrito do jornal “O Domingo” Edição de 08.05.2011”.