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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Um texto para chamar a atenção dos historiadores. - Luiz Felipe de Alencastro

Esta postagem me foi autorizada pela autor: Professor Luiz Felipe de Alencastro, grande amigo de Violeta e Miguel Arraes. Mora em Paris onde pesquisa e ensina. Ele tem um blog muito interessante chamado Sequências Parisienses (http://sequenciasparisienses.blogspot.com/). Apenas postei o texto dele após me autorizar com muito carinho: Sr. José, Pode publicar, sim, a postagem. fico muito honrado de estar num blog do Crato, terra dos meus queridos e saudosos Miguel e Violeta

O texto que segue abaixo é muito interessante pois revela que haviam estruturas intercontinentais, no bojo do mercantilismo, que organizavam forças militares que juntavam as duas faces (América e África) numa só força militar. Aliás quando se observar a própria formação da bandeiras paulistas, talvez se encontre nelas uma forma de organização deste tipo de força. É um texto para historiades se interessarem pelo tema.

O texto abaixo é extraído de um artigo meu intitulado História Geral das Guerras Sul-Atlânticas: o episódio de Palmares que será publicado em Flávio Gomes (org.), Mocambos de Palmares. História, historiografia e fontes. 7Letras editora/FAPERJ, R.J.,2009.

O tema do artigo é mostrar (de novo) que o Atlântico Sul configurava um só espaço colonial unindo o Brasil à África portuguesa, e principalmente à Angola. Noutra parte do artigo, mostro como Palmares também foi atacado por milicianos reinóis e “brasílicos” (colonos do Brasil que ainda não possuiam o sentimento nacional) que haviam combatido em Angola. E tinham, portanto, a prática das guerras africanas. Aqui me concentro num poema sobre milicianos pobres que reclamam por não ter recebido prebendas após a destruição de Palmares. Nas notas de pé página marquei as diferenças entre esta interpretação e as análises de Luiz Mott e de Clóvis Moura, que também estudaram o poema. Marco, antecipadamente, o aniversário da morte de Zumbi, no dia 20 de novembro.

***
« Um texto de um pé-rapado brasílico reinvidica sua parte de glória na defesa do ultramar. Trata-se de um poema sobre a petição dirigida ao Conselho Ultramarino por um soldado raso que combatera como “praça de pé” (sic) no ataque final a Palmares, em 1694. Pereira da Costa, sempre atento à documentação, publicou o poema em seus Anais Pernambucanos. Mas não indica de onde o extraiu, nem se havia papelada anexa. Composto no esquema de rima abbaaccddc, o poema é uma variante da „décima espinela‟, forma literária do barroco ibérico utilizada, entre outros, por Calderon de la Barca (“La vida es sueño”) e Gregório de Matos (“Define sua cidade”). Na sequência, a décima popularizou-se na América Latina, sendo ainda celebrizada nos dias de hoje pela guajira cubana, a literatura de cordel e os violeiros nordestinos. Neste caso -, como no gênero “dez a quadrão”-, a décima é dialogada, com um violeiro entoando um verso, o outro o verso seguinte, e os dois juntos cantando os dois últimos versos. Assim, a décima dá ao poema o tom de uma queixa picaresca que pode ter sido lida, recitada ou cantada em Pernambuco, dando grande alcance às sentenças dos versos. Zebedeu, nome de origem bíblica tornado folclórico em Pernambuco e noutras partes, “filho de Braz Vitorino” (para rimar com Conselho Ultramarino), não se refere aqui a uma pessoa precisa, mas a um grupo de soldados pobres, preteridos na distribuição de presas e prêmios depois da guerra de Palmares. O apelo ao Conselho Ultramarino -, “justiceiro” e “afamado”-, merece reflexão.

Os versos ilustram o conhecimento amplo, nesta parte do ultramar, de que este foro palatino -, mais que o governador da capitania, o governador-geral e o próprio rei -, apresentava-se como a instância legítima e adequada para a solução definitiva dos contenciosos coloniais. Em seguida, como apontei alhures, evidencia-se a repactuação entre o centro e a periferia mediante a distribuição de cargos e o reescalonamento do mérito dos combates ultramarinos.

Contemporâneo da obra de Gregório de Matos, o poema retrata a situação do praça de pré, recrutado “quase menino” e despachado mal equipado, descalço (talvez venha daí a autoironia da expressão “praça de pé”), para a friagem da Serra da Barriga. “De fome e frio morrendo, descalço de pés no chão”, para ali combater “noite e dia”, onde “se estrepou” (isto é, se feriu no “estrepe”, paus pontiagudos postos em torno de Palmares ou enfiados em buracos dissimulados, os “fojos”). Sem receber nenhuma recompensa em propriedade, em soldo ou em promoção, nem “terras, [nem] dinheiro, [nem] patente”. O verso sobre o “valentão” Félix José pode referir-se à generalidade dos camponeses açorianos vítimas de recrutamento forçado, cuja inexperiência de combate valia-lhes frequemente o apodo de “bisonhos”. Tanto Zebedeu, pobre “bolônio” (bocó), como seus aparceirados, foram em frente, dando batalha feroz aos palmaristas, “vis escravos” a quem “não trataram como gente”, quer dizer, a quem trataram como se fossem bichos. No final das contas, foram os soldados e cabos que se acovardaram que receberam recompensas.

Sem recomendações de seus superiores ou de potentados locais, estes “zebedeus” invocavam a proteção e o testemunho de santo Antônio, de quem traziam o santinho ou a medalha (“junto a mim noite e dia”), e que fora oficialmente declarado patrono e soldado pago das tropas que atacaram Palmares. E no final, o pedido para o que dá o direito de juntar bandoleiros e pilhar índios e quilombolas com a chancela da Coroa. A única saída para quem não tinha nome ou propriedade. O lugar de quem tudo pode no sertão: capitão

Eis o poema em verso quebrado do praça estrepado:
“Ao Conselho Ultramarino
Que tão justiceiro é,
Zebedeu praça de pé
Filho de Braz Vitorino,
Bem moço, quase menino,
Para Palmares marchou,
Pelo que lá se estrepou
Sendo um dos desgraçados,
Que voltaram aleijados
E por fim nada ganhou.

Ali de arcabuz na mão,
Dia e noite combatendo,
De fome e frio morrendo,
Descalço, de pés no chão,
Ao lado do valentão Félix José dos Açôres
Que apenas viu dos horrores,
O painel desenrolar-se
Foi tratando de moscar-se
Com grande sofreguidão.

Do que venho de narrar,
Apesar de ser bolônio,
Pode o padre Santo Antônio
Muito bem corroborar,
O que não é de esperar
Proceda d'outra maneira,
A sua fieira
Sua afeição, valentia,
Pois junto a mim noite e dia
Não desertou da trincheira

Ele viu, bem como eu,
Quando o combate soou
Quando a corneta tocou,
A gente que então correu;
A essa foi que se deu
Como garbosa e valente
Terras,dinheiro, patente
Com grande injustiça e agravos
P'ra aquêles que aos vis escravos
Não trataram como gente.

A vós Conselho afamado
Que a justiça só visais,
Para que não amparais
O pobre do aleijado?
Que no mundo abandonado
Sem ter quem lhe estenda a mão,
Tem por certo a perdição,
Da vida, pois quase morto,
Só poderá ter confôrto,
Se o fizerdes - capitão.”

Quer tenham sido mercenários dos fazendeiros na América, quer fossem milicianos agregados às tropas regulares em Angola, tais combatentes – capitães, cabos e “zebedeus” -, faziam valer seus talentos de bugreiros e de capitães do mato nos dois lados do mar.

Para além dos documentos, e na ausência de outros textos como o poema acima, é preciso considerar a troca de experiências facultada pelo convívio destas tropas tricontinentais, multiétnicas e de variada condição social, cujo traço comum era o Atlântico Sul, e não o Brasil ou Angola. Torna-se essencial mapear os itinerários para saber quem conversava com quem, num mundo em que muita gente sabedora das coisas não sabia escrever. Nos arranchamentos angolanos e brasileiros, nos tombadilhos dos navios que atravessavam o oceano, nos serões africanos e nas selvas americanas, essas tropas compunham um gênero de novo exército colonial de brancos, negros, índios e mestiços que, “de pés no chão”, pilhava rebeldes e nativos dos dois continentes.

Não há exemplo de tropas deste gênero e com este raio de ação, agindo nos outros teatros da moderna expansão européia.

I Festival de Flores de Holambra é sucesso de público no Cariri

Cerca de 30 mil pessoas passaram pelo corredor florido do I Festival de Flores de Holambra, no Cariri, nos quatro primeiros dias do evento

O I Festival de Flores de Holambra no Cariri é um sucesso de público. A região tem prestigiado esse momento. Os corredores floridos na Praça Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, são motivo de contemplação e uma oportunidade de negócios para os cultivadores de flores e plantas ornamentais. Cerca de 30 mil pessoas já passaram pelo local desde a quinta-feira, dia 26, quando foi aberto oficialmente o evento.

O I Festival de Flores de Holambra no Cariri estará acontecendo até o dia 6 de dezembro. Vários caminhões de flores e plantas ornamentais já chegaram e a alegria está estampada nos rostos das pessoas que visitam a feira. Esta tem sido oportunidade única para aqueles que pretendem renovar os seus espaços de jardinagem e dar nova roupagem aos ambientes.

São mais de 200 espécies flores e plantas ornamentais, vindas de Holambra, interior de São Paulo, maior produtora de flores da América Latina e responsável pela produção de 30 por cento das flores no Brasil. Até plantas carnívoras podem ser encontradas no Festival. As mudas estão plantadas em pequenos jarros, e com orientações de como podem ser cultivadas.

Praticamente todas elas são adaptáveis ao clima da nossa região. E o melhor de tudo é que são comercializadas com preços totalmente acessíveis, variando de R$ 1,20 a R$ 65,00. São orquídeas, bonsais, rosas, gérberas, cactos, violetas, bromélias em variedades, além das plantas ornamentais. Até o próximo domingo os corredores do I Festival de Holambra estarão abertos para receber o público, das 8 horas às 20 horas, todos os dias, sem intervalo. Os organizadores estimam que cerca de 70 mil pessoas passarão pelo local até o final de semana.

Informações pelo fone:
(88) 9915.3450

Enviada por Elizângela Santos

VI BERRO CARIRI: PROGRAMAÇÃO CULTURAL


Por Océlio Teixeira

A Primeira Edição do Berro Cariri foi realizada em 2004, quando o Prof. Francisco Cunha, então Chefe de Gabinete do Reitor André Herzog, gestou a idéia e, juntamente com a administração superior da URCA à época, organizou o I BERRO CARIRI. Agora, na sua sexta edição, o BERRO se mostra consolidado. Os motivos desse sucesso são vários, dentre os quais podem ser destacados o apoio do Governo do Estado, através da Secretária do Desenvolvimento Agrário e da Comissão Gestora da EXPOCRATO, a priorização dos negócios voltados para a agricultura familiar e pequenos produtores e a valorizaçãos dos valores artísticos regionais. Abaixo a programação cultural do VI BERRO CARIRI, que acontecerá no período de 3 a 6 de dezembro do corrente ano.

ATRAÇÕES CULTURAIS:

DIA 03/12/2009 – QUINTA - FEIRA
• 18:00 REIZADO INFANTIL
• 19:00 FESTIVAL DE VIOLEIROS
• 22:00 FERREIRINHA DO ACORDEON
• 23:00 OS NONATOS

DIA 04/12/2009 – SEXTA - FEIRA
• 18:00 IRMÃOS ANICETO
• 19:00 FESTIVAL DE CORDEL
• 21:00 MISTURA NOVA
• 22:00 FLÁVIO LEANDRO
• 23:50 FLÁVIO JOSÉ

DIA 05/12/2009 – SÁBADO
• 18:00 MANEIRO PAU
• 19:00 LENINHA
• 21:00 HERDEIROS DO REI
• 22: 00 LUIZ FIDELIS
• 23:00 FAGNER
• EPITÁCIO PESSOA

DIA 06/12/2009 - DOMINGO
• 17:00 RAPADURA CULTURAL: Tábua de Pirulito: Espetáculo Infantil / Os Três do Ceará
• 19:00 RAÍZES DO FORRÓ
• 20:00 STÊNIO LIMA
• 21:00 BELO XOTE
• 23:00 DORGIVAL DANTAS

REALIZAÇÃO :
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
SECRETARIA DE CULTURA DO ESTADO
SECRETARIA DE TURISMO DO ESTADO


Por Océlio Teixeira (Blog do Crato)

Gratidão - por Magali de Figueiredo Esmeraldo


Quando alguém nos presta um favor, a vontade que temos é retribuir àquela pessoa que nos ajudou. A gratidão é o sentimento mais bonito do ser humano. Quem ajuda o outro não deve esperar retribuição. O serviço deve ser gratuito, pois é mais agradável aos olhos de Deus. A alegria maior é a de quem pode doar-se. Todo ser humano se sente feliz em fazer o bem. Agora, saber agradecer depende do caráter, da maneira como recebeu os valores morais dentro da família.

Cultivar a gratidão deve ser uma constante na nossa vida. Agradecer a Deus todas as bênçãos e dons que recebemos Dele é nossa obrigação. Ao iniciarmos o dia, devemos ter sempre uma atitude de gratidão a Deus pelo dom da vida, pelas maravilhas que Ele faz por todos nós.

Nos salmos de agradecimento podemos refletir o que nos diz a Bíblia, Salmo 92,2 “É bom agradecer a Javé e tocar para o teu nome, ó Altíssimo; Salmo 103, 1-2 “Bendiga a Javé, ó minha alma e todo meu ser ao seu nome santo! Bendiga Javé, ó minha alma, e não esqueça nenhum dos seus benefícios.”
O Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 17, 11-19, narra que quando Jesus passava entre a Samaria e a Galiléia, indo em direção a Jerusalém, chegando perto de um povoado, vieram dez leprosos ao encontro de Jesus, pararam à distância e gritaram; “Jesus, mestre, tem compaixão de nós”. Jesus mandou-os apresentar-se aos sacerdotes. Ficaram curados e só um voltou glorificando a Deus em voz alta e, atirando-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra lhe agradeceu. E era um samaritano, povo considerado impuro pelos judeus. Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? Não houve quem voltasse para dar Glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” E disse-lhe: “levanta-te e vai! A tua fé te salvou”. O samaritano foi capaz de reconhecer o dom e agradecer a Deus, pois Dele nos vêm todos os dons.

Qual a lição que podemos tirar dessa narrativa? A fé do samaritano é um ponto importante desse trecho do Evangelho segundo Lucas. É uma fé madura e que nascida da esperança vai crescendo na obediência à Palavra de Jesus. E o mais bonito é que essa fé se manifesta na gratidão. Jesus dá a ele não só a cura, mas a salvação. Quando o samaritano reconhece que em Jesus, o amor de Deus leva os homens a viver na alegria da gratidão, sua vida chega à plenitude. Portanto, a vida que Deus dá em Jesus Cristo é gratuita. É graça.

Essa reflexão poderia nos ajudar a viver a gratidão. Vamos praticar a gratidão, em primeiro lugar a Deus e depois aos nossos irmãos pelos muitos benefícios recebidos.

Podemos agradecer a Deus pelo emprego, pela família, pelos amigos, pelo ar que respiramos, pelos dons que recebemos Dele. Esses dons que Deus nos dá, devem ser colocados a serviço do nosso irmão.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS

Nesta terça-feira, 1º de dezembro, transcorre o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS. Em Juazeiro do Norte, uma programação de reflexão sobre a data já está sendo cumprida através do Núcleo de DST’s/AIDS da Secretaria Municipal de Saúde. Nesta segunda-feira, dia 30, o setor de infectologia realizou no Hospital Santo Inácio, um encontro com alunos da Escola Odorina Castelo Branco, do Bairro Limoeiro, uma sensibilização sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s). Hoje, dia 1º, serão realizadas blitz no semáforo do Cariri Shopping e na Praça Padre Cícero no horário da manhã. Haverá sonorização e panfletagem com alunos da FMJ chamando a atenção para a questão.O Centro de Atendimento Epidemiológico funciona no Hospital Santo Inácio, de segunda a sexta-feira. Lá atendem as segundas, quartas e quintas-feiras os médicos Maurício Torres, Victor Sampaio e Nilene Silva. Este ano o tema da mobilização é “Viver com AIDS é possível. Com o preconceito não”.

ADIADO LANÇAMENTO DO NATAL DE LUZ

O Natal de Luz que seria lançado nesta terça-feira, 1º de dezembro, foi adiado para o próximo dia 8, no mesmo horário e local. Ou seja, às 18h00 na Praça Padre Cícero. De acordo com a presidente da CDL de Juazeiro Antônia Anier Salustiano (Ana da Farmácia), o adiamento se deu por conta de atraso do material vindo de Fortaleza, para montagem da Árvore de Natal, com 25 metros de altura, 500 mil lâmpadas que ficará na Praça Padre Cícero. “Mas a montagem da árvore começará hoje, dia 1º e no dia 8, se Deus quiser, estaremos lançado o Natal de Luz em Juazeiro”, disse Ana, acrescentando que nesta terça-feira, vai começar também a iluminação do quarteirão piloto, entre as ruas São Francisco e Conceição, com igual número de lâmpadas.

VENHA VER MEU TEATRO

Com o espetáculo BR 116 foi aberto o programa Venha Ver o Meu Teatro, organizado pela Secretaria de Cultura de Juazeiro do Norte. O evento se estende até o mês de março de 2010, no Teatro Marquise Branca, e servirá para o público acompanhar o que Juazeiro tem de melhor nas artes cênicas. Em cartaz até o dia 05 de dezembro, BR 116 é um espetáculo encenado pelo grupo Alysson Amâncio Companhia de Dança. A peça traz fatos, lendas, sonhos e tragédias que acontecem na maior rodovia do país, mas usa a estrada como uma espécie de metáfora com nossos medos, obstáculos e desejos. As encenações acontecem sempre nas quintas, sextas e sábados, às 20 horas, com entrada gratuita. Até março do próximo ano, oito espetáculos serão apresentados.

Sou feliz

Por Jorge Carvalho
“Quem ilumina corações alheios
Perfuma os próprios caminhos”
Pe. Roque Schneider

Sou feliz por ser o pai de Cecília Noêmi, como também por ser filho de Seu Chico e Dona Conceição e ser sobrinho de Dona Nilza: educadora, cristã e espiritualmente bondosa. Tenho ainda a virtude de ser sobrinho de Amarílio Carvalho: ator, escritor, tipógrafo exemplar. Sou feliz por ter nascido no Cariri, mas ser desprovido de bairrismo preconceituoso.
Vivendo na região mais agradável do Ceará. A cidade de Barbalha, por exemplo, com invejável manutenção de um “rico” e belo patrimônio histórico-arquitetônico. Missão Velha, a sempre “porta de entrada do Vale do Cariri”. Nova Olinda e sua Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri. Juazeiro: Meca do trabalho e oração. Padre Cícero possibilitou o exuberante crescimento comercial e a pujança firme de uma cidade, hoje metrópole do Cariri. Crato e o Cariri, o Cariri e o Crato umbilicamente unidos numa efervescência cultural exuberante, transbordando pelas bordas cultura popular e erudita em cachos, em “ruma”, num colorido cenário, possibilitando alegria e entusiasmo interior incomparáveis. Sou feliz por conhecer Mestre Aldenir, Mestres Raimundo e Antonio Aniceto, Mestra Zulene Galdino, Mestre Cirilo, Mestra Edite, Mestras Mazé e Penha Luna, Mestre Bigode, Mestra Marinês, e ainda o poeta Luciano Carneiro, a poetisa Lacerda, o poeta Olinar Honor, o cantor e compositor Luis Carlos Salatiel, o professor Carlos Rafael, o professor Cacá Araújo, o professor José Nilton Figueiredo, o médico José Flávio, a professora Fabiana e o escritor Emerson Monteiro.
Sou feliz em ver acontecer as terreiradas (Mostra SESC) em Crato e Juazeiro, onde a “felicidade” contagia a todos, a emoção extrapola limites físico e mental.
Sou feliz por há mais de trinta anos ser funcionário público estadual, lotado no meu querido colégio Estadual Wilson Gonçalves, por ter “nascido” no Alto da Penha, e lá vivido a infância e pré-adolescência. Sou feliz por torcer o Botafogo (uma questão política-ideológica). Botafogo, do saudoso e “valente” João Saldanha – o João sem medo – comunista e nacionalista, qualidades que assimilei e tenho orgulho de assumi-las como ideal de vida.
Sou feliz por ser leitor do Professor Leonardo Boff. Sou feliz em ter votado para presidente no maior brasileiro da história: LEONEL DE MOURA BRIZOLA, estadista com E maiúsculo. Sou feliz em ter homenageado “Chupetinha” e Anduiá no Rapadura Cultural. Por ter entrevistado Doutor Raimundo de Oliveira Borges e o Padre Antonio Vieira. Sou feliz em ser casado com Maria Socorro Lima: mulher alheia a qualquer vaidade física, dedicação doméstica e cristandade exemplares.
Por fim, sou feliz em ter São Cristovão como meu protetor e Santa Teresinha do menino Jesus como guia espiritual. Feliz em “tá” “ligado” em preservar o planeta – a mãe Terra – e a justiça social.

Jorge Carvalho
“Um ano novo socialista”
Novembro/2009

Comunidade do Parque Grangeiro homenageou Padre Manuel Feitosa


Por Armando Lopes Rafael (para o Blog do Crato)

Na noite de ontem, 29, a comunidade do bairro Parque Grangeiro prestou significativa homenagem ao Padre Manuel Alves Feitosa, pelo jubileu de ouro de sua ordenação sacerdotal.
Uma placa foi afixada no interior da capela de Nossa Senhora da Conceição para lembrar a efeméride e um grande bolo e refrigerantes foram servidos a cerca de duzentos fiéis que compareceram à missa e à solenidade de homenagem. Na ocasião, em nome da comunidade, proferi a saudação abaixo:


"Ilustríssimo e Reverendíssimo Padre Manuel Alves Feitosa,
Minhas senhoras e meus senhores:

João de Araújo Galvão e Francisca de Morais Feitosa nunca poderiam imaginar – naquele 25 de novembro de 1931 – data de nascimento de mais um filho do casal, em quem colocaram o nome de Manuel, que aquele rebento estava destinado a um profícuo e abençoado sacerdócio.

Tivesse seguido o mesmo rumo da maioria dos homens nascidos no município de Arneirós, no Sertão dos Inhamuns cearense, Manuel – quando fosse um menino taludo – teria enveredado pelas atividades agro-pastoris, enfrentando a caatinga arbórea e arbustiva, em meio ao xique-xique, macambira, coroa-de-frade e mandacaru.

Quis Deus que os caminhos do menino Manuel fossem outros.

Em 10 de outubro de 1940, com a idade de nove anos, já vamos encontrá-lo em Crato, distante muitas léguas da paisagem árida do seu torrão natal, com suas aroeiras, imburanas, angicos, umbuzeiros e catingueiras. No Cariri daquela época – emoldurado pela Chapada do Araripe e com a brisa adocicada pelo cheiro proveniente dos engenhos de rapadura, localizados em meio aos verdes canaviais – o menino Manuel recebeu a Primeira Comunhão no Seminário São José. Entre 1941 a 1946 ele cursou as séries primárias no Círculo Operário Católico de Crato, tendo como professor seu tio paterno, Manoel Leonardo Feitosa.

No alvorecer de 1947 – e até fins de 1953 – o jovem Manuel Alves Feitosa estudou no Seminário São José de Crato. De 1954 até 1959 foi aluno do Seminário da Prainha, em Fortaleza, onde cursou Filosofia e Teologia. A realização do seu acalentado sonho ocorreu no dia 8 de dezembro de 1959, na Catedral de Nossa Senhora da Penha, em Crato, quando, pelas mãos de Dom Vicente de Paulo Araújo Matos, tornou-se Sacerdote ad eternum.

No Evangelho de São Mateus, capítulo 13, versículos 31 e 32 está escrito:
“O Reino de Deus se parece com um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seus campos. É a menor de todas as sementes, contudo, quando cresce, é mais alta que outras hortaliças. Torna-se uma árvore, vêm os pássaros do céu e se aninham em seus ramos.”
Creio que esta parábola – que nos foi contada por Nosso Senhor Jesus Cristo – se adapta com muita precisão a missão que há meio século vem sendo cumprida pelo nosso querido pároco, Padre Manuel Alves Feitosa. A pequena semente que ele plantou, depois de semeada, cresceu e lançou ramos tão grandes que muitos se aninharam à sua sombra.
Confiramos: o ano 1960 ele viveu como vice-reitor do Seminário São José. Entre 1961 a 1967 foi Vigário-Cooperador da Paróquia de Nossa Senhora da Penha, em Crato.
De 1967 a 1975 foi Vigário Ecônomo da Paróquia de Santo Antônio de Jardim. De 1975 a 1980 exerceu idêntica atividade na Paróquia de São Vicente Ferrer de Lavras da Mangabeira, quando ainda substituiu, esporadicamente, os vigários de Umari, Ipaumirim, Granjeiro, Quitaiús e Várzea Alegre.
De 1980 a 2000, por vinte anos, foi Pároco de Nossa Senhora das Dores de Assaré. E desde 2000 até hoje vem administrando a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima de Crato.

Padre Manuel Feitosa:
Esta singela homenagem que ora lhe prestamos – por ocasião do seu jubileu de ouro sacerdotal – é um caloroso testemunho de admiração, de afeto e de congratulações por suas qualidades morais, por seu zelo pastoral e pela fecundidade do seu sacerdócio.

Representa o alto apreço do seu rebanho - residente nas comunidades do Parque Grangeiro, do Gregório, Vila Nova, Novo Horizonte, Coqueiro, André Pinheiro e Grangeiro - que ora presta esta homenagem ao seu pároco, padre Manuel Alves Feitosa com a fixação desta placa comemorativa ao seu jubileu de ouro sacerdotal.

Significa o contentamento e o reconhecimento por todos os seus serviços prestados ao longo de cinquenta anos como operário da construção do Reino de Deus.

Que Deus continue protegendo-o, inspirando-o e cumulando-o de Suas bênçãos por muitos e muitos anos mais"...

Texto de Armando Lopes Rafael