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terça-feira, 28 de setembro de 2010

O voto limpo - Emerson Monteiro

Diante das intransponíveis dificuldades para validar a lei da Ficha Limpa, só resta agora aos eleitores a responsabilidade direta pelo assunto e cuidar de limpar todas as impurezas do seu precioso voto já nas eleições do corrente ano.
Os pressupostos da chamada Ficha Limpa mexeram com previsões de antecipar em um ano a matéria de cunho eleitoral, gerando questionamentos desde os tribunais regionais até chegar ao Supremo.
Por essas e outras razões, porém, o escore apertado de 5 a 5, na votação dos ministros, bem demonstra o quanto custa reverter hábitos numa política dominada por caciques tradicionais aferrados ao comando.
Quando as forças em jogo dispuserem de energia suficiente para reformar as instituições políticas envelhecidas, só então haverá esperança de evoluir no voto com as mudanças para realizar o sonho da verdadeira democracia.
Enquanto não ocorrer, no entanto, caberá, mais do que nunca, aos eleitores escolher os candidatos dignos, bem preparados, honestos e trabalhadores.
Instrumentos básicos dos destinos nacionais, eles irão definir o futuro, nos vários setores da vida pública. Os escolhidos mandarão chuva durante quatro longos anos da paciência do povo. Chegarão ao trono cobertos das grandes oportunidades e dos maiores direitos. Achar-se-ão investidos na autoridade com imunidades, foros especiais e proventos generosos, à custa de uma nação pobre e cofres esvaziados.
Em qualquer outra situação, o mais modesto do eleitor estudaria com rigor, mediria, pesaria, examinaria, avaliaria como gosto suas preferências. No comércio, nas compras dos mercados, butiques, nos sacolões e freiras, restaurantes, bancas de revistas, locadoras, etc.
Nas cabines eleitorais, todavia, a situação ganha conotação de quem quer elevar alguém ao sétimo céu da política, ofertar cheques em branco, depositar noutras mãos valores morais e bons costumes, família, segurança, educação, alimentação, e muito mais.
Por isso, trate de exercitar a seleção dos seus candidatos com a vista descoberta, olhos de bom senso, no fiel cumprimento do dever e das leis da consciência, no justo do possível. Porquanto, seremos responsabilizados pelo bom andamento dos negócios democráticos conquistados ao preço das lutas heróicas das gerações que nos antecederam e nos confiaram à continuação dessa história de imensos valores positivos.

Colunista do ‘FT’ tenta desvendar culto ao presidente Lula

O principal colunista de política internacional do jornal britânico Financial Times, Gideon Rachman, publicou uma coluna nesta segunda-feira na qual elucida os motivos que, para ele, fizeram do presidente Lula uma figura mítica. Para o colunista, as eleições presidenciais do dia 3 de outubro terão como vencedora quase certa Dilma Rousseff, escolhida a dedo por Lula, e serão uma “celebração do passado, tanto quanto uma placa de direção ao futuro”.

Gideon compara a trajetória da vida política de Lula com a de Nelson Mandela, que fizeram de sua história um símbolo da transformação de todo o seu país. “A história pessoal de Lula se assemelha à narrativa do País. Por muitos anos, o Brasil teve algo como um complexo nacional de inferioridade. Mas assim como o garoto pobre se tornou grande, o País está cada vez mais confiante e assertivo.”

Para o colunista, dos Brics, o Brasil é menos assustador que a China, menos autoritário que a Rússia e menos caótico que a Índia. Somado a isso, o carisma da figura do presidente brasileiro, foi, na opinião dele, o que garantiu o sucesso das campanhas para sediar a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.

Apesar do tom quase sempre otimista do artigo, o jornalista lembra que muito do sucesso da política econômica de Lula foi herdado do governo anterior e, durante a crise internacional, o Brasil teve sorte com a explosão dos preços das commodities. Gideon também afirma que Lula de fato combateu a pobreza no País, mas não deu a mesma atenção ao combate à corrupção.

O colunista do FT diz que, após oito anos no poder, a história do Brasil conduzindo um papel fundamental na ordem mundial deixou de ser uma hipérbole e se parece muito mais com um fato.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Sakineh é condenada à forca por assassinato de marido

Ela foi liberada da acusação por adultério, cuja pena seria o apedrejamento


A iraniana Sakineh (Reprodução)

O procurador-geral do Irã, Gholam Hussein Mohseni Ejei, anunciou nesta segunda-feira que Sakineh Mohamadi Ashtiani, a mulher iraniana acusada de adultério e cumplicidade no assassinato de seu marido, foi condenada à morte por enforcamento pelo segundo crime.

Em declarações divulgadas pela agência de notícias local Mehr, Mohseni Ejei explicou que, "de acordo com a decisão do tribunal, Sakineh foi acusada de assassinato e condenada por este delito". Sakineh também havia sido condenada à morte por adultério - cuja pena é a morte por apedrejamento -, mas a pena foi revista após a família do marido perdoá-la.

O drama - Sakineh foi condenada em 2006 por manter relações ilícitas com dois homens após ficar viúva, o que, segundo a lei islâmica, também é considerado adultério. Em julho deste ano, seu advogado Mohammad Mostafaei tornou público o caso em um blog na internet, o que chamou a atenção da comunidade internacional. Perseguido pelas autoridades iranianas, ele fugiu para a Turquia, de onde buscou asilo político na Noruega.

O governo brasileiro ofereceu refúgio a Sakineh, o que foi rejeitado por Teerã. A pena de morte foi mantida por um tribunal de apelações, que acrescentou ao caso a acusação de conspiração para a morte do marido.

Fonte: Veja, com agência EFE

Viver é preciso – Por Carlos Eduardo Esmeraldo.

“Navigare necesse: vivere non est necesse.”

Contrariando o general romano Pompeu Magnus, que viveu mais de meio século antes de Cristo e, derramou o seu latim com essa frase dita aos marinheiros que durante as guerras de conquista, tinham medo de entrar no mar para levá-lo à ilha da Sicilia, eu sinto que viver é preciso. Mesmo que para tanto, eu tenha que construir "pontes" e pavimentar novos caminhos. Somente é possível navegar, se houver vida. Mas viver, “não para gozar a vida, mas para engrandecê-la a serviço da evolução da humanidade", como diria o genial poeta português Fernando Pessoa. Viver nesse “vale de lágrimas” é bom demais e ninguém quer morrer. Todos pensam que a morte somente acontece aos outros. Mas poderemos adiar o nosso encontro definitivo com Deus.

A propósito desse assunto, ouvi muitas pessoas dizerem que cada um já nasce com o dia de sua morte marcado. Eu mesmo, durante muito tempo, acreditei nisso. Mas apesar das muitas surpresas que a vida nos reserva, hoje não penso mais assim. Por isso, valho-me de todos os meios que a medicina nos oferece para prolongar esta caminhada pelas estradas da vida, dom maravilhoso de Deus.

Outro dia ouvi de um dos defensores da tese do dia marcado, uma história interessante, que aqui deixo registrada para encerrar essa pequena reflexão, procurando alegrar os ânimos, quando nada, pelo menos o meu próprio estado de espírito.

Certo dia, ao despertar, um jovem de vinte anos ouviu a campainha de sua casa tocar e foi abrir a porta. Surpreendeu-se com a velhinha da foice, bastante autoritária, dizendo-lhe que aquele era o dia marcado para ele ir embora. Tentou argumentar, vivera tão pouco, o carnaval estava próximo. Pelo menos que ela o deixasse brincar seu último carnaval, implorou. A velhinha resolveu ligar seu celular e falar com o Superior lá de cima, pedindo a concessão de um prazo de 30 dias. Pedido atendido, como que por encanto, ela sumiu de sua frente. O rapaz pulou de alegria e pensou que na nova data ele iria driblar a velha Dona Morte pela segunda vez.

Na véspera do dia marcado, foi ao cabeleireiro e ordenou que raspasse toda sua vasta cabeleira à navalha. A cabeça ficou lizinha que dava gosto. No dia marcado, a Dona Morte foi a casa dele e alguém lhe informou que ele se encontrava num clube próximo. Então ela o procurou no meio da multidão que lotava os salões do clube, sem, contudo encontrá-lo. Olhou para um lado, para outro e afinal exclamou para si mesma. “É! O cara não está aqui não! Mas para não perder a viagem, eu vou levar aquele carequinha ali do meio, pois hoje é o dia dele”.

Pois é, esse nosso encontro fatal poderá ser adiado. Por via das dúvidas, eu estou até pensando em raspar a cabeça.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

São Paulo confirma dois shows de Paul McCartney no Morumbi em novembro

A assessoria do São Paulo Futebol Clube confirmou, nesta segunda-feira, que negocia shows da turnê "Up and Coming" de Paul McCartney para os dias 21 e 22 de novembro no Estádio do Morumbi, em São Paulo. Além do possível show do ex-Beatle, também acontecem no Morumbi shows de Bon Jovi (6/10), Rush (8/10), e Black Eyed Peas (4/11).

As negociações com a produtora do evento, a Planmusic, de Luiz Oscar Niemeyer, já estariam em fase final. A confirmação oficial é esperada até o fim desta semana, após uma longa espera dos fãs brasileiros.

Em setembro, o jornal argentino "Clarín" adiantou que o ex-Beatle incluiria São Paulo em uma turnê pela América Latina. Também são esperados dois shows de McCartney em Buenos Aires, nos dias 14 e 15 de novembro.

Fonte: Folha.com

The Independent: A mulher mais poderosa do mundo

Hugh O’Shaughnessy – do jornal britânico Independent, reproduzido na Carta Maior

A mulher mais poderosa do mundo começará a andar com as próprias pernas no próximo fim de semana. Forte e vigorosa aos 63 anos, essa ex-líder da resistência a uma ditadura militar (que a torturou) se prepara para conquistar o seu lugar como Presidente do Brasil.

Como chefe de estado, a Presidente Dilma Rousseff irá se tornar mais poderosa que a Chanceler da Alemanha, Angela Merkel e que a Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton: seu país enorme de 200 milhões de pessoas está comemorando seu novo tesouro petrolífero. A taxa de crescimento do Brasil, rivalizando com a China, é algo que a Europa e Washington podem apenas invejar.

Sua ampla vitória prevista para a próxima eleição presidencial será comemorada com encantamento por milhões. Marca a demolição final do “estado de segurança nacional”, um arranjo que os governos conservadores, nos EUA e na Europa uma vez tomaram como seu melhor artifício para limitar a democracia e a reforma. Ele sustenta um status quo corrompido que mantém a imensa maioria na pobreza na América Latina, enquanto favorece seus amigos ricos.

A senhora Rousseff, a filha de um imigrante búlgaro no Brasil e de sua esposa, professora primária, foi beneficiada por ser, de fato, a primeira ministra do imensamente popular Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ex-líder sindical. Mas com uma história de determinação e sucesso (que inclui ter se curado de um câncer linfático), essa companheira, mãe e avó será mulher por si mesma. As pesquisas mostram que ela construiu uma posição inexpugnável – de mais de 50%, comparado com menos de 30% – sobre o seu rival mais próximo, homem enfadonho de centro, chamado José Serra. Há pouca dúvida de que ela estará instalada no Palácio Presidencial Alvorada de Brasília, em janeiro.

Assim como o Presidente Jose Mujica do Uruguai, vizinho do Brasil, a senhora Rousseff não se constrange com um passado numa guerrilha urbana, que incluiu o combate a generais e um tempo na cadeia como prisioneira política.

Quando menina, na provinciana cidade de Belo Horizonte, ela diz que sonhava respectivamente em se tornar bailarina, bombeira e uma artista de trapézio. As freiras de sua escola levavam suas turmas para as áreas pobres para mostrá-las a grande desigualdade entre a minoria de classe média e a vasta maioria de pobres. Ela lembra que quando um menino pobre de olhos tristes chegou à porta da casa de sua família ela rasgou uma nota de dinheiro pela metade e dividiu com ele, sem saber que metade de uma nota não tinha valor.

Seu pai, Pedro, morreu quando ela tinha 14 anos, mas a essas alturas ele já tinha apresentado a Dilma os romances de Zola e Dostoiévski. Depois disso, ela e seus irmãos tiveram de batalhar duro com sua mãe para alcançar seus objetivos. Aos 16 anos ela estava na POLOP (Política Operária), um grupo organizado por fora do tradicional Partido Comunista Brasileiro que buscava trazer o socialismo para quem pouco sabia a seu respeito.

Os generais tomaram o poder em 1964 e instauraram um reino de terror para defender o que chamaram “segurança nacional”. Ela se juntou aos grupos radicais secretos que não viam nada de errado em pegar em armas para combater um regime militar ilegítimo. Além de agradarem aos ricos e esmagar sindicatos e classes baixas, os generais censuraram a imprensa, proibindo editores de deixarem espaços vazios nos jornais para mostrar onde as notícias tinham sido suprimidas.

A senhora Rousseff terminou na clandestina VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares). Nos anos 60 e 70, os membros dessas organizações sequestravam diplomatas estrangeiros para resgatar prisioneiros: um embaixador dos EUA foi trocado por uma dúzia de prisioneiros políticos; um embaixador alemão foi trocado por 40 militantes; um representante suíço, trocado por 70. Eles também balearam torturadores especialistas estrangeiros enviados para treinar os esquadrões da morte dos generais. Embora diga que nunca usou armas, ela chegou a ser capturada e torturada pela polícia secreta na equivalente brasileira de Abu Ghraib, o presídio Tiradentes, em São Paulo. Ela recebeu uma sentença de 25 meses por “subversão” e foi libertada depois de três anos. Hoje ela confessa abertamente ter “querido mudar o mundo”.

Em 1973 ela se mudou para o próspero estado do sul, o Rio Grande do Sul, onde seu segundo marido, um advogado, estava terminando de cumprir sua pena como prisioneiro político (seu primeiro casamento com um jovem militante de esquerda, Claudio Galeno, não sobreviveu às tensões de duas pessoas na correria, em cidades diferentes). Ela voltou à universidade, começou a trabalhar para o governo do estado em 1975, e teve uma filha, Paula.

Em 1986 ela foi nomeada secretária de finanças da cidade de Porto Alegre, a capital do estado, onde seus talentos políticos começaram a florescer. Os anos 1990 foram anos de bons ventos para ela. Em 1993 ela foi nomeada secretária de minas e energia do estado, e impulsionou amplamente o aumento da produção de energia, assegurando que o estado enfrentasse o racionamento de energia de que o resto do país padeceu.

Ela tinha mil quilômetros de novas linhas de energia elétrica, novas barragens e estações de energia térmica construídas, enquanto persuadia os cidadãos a desligarem as luzes sempre que pudessem. Sua estrela política começou a brilhar muito. Mas em 1994, depois de 24 anos juntos, ela se separou do Senhor Araújo, aparentemente de maneira amigável. Ao mesmo tempo ela se voltou à vida acadêmica e política, mas sua tentativa de concluir o doutorado em ciências sociais fracassou em 1998.

Em 2000 ela adquiriu seu espaço com Lula e seu Partido dos Trabalhadores, que se volta sucessivamente para a combinação de crescimento econômico com o ataque à pobreza. Os dois se deram bem imediatamente e ela se tornou sua primeira ministra de energia em 2003. Dois anos depois ele a tornou chefe da casa civil e desde então passou a apostar nela para a sua sucessão. Ela estava ao lado de Lula quando o Brasil encontrou uma vasta camada de petróleo, ajudando o líder que muitos da mídia européia e estadunidense denunciaram uma década atrás como um militante da extrema esquerda a retirar 24 milhões de brasileiros da pobreza. Lula estava com ela em abril do ano passado quando foi diagnosticada com um câncer linfático, uma condição declarada sob controle há um ano. Denúncias recentes de irregularidades financeiras entre membros de sua equipe quando estava no governo não parecem ter abalado a popularidade da candidata.

A Senhora Rousseff provavelmente convidará o Presidente Mujica do Uruguai para sua posse no Ano Novo. O Presidente Evo Morales, da Bolívia, o Presidente Hugo Chávez, da Venezuela e o Presidente Lugo, do Paraguai – outros líderes bem sucedidos da América do Sul que, como ela, têm sofrido ataques de campanhas impiedosas de degradação na mídia ocidental – certamente também estarão lá. Será uma celebração da decência política – e do feminismo.

Tradução: Katarina Peixoto

Crato anuncia os primeiros reforços para a temporada

Após anunciar a contratação do técnico João Francisco Marçal, a diretoria do Crato anunciou os primeiros reforços para o campeonato Cearense de 2011.

Trata-se do goleiro Carlos Luna, que está disputando a terceira divisão do certame Cearense pelo Barbalha. E o atacante Djalma, que foi artilheiro do time no certame Cearense deste ano.

A apresentação dos atletas foi recebida com muito entusiasmo pela torcida e imprensa do Crato, principalmente do atacante Djalma. O atleta manifestou toda a sua satisfação em retornar para o Crato e ter a oportunidade de disputar mais uma competição pelo clube.

“Para mim é um reconhecimento que só me motiva ainda mais para voltar a fazer um grande trabalho aqui no Crato”, comentou a imprensa presente a apresentação.

Fonte: FutNet

O lulismo como abrigo e reciclagem da barbárie – Por Reinaldo Azevedo

O lulismo é hoje o abrigo preferencial da barbárie política. Salafrários de todo o Brasil descobriam que a melhor maneira de manter seus esquemas de poder ou, se for o caso, de substituir velhas oligarquias locais por novas é unir-se à alastrante base de apoio ao presidente. A “democracia dos consumidores”, que a tantos encanta, convive com formas tradicionalíssimas de violência política, que, não obstante, falam agora uma linguagem militante e cidadã.

Talvez nem se trate de uma “convivência”. A chamada “democratização do consumo” se tornou o redutor da política: ela tudo justificaria; em seu nome, todas as práticas passariam a ser, se não exatamente admitidas, ao menos toleradas; quando não toleradas, provocam uma reação de repulsa bem abaixo daquela que seria razoável.

Vejam o que se passa no Tocantins e no Amapá, para citar dois casos. As figuras engolfadas por escândalos cabeludos contam com o apoio entusiasmado do presidente da República. Ele não pode, sei disto, ser pessoalmente responsabilizado pelos crimes cometidos por seus aliados, mas os eventos expõem com clareza insofismável a qualidade das alianças locais do lulo-petismo.

Ah, não! Não foi este governo que inventou o atraso; de jeito nenhum! De certo modo, ele próprio é expressão de muitas e antigas misérias morais. Mas é inegável que estava em curso um processo de civilização da política— até mesmo daquelas elites regionais antes chamadas “tradicionais”. Isso se perdeu. Ou alguns “tradicionalistas” voltaram a suas práticas de sempre ou foram tragados por adversários que conseguiram ser ainda mais truculentos, mas agora com as bênçãos do Babalorixá de Banânia.

Sabem onde Lula fez um de seus discursos mais violentos contra a imprensa? No Tocantins, de seu aliado Carlos Gaguim, este mesmo envolvido num, se me permitem, “escândalo escandaloso” e capaz de mobilizar soldados armados para impedir uma revista de circular.

No dia 21, durante inauguração de um trecho da Ferrovia Norte-Sul, afirmou Lula:

“O que eles [a imprensa] não percebem é que o povo não é mais massa de manobra como há 30 anos. Eles não podem colocar alguém para mentir e achar que o povo vai acreditar. Quando falam mal, e eu estou errado, dou a mão à palmatória. Porque acho que a liberdade de imprensa é uma coisa sagrada para fortalecer a democracia. Mas liberdade de imprensa não quer dizer que você pode inventar o dia inteiro. Não pode inventar”.

Está claro que, para o presidente, a imprensa tem a sagrada liberdade de elogiá-lo ou, no limite, de fazer as críticas que ele próprio reconhece como justas. No Tocantins, o PT integra a coligação de Gaguim, chamada ironicamente de “Força do Povo”. O governador, ao tentar impedir, com fuzis, a distribuição da revista VEJA, estava apenas dando dimensão prática à retórica do chefe.

O notável é que Lula pode ir a cada um desses rincões do atraso e da truculência política e fazer um discurso inflamado contra as elites, os donos do poder, os que não respeitam a vontade do povo etc. A “nova era democrática” apontada pelos “intelequituais” petistas condena o Brasil ao velho atraso.

Por Reinaldo Azevedo

Vantagem de Dilma cai e cresce chance de segundo turno

A seis dias da eleição, a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, já não tem mais garantida a vitória em primeiro turno, revela nova pesquisa Datafolha realizada ontem em todo o país.

Segundo o levantamento, Dilma agora perde votos ou oscila negativamente em todos os estratos da população.

Nos últimos cinco dias, Dilma perdeu três pontos percentuais entre os votos válidos que decidirão o pleito. Ela recuou de 54% para 51% e precisa de 50% mais um voto para ser eleita.

Como a margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, Dilma pode ter 49% dos votos válidos. Ou 53%, o que a levaria ao Planalto sem passar por um segundo turno eleitoral.

Ainda considerando os votos válidos, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, apenas oscilou positivamente, de 31% para 32%.

Marina Silva, do PV, também oscilou positivamente dentro da margem de erro. Passou para 16%, ante os 14% que tinha na última pesquisa, realizada entre os dias 21 e 22 de setembro.

Houve queda ou oscilação negativa para a candidata escolhida pelo presidente Lula para sucedê-lo em todos os estratos da população, nos cortes por sexo, região, renda, escolaridade e idade.

Uma das maiores baixas (queda de 5% nas intenções de voto) se deu entre os que ganham de 2 a 5 salários mínimos (entre R$ 1.020,00 e R$ 2.550,00). Cerca de 33% da população brasileira se encaixa nessa faixa de renda.

Dilma vem perdendo votos desde a segunda semana de setembro. Foi quando o escândalo envolvendo tráfico de influência na Casa Civil levou ao pedido de demissão de sua ex-principal assessora, Erenice Guerra.

De lá para cá, o total das intenções de voto em Dilma caiu de 51% para 46%. Já a soma de seus adversários subiu de 39% para 44%.

Considerando somente os votos válidos, a diferença entre Dilma e os demais candidatos despencou de 14 pontos há duas semanas para dois pontos agora.

A pesquisa mostra também que houve forte "desembarque" da candidatura Dilma entre as mulheres (queda de 47% para 42%) e entre os eleitores mais escolarizados, com curso superior.

Na simulação de segundo turno entre Dilma e Serra, a vantagem da petista também caiu. No levantamento anterior, Dilma tinha 55% das intenções de voto. Agora, tem 52%. Serra, que antes tinha 38%, agora tem 39%.

Fonte: Folha.com

Ceará: tudo embolado na briga pelo Senado



Pela primeira vez, Tasso não lidera isoladamente a disputa. Está agora tecnicamente empatado com Eunício Oliveira, que cresceu sete pontos, enquanto o tucano caiu quatro. Mas José Pimentel também se aproxima e aparece em situação de empate técnico com Eunício

A poucos dias da definição, a disputa pelas duas vagas no Senado pelo Ceará fica cada vez mais embolada. Tasso Jereissati (PSDB) oscilou quatro pontos percentuais e agora aparece com 44% na pesquisa O POVO/Datafolha. Há duas semanas, tinha 48%. Eunício Oliveira (PMDB) cresceu sete pontos e, com 41%, está tecnicamente empatado com o tucano. É a primeira vez na qual Tasso não lidera de forma isolada, em quatro rodadas de pesquisa O POVO/Datafolha. A coisa fica ainda mais embolada porque José Pimentel (PT) subiu cinco pontos e, com 36%, está tecnicamente empatado com Eunício.

Considerando a variação máxima da margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos, Tasso pode ter entre 41% e 47% das intenções de voto. Eunício pode ter entre um máximo de 44% e um mínimo de 38%. E Pimentel pode ter de 33% a 39%. Por essa razão, a situação de Eunício é de empate técnico tanto com Tasso, levando em conta a possibilidade de variação para mais da margem de erro, quanto com Pimentel, na hipótese de variação negativa.

Alexandre Pereira (PPS), que nas duas últimas pesquisas aparecia com 2%, agora chegou a 4% das intenções de voto. Com 2% estão Tarcísio Leitão, Marilene Torres (Psol) e Raquel Dias (PSTU). Benedito Oliveira (PCB), Reginaldo (PSTU) e Polô (PV) têm 1%, cada.

O percentual dos que declararam voto em branco, nulo ou em nenhum dos candidatos para as duas vagas de senador é de 3%. Para uma das vagas, são 7% os que pretendem anular o voto, votar em branco ou dizem não votar em nenhum.

O índice de indefinição ainda é significativo: 35% dos eleitores pesquisados não sabem em quem votar para uma das vagas. Para as duas vagas, são 22% de votos indefinidos. A pesquisa é a primeira realizada após o início da veiculação da propaganda na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador Cid Gomes (PSB) aparecem ao lado de Eunício e Pimentel pedindo voto para os dois candidatos.

Votos válidos
Como são dois votos para o Senado, a soma dos percentuais totaliza 200%. Nesta pesquisa, porém, pela primeira vez, o Datafolha divulgou também os percentuais de votos válidos. Este é o critério que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adota na apuração dos resultados. A base de cálculo, assim, deixa de ser o total de eleitores e passa a ser o total de votos.

Brancos, nulos e indecisos são excluídos e, nesse caso, a soma dos votos dos candidatos totaliza 100%. Nesse cálculo, não há mudança nas tendências, mas altera-se o percentual obtido pelos candidatos. Por isso, os índices de intenções de voto são inferiores aos registrados quando se considera o total de eleitores.

Nessa forma de cálculo, Tasso tem 33% das intenções de voto. Eunício fica com 31% e Pimentel, 27%. Na hipótese de variação máxima da margem de erro, há tríplice empate técnico. Alexandre Pereira tem 3%. Os demais candidatos todos figuram com 1%, cada.

Fonte: O Povo

A imprensa na mira do faroeste no Tocantins

Entidades com longa tradição de defesa da liberdade de expressão condenam a tentativa de apreensão de VEJA pela PM local

Palmas, madrugada do último domingo. Uma aeronave da TAM aterrissa na capital do Tocantins transportando 2.700 exemplares de VEJA. A cerca de sete quilômetros dali, uma blitz da Polícia Militar interrompe o tráfego da única rodovia que liga o aeroporto ao centro da cidade: são cerca de 30 homens armados com fuzis. "Às duas horas da manhã, recebi uma ligação dizendo que a blitz tinha como missão apreender as revistas e impedir sua circulação no estado", conta o procurador da República Álvaro Lotufo Manzano. Imediatamente, ele acionou o delegado da Polícia Federal na cidade e seguiu para o aeroporto. Por volta das três horas, um caminhão carregado com os exemplares de VEJA deixou o aeroporto com destino a um depósito local, escoltado por um carro da PF e por outro, guiado pelo próprio procurador. Dali, seguindo a tradicional operação de distribuição, a edição 2.184 da revista pôde cumprir seu destino: chegar às mãos do leitor e informá-lo, por exemplo, acerca das investigações que mostram as ligações do governador do Tocantins com quadrilhas acusadas de levar fortunas dos cofres púbicos.

A tentativa de censura a VEJA foi duramente criticada por entidades da sociedade com longa tradição na defesa da liberdade de imprensa. "Essas cenas nos remetem aos piores momentos do regime militar, do obscurantismo, do autoritarismo. Seria cômico, não fosse trágico", resume o diretor executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira. "Após essa tentativa de impedir os cidadãos de conhecerem os fatos, alguém ainda tem dúvidas de que as informações publicadas pela revista são importantes?".

Com seu governador, Carlos Gaguim, no foco de investigações do Ministério Público e da Polícia Federal, Tocantins vive mesmo uma situação surreal. Uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral local – derrubada nesta segunda-feira – proibia que nada menos do que 84 veículos de imprensa veiculassem informações acerca das investigações sobre Gaguim. VEJA não estava na lista, o que não abranda em nada a gravidade dos fatos. Ambas as restrições – a imposta pela Justiça e a ousada pela PM – são absurdas e inconstitucionais. "O direito à liberdade de imprensa é fundamental", afirma o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante. "O que houve foi um atentado contra a liberdade de imprensa, uma violência à democracia, uma afronta ao estado democrático".

O presidente da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), Mozart Valadares, aponta uma "inversão de valores" no episódio. "É um absurdo haver uma atitude de censura como esta partindo do próprio estado, que deveria garantir a distribuição das informações, não impedi-las de circular", diz. "Há 21 anos, foi promulgada a Constituição vigente, que prevê a liberdade de expressão. Portanto, é inadmissível que cenas como esta aconteçam nos dias de hoje".

O ataque aos princípios democráticos também preocupa o diretor-geral da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Luis Roberto Antonik. "A Constituição sabiamente veta qualquer tipo de censura prévia", lembra. Ele destaca ainda outro ponto: o caráter eleitoreiro da sanha autoritária. "No período eleitoral, há grupos que tentam impedir o acesso da população a informações contrárias a seus candidatos. Temem que isso se reflita nas urnas".

Nas mãos do (e)leitor - A tentativa de apreensão dos exemplares de VEJA pela PM de Tocantins provocou um atraso de três horas na distribuição da revista. Ao fim, contudo, amparada pelo procurador Manzano, pela PF e pela lei, VEJA chegou às mãos dos leitores. "Pelo que sei, a procura foi grande", conta Manzano.

Fonte: Veja

Chávez fala em eleição na Venezuela e já prevê posse de Dilma no Brasil

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, durante entrevista coletiva nesta segunda (27) no Palácio Miraflores, em Caracas (Foto: Fernando Llano/AP)

No primeiro discurso após o resultado das eleições parlamentares na Venezuela, o presidente Hugo Chávez mencionou as eleições no Brasil e deu como certa a vitória da candidata pelo PT, Dilma Rousseff, ao falar sobre a presença da oposição na Assembleia venezuelana.

Chávez ressaltou que os processos nacionais vão seguir a Constituição e disse que os deputados da oposição eleitos no domingo (26) não vão ser um problema para o governo porque só vão assumir no próximo ano, depois que houver a sucessão presidencial no Brasil.

"A Nova Assembleia só assume no próximo ano. Só assume depois que Dilma assumir o poder no Brasil. Dilma Rousseff. Preciso aprender a pronunciar de forma correta o nome dela, Dilma Rousseff", disse.

O presidente venezuelano também ironizou nesta segunda os partidos de oposição de seu país, por terem discursado afirmando terem vencido as eleições parlamentares realizadas no país no domingo. "Se quiserem, podem continuar ganhando de mim desse jeito", brincou, em entrevista coletiva à imporensa internacional, no Palácio presidencial de Miraflores.

Segundo Chávez, a oposição é formada por "partidinhos", por serem grupos pequenos em comparação com o seu Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). O grupo chavista conquistou a maioria das 165 vagas de deputado na Assembleia Nacional do país, mas deixou de ter mais de dois terços das cadeiras, considerados "maioria qualificada", que permite aprovar a maior parte das mudanças no país. Opositores do presidente alegaram terem sido vencedores por terem tirado do governo esta maioria de dois terços e por terem tido mais votos nacionalmente.

Fonte: G1