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quarta-feira, 7 de abril de 2010

COMPOSITORES DO BRASIL


Reprisando Zé Clementino.

Por Zé Nilton

Muitos amigos e varzealegrenses de todos os cantos não usufruiram da atração do programa Compositores do Brasil, da última quinta feira, quando foi homenageado o compositor Zé Clementino.

Não ouviram o excelente Antonio Morais discorrer sobre a vida, a obra e o homem que reabilitou com sua música o imortal Luiz Gonzaga, tal qual fizeram com outras ações, um Carlos Imperial e um Caetano Veloso.

Aliás, Antonio Alves de Morais, hoje administrando um dos blogues mais visitados da região, o Blog do Sanharol, afiliado do Blog do Crato, está se revelando um exímio folclorista, mercê de seu vasto conhecimento sobre os outros lados das histórias, histórias do povo, memórias passadas e vivas da região do Cariri.

Como é reconfortante saber que há um Antonio Morais e um Antonio Correia, este historiando a Ponta da Serra, contribuindo para inserila numa nova história de seu povo.

Pois bem, o excelente compositor brasileiro, Zé Clementino, nesta quinta feira, na Rádio Educadora do Cariri, às 14 horas.

Na sequencia:

Estou roendo sim, de Zé Clementino, com Trio Nordestino
Eu sou do banco, de Zé Clementino e Hildelito Parente, com Dominguinhos.
Não deixo não, de Zé Clementino, com Trio Nordestino.
O jumento nosso irmão, de Zé Clementino e Luiz Gonzaga, com Luis Gonzaga.
Capim Novo, de Zé Clementino, com Luiz Gonzaga
Chinelo de Rosinha, de Zé Clementino, com Trio Nordestino.
Contrastes de Várzea Alegre, de Zé e Paulo Clementino, com Luiz Gonzaga.
Fazenda corisco, de Zé Clementino, com Dominguinhos.
Xote Dos Cabeludos, de Zé Clementino, com Luiz Gonzaga.
Mais uma dose pros cabeludo, de Zé Clementino, com Zé Nilton
Contrastes de Várzea Alegre, de Zé Clementino, Luiz Gonzaga.

Quem ouvir, verá!

Programa: Compositores do Brasil
Rádio Educadora do Cariri
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Todas as quintas de 14 às 15 horas
Apoio Cultural: CCBN.

XVI Encontro Nacional de Geógrafos

Pensamento para o Dia 07/04/2010



“Você repete o nome do Senhor, canta Bhajans e realiza meditação para alcançar uma mente unidirecionada, não é? Uma vez que essa firmeza seja conquistada, seu significado interior lhe será revelado e o esforço se tornará desnecessário. Aqueles ansiosos para tornarem-se aspirantes, para alcançar a salvação, não devem ceder a argumentos e contra-argumentos. Você não deve ser seduzido pela astúcia dos maus sentimentos! Você deveria ver suas próprias falhas e não repeti-las. Você deve guardar e proteger esse estado da mente com um único foco, com os olhos fixos na meta, e rejeitar como lixo todas as dificuldades, derrotas e perturbações que possa encontrar em seu caminho.”
Sathya Sai Baba

Uma pratica mambembe de futebol


Pedro Esmeraldo

Enquanto o cratense vibra pela permanência do time do Crato no quadro de elite do futebol cearense, temos receio de não podermos continuar com forças suficientes para mantermo-nos lá, já que não possuímos estruturas emocionais tanto quanto necessários para conduzir um esporte de qualidade, nesse setor.


Não temos organização, não temos renda suficiente para dirigir o esporte, pois avisamos que a nossa indústria, ainda incipiente e modesta não oferece condições para manter o time com boas qualidades técnicas. Os nossos dirigentes, às vezes inconsequentes, são inadmissíveis, não possuem estrutura para dirigir com eficiência e coragem um time de futebol. Haja vista que, agora há pouco tempo, um senhor achou de abandonar a chefia do clube por falta de competência técnica e admistrativa. Causa-nos arrepio, pois, que poderíamos levar o time com coragem e eficiência a fim de alcançarmos uma posição de relevo nas disputas finais no campeonato cearense.


Em primeiro lugar, isto é a nossa opinião, deveríamos estimular o povo para que tenha mais amor ao esporte, visto que é dentro da prática esportiva, evitaremos o vício da droga e da ociosidade. Devemos enaltecer com mais brilhantismo todas as práticas de esporte, quer seja futebol, quer seja basquetebol, ou qualquer outro tipo de modalidade esportiva, num corpo sadio, temos por meta que o esporte fará bem a saúde e ao mesmo tempo, teremos como principio utilizar uma palavra latina: mens sana in corpore sano,isto é, um corpo sadio numa mente sadia.


Após a grande decepção que sofremos, devido o procedimento errado de uns, jamais poderemos esmorecer, mas elevar o espírito a fim de suportar com galhardia o terremoto psicológico que grafa em nosso meio.


Por outro lado, pedimos a compreensão da diretoria do Esporte para que trabalhem juntos, não visando lucro financeiro exagerado, mas com altruísmo, deveremos chegar a um ponto de apoio, trabalhando com amor e compreensão mútua. Com isso evitaremos um tsunami financeiro, mas trabalharemos com boas qualidades técnicas.


Infelizmente ainda, não possuímos grandes recursos, mas se tivermos boa vontade para enfrentar a luta, tentaremos alcançar a nossa glória que por certo virá, visto que com boa vontade e amor, ao trabalho afastaremos a juventude dos passos prejudiciais à saúde.


Se assim fizermos, com a boa vontade de Deus e com disposição para a luta, afastaremos a juventude da ociosidade que contamina a mente dos jovens.


Crato 05/04/2010

Centenário de Juazeiro do Norte

A Comissão Organizadora do Centenário de Juazeiro do Norte aguarda resposta da Assembléia Legislativa sobre propostas apresentadas na audiência pública da Comissão de Indústria, Comércio, Turismo e Serviços no Memorial Padre Cícero. Foram apresentadas propostas de apoio financeiro-cultural na publicação de livros e a produção de documentário sobre Juazeiro a ser apresentado na TV Assembléia. Cada deputado estadual destinar R$ 300 mil das emendas individuais em favor de Juazeiro na proposta orçamentária do estado para 2011. O coordenador executivo da comissão e secretário de Turismo e Romarias, José Carlos dos Santos, oficializou apelos junto ao presidente da Assembléia, deputado Domingos Filho. A intenção é envolver o parlamento estadual nas festividades pelos 100 anos de Juazeiro. Zé Carlos lembra que todos os projetos estruturantes estão cadastrados junto ao Governo Federal.

Joaquim Mulato, penitente

Transcrição: Luiz Domingos de Luna.

Que anjos são estes que guerreiam contra a fome, a peste e o pecado? Que purgam, na própria carne, a transgressão do mundo? Corpos lanhados, como o de Cristo, que dialogam com os crucifixos. Ordem dos penitentes, grupo que perambula encapuçado, pelas noites, rezando e bodejando benditos. Uma fé incondicional. Uma tradição que vem de tempos remotos, passa pela idade média e chega ao sítio Cabaceiras, Barbalha. Introduzida pelos missionários do século XVIII, reforçada quando da epidemia de cólera no século XIX, pela mediação do Padre Ibiapina.

Joaquim Mulato nasceu no sítio Cabaceiras, Barbalha, dia 3 de março de 1920. O pai, o agricultor Pedro Mulato de Souza, “remediado”, casou com uma mulher mais velha que ele, Maria Velosa da Conceição, e tiveram dezesseis filhos (...)

Conta a crônica que a religiosidade sertaneja foi marcada pelos missionários capuchinhos, que aqui estiveram no século XVIII. A Tônica era a ameaça do fogo do inferno. Daí se reforçou esse maniqueísmo que tem origens mais fundas, e, mesmo nas escrituras, “a invenção do demônio,” é posterior ao Gênesis. A Penitência, no dizer de Joaquim Mulato, foi introduzida pelo Padre Ibiapina, sobralense, homem das elites, bacharel em direito, que abriu mão de tudo para cuidar dos pobres, criar casas de caridade no sertão. De onde saíram beatas, e disseminar um catolicismo triunfante. Moldado pela Contra-Reforma, com base na “Missão Abreviada”, e que teria trazido os benditos, ainda hoje entoados pelos penitentes do sitio Cabaceiras (...)

Contam que Rosemberg Cariry, quando fazia imagens do grupo, nos anos 80 teria sugerido a utilização de umas tochas para iluminar o ritual. A flagelação à noite teria pouco impacto. E as tochas embebidas em gasolina davam um tom dramático que combinava com a severidade da cerimônia (...)

O Juazeiro tem um mistério que... não sei não.

Não tem opinião muito favorável sobre o beato José Lourenço, repetindo o senso comum de que ele “botava os bestas pra trabalhar de graça” e a acusação do assédio sexual, repetida, inclusive, por Câmara Cascuda, em plena euforia do Estado Novo de Vargas.

Já com Conselheiro é mais tolerante: “era monarca, contra a República”.

O Silêncio é entrecortado pelos carros que passam em alta velocidade. Sobre as laterais do oratório, imagens inconclusas, que um dia serão cortadas com canivetes, ferros, a madeira ferida, como é ferido seu corpo de penitente, lavado com sal para purgar a Humanidade inteira.

Ficha Catalográfica
Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
C331a. Carvalho, Gilmar de. Artes da Tradição: mestres do povo/Gilmar de Carvalho; fotos de Francisco Souza-Fortaleza: Expressão Gráfica/Laboratório de Estudos da Oralidade UFC/ UECE, 2005. 269p; Il. ISBN.

Pedófilos, quem? – por João Augusto Rodrigues

A imprensa tem reproduzido nos últimos dias, em todo o mundo, notícias veiculadas por grandes jornais dos Estados Unidos e da Europa que associam alguns padres católicos ao repugnante crime da pedofilia. Além disso, a maior parte das notícias se impregna de uma ferocidade cega e avança com insinuações malévolas e acusações infamantes contra a Igreja Católica e o Papa Bento XVI.

O jornalismo, praticado muitas vezes de forma ligeira, preguiçosa e inconseqüente, buscando o sensacionalismo não procura se aprofundar na análise do problema. Casos ocorridos há dez, vinte ou trinta anos são resgatados com fortes cores de escândalo como se fossem ocorrências recentes. Denúncias são tornadas públicas de forma leviana contra o Sumo Pontífice para tentar incriminá-lo, como se fosse ele o responsável por tais atos vergonhosos ou aos culpados oferecesse o apoio da Igreja Católica.

A pedofilia é um crime ignominioso e inaceitável em qualquer circunstância. É uma conduta indesculpável, parta de quem partir ou ocorra onde e quando ocorrer. Mas o que fazem as numerosas reportagens veiculadas nos últimos dias, quando trata dos crimes trazidos recentemente à tona na Europa se não confundir e vilipendiar o Papa Bento XVI? Quem acompanhou o noticiário ficou com a dolorosa impressão – se católico – de que a Igreja agiu de forma a desculpar e justificar tais atos.

Um jornalismo mais sério e responsável, ao contrário, deveria saudar a atitude do Santo Padre, que não hesitou em escrever uma carta plena de coragem e dignidade ao clero irlandês, condenando os abusadores naquele país, pedindo perdão às vítimas e esperando que a justiça cumpra o seu papel. A atitude corajosa do Sumo Pontífice nem de longe tem sido acompanhada pela maior parte dos jornalistas e dos críticos, incapazes de separar a histeria anti-católica da verdade criminal.

Para ilustrar esse raciocínio segue um dado interessante, tanto mais que restrito ao país do cardeal Ratzinger. Na Alemanha foi comprovado que houve, desde 1995, 210 mil denúncias de abusos a menores. Dessas 210 mil, 300 envolveram de alguma forma padres católicos. Ou seja, menos de 0,2%. Isso significa que, por serem poucos, esses casos devem ser minimizados? Longe disso. Já disse e repito: um único caso que seja de pedofilia é sempre vergonhoso e imperdoável.

O problema é que se está procurando partir de casos isolados para engrossar uma campanha de descrédito e de infâmia contra a Igreja Católica e seus dignitários, tornando mais profundo o difuso anti-catolicismo ocidental que já vai se tornando um dos inexplicáveis fenômenos do nosso tempo. Nos Estados Unidos, onde as estatísticas têm mais credibilidade, já se constatou que a presença de pedófilos, é de duas a dez vezes mais alta entre os pastores protestantes do que entre os padres católicos. De qualquer forma, muito maior que o envolvimento de líderes religiosos (católicos ou protestantes) é, por exemplo, o de professores de ginástica e treinadores de equipes esportivas juvenis, muitos deles casados.

Da mesma forma, relatórios periódicos do governo norte-americano indicam que cerca de dois terços dos abusos sexuais contra crianças não vêm de estranhos ou de educadores, sejam eles padres ou pastores, mas de familiares – padrinhos, tios, primos, irmãos e, infelizmente, até pais, muitos deles também casados.

Esses dados vêm derrubar a opinião de alguns anti-católicos, que tentam atribuir ao celibato a causa do problema. Uma atitude mais séria e responsável recomendaria um estudo mais profundo para lhe descobrir as origens e criar no seio da sociedade os mecanismos capazes de preveni-lo. Exatamente o contrário do que tem sido feito, buscando-se cobrir de desonra a Igreja Católica, cuja doutrina abraça os melhores valores da nossa civilização.

(Publicado no jornal “O Liberal” de Belém – PA)

Uma nesga de céu azul - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Chover vários dias isso conhecemos. Andaremos com os pés molhados, os braços respingados. Isso não tem importância: chover vários dias em seguida.

Chover como torneira aberta afoga a vigília do presente e apreende a esperança do próximo minuto. Como choveu no Rio de Janeiro! Tanto que agora estou com a alma a comemorar uns pequenos rasgos de azul no céu. Nem meia hora se passara quando tudo estava fechado com as águas escorrendo, se infiltrando, inundando.

Informam que apenas em quatro horas caiu mais de 100 milímetros na região metropolitana do Rio. Em alguns bairros isso ultrapassou os 150 milímetros. E até compreendo a praticidade dos meteorologistas medindo as chuvas em milímetros, mas nada mais irreal nestes metros que nos afogam.

Eu deveria me encontrar de férias em algum lugar e nem li a revista O Cruzeiro, pois não me lembro de ter ouvido falar nas enxurradas de 1966. Mas todas as demais, a de 1988 e 1996, eu estava com água na cintura. Se me perguntarem o momento mais impressionante que vivi, foi em 88.

Era um domingo molhado. Pingara a noite toda. Sentamos na cozinha para tomar café por volta das 08h30min. A janela da área de serviço que se abre também para a cozinha mostra a Pedra da Gávea e dos Dois Irmãos. Qual foi o nosso susto simultaneamente no primeiro gole de café. O céu estava literalmente enegrecido. Mas não era apenas a cor, era uma massa sufocante que lentamente se deslocava em nossa direção. O inevitável tomaria nossas vidas.

E a chuva caiu com torneiras abertas. Não eram pingos, eram milhares de jatos disputando cada milímetro do terreno. A rua da janela da frente se tornou uma cachoeira. Nosso prédio sustenta-se sobre pilotis. Descemos até ele para verificar se algo de anormal ocorria. A Clínica Santa Genoveva já fora soterrada matando dezenas de idosos.

Hoje duas imagens vindas do noticiário se fixaram. Eram duas mulheres jovens. Uma negra, com um casaco branco com desenhos pretos, toda molhada, ainda rindo e dizendo que tentara chegar até ao trabalho, não dera e, agora, patinava nas poças no rumo de casa. A outra sob um guarda-chuva, os pingos em volta, era de classe média, na beira da Lagoa inundada, inteiramente desorientada. Olhou para o repórter e perguntou se na direção que viera daria passagem. Não tinha como chegar ao trabalho e não sabia o que fazer.

A palavra subentendida em certos discursos da mídia, especialmente a Míriam Leitão no Bom Dia Brasil de hoje: é o aquecimento global. Não é. É o de sempre: populações migrantes para as grandes cidades, com o espírito selvagem do capitalismo a dar um jeito, qualquer jeito em suas vidas. Nas encostas volúveis, seja por necessidade ou pela vista e prestígio com as mansões dos ricos.

O Aquecimento Global pode ser uma verdade, mas nas circunstâncias não passa de empreiteiro de obras. E como gostam de uma obra superfaturada!